Os projetos “Mudando Prática e Assegurando Direitos” – MPAD (Etapas/Comdica) e “Mais Proteção, Menos Violência” (Etapas/KNH-Alemanha) – ambos executados em comunidades do Ibura – completam três anos de atividades construindo novas práticas de diálogo e participação, envolvendo crianças, lideranças comunitárias, gestores públicos, familiares e responsáveis no enfrentamento à violência doméstica e comunitária contra crianças e adolescentes do território.

Mudando Práticas, Assegurando Direitos

Parte da turma de 20 crianças do terceiro ano do MPAD em atividade no Posto de Saúde da Família de Três Carneiros

Com a missão de fortalecer a afetividade entre crianças, familiares e comunidade, e estimular a reflexão com temas sociais que fazem parte do cotidiano, o Mudando Práticas, Assegurando Direitos, vem criando autonomia e consciência nas crianças com relação aos direitos, apoiando famílias para que estejam mais abertas para o diálogo e observando, junto ao poder público, as ações e lacunas que contribuem para a insegurança e possíveis violações de direitos das crianças e adolescentes.

“Um espaço histórico de acumulação de lixo que deixava uma rua mais escura, perigosa e suja, rua que as crianças utilizam diariamente para se locomover para escola, está sendo recuperado a partir da articulação do projeto com a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana – EMLURB e outros órgãos públicos”, exemplifica o pedagogo e coordenador do MPAD, Pedro Ribeiro.

“A comunidade de Três Carneiros está mais aberta a falar sobre violência sexual, tendo se tornado um tema que vem sendo tratado constantemente pelas famílias, que hoje conseguem identificar que seus filhos e filhas estão por muitos momentos em situação de vulnerabilidade. A alternativa de criar autonomia e consciência com relação aos seus direitos, em crianças e adolescentes, para que não se tornem presa fácil para violadores/abusadores, é vista pelas famílias de forma positiva”, relata Pedro.

Mais proteção, Menos violência

O projeto tem o objetivo de enfrentar a violência doméstica através do fortalecimento dos vínculos familiares, para que crianças e adolescentes experimentem relações humanizadas em um ambiente familiar e comunitário favorável. O trabalho direto acontece com 240 crianças e adolescente de 6 a 17 anos, e com 120 famílias das comunidades de Vila 27 de Abril e Portelinha.

Para o educador do Mais Proteção, Menos Violência, Cristiano Ferreira, os avanços com o terceiro ano do projeto são perceptíveis através de observações do progresso das crianças e adolescentes sobre o conhecimento dos direitos e deveres, na multiplicação dos conhecimentos adquiridos, assim como o cuidado entre os pares.

“Nos grupos de adolescentes percebe-se uma maior participação nos espaços de incidência, assim como a apropriação pelas questões que permeiam a sociedade.
O brincar hoje é um momento de troca e afeto e não mais de violência e individualismo, os discursos dos adolescentes homens já não são mais machistas e há uma igualdade entre os gêneros nas suas relações interpessoais”, reflete Cristiano.

Para a assistente social, Isabela Valença, o trabalho com as famílias está avançando na perspectiva do conhecimento de mães, pais e responsáveis com novas formas de educar através do diálogo. “Algumas famílias identificaram que educavam com violência. A partir das novas práticas que foram trabalhadas no projeto, alguma reafirmaram o desejo de mudar”, aponta.

A Rede De Proteção formada por Detentores de Deveres (famílias, organizações comunitárias e gestores públicos) – avança no que se refere aos encontros semestrais nos cursos promovidos pela Etapas.

Como estratégia de buscar a participação efetiva de crianças e adolescentes na direção de uma plena realização do direito a se expressar livremente, passando pelo direito a proteção e ainda o direito a proatividade na construção dos conteúdos do projeto “Mais Proteção, Menos Violência” (Etapas/KNH) – cerca de 140 crianças e adolescentes de comunidades do Ibura tiveram a oportunidade de desenhar suas impressões sobre a cultura do enfrentamento à violência doméstica e comunitária e vê-las estampando as paredes do Conselho de Moradores da Vila 27 de Abril – lugar onde acontece o projeto – através da Ação de Grafitagem facilitada pela ONG Cores do Amanhã.

Segundo o educador do “Mais Proteção, Menos Violência”, Cristiano Ferreira, a ideia de escolher a Oficina de Grafite se deu pelo fato do método de expressão ir de encontro com a realidade das periferias.

“O grafite nasce no subúrbio e passa uma mensagem de protesto. Nosso foco foi desenhar os temas discutidos no projeto e contar um pouco da história das domésticas que construíram a comunidade, falar do feminismo, fazer refletir sobre a padronização do corpo e abordar a consciência negra”, afirma o educador.

A metodologia da Ação de Grafitagem trazida pelo Cores do Amanhã na pessoa de Rudson (ex aluno do projeto do Cores no bairro de Tejipió – Recife) e acordada entre os participantes foi a abordagem do nascimento do Movimento Hip Hop de maneira lúdica para as crianças e documental para os adolescentes. Foi discutida a diferença entre o grafitte e a pichação, procurando desmistificar os estereótipos de marginalização que permeiam a arte do grafitte e as mensagens de protesto na pichação. As crianças de 6 a 11 anos criaram pinturas em tela e moldes vazados usados no grafitte, e os adolescentes (12 a 17 anos ) realizaram intervenções nas paredes externas do Conselho de Moradores.

Após duas semanas de atividades, a Ação de Grafitagem foi finalizada com um mutirão de artistas grafiteiros e participação do grupo de percussão do Cores do Amanhã.

Os desenhos das crianças e adolescentes foram utilizados para produção de um calendário 2018 para ser entregue às famílias participantes da Gincana do Afeto.

Com o objetivo de fortalecer os vínculos afetivos de crianças e adolescentes com suas respectivas famílias participantes do projeto “Mais Proteção, Menos Violência” (Etapas/KNH), a Etapas realizou atividades semanais – durante o mês de dezembro – de sensibilização e prevenção à violência doméstica com o intuito de instigar os pais a estarem mais abertos à escuta, à compreensão, ao apoio, aos interesses e propostas trazidas pelas crianças e adolescentes.

O projeto articula 140 crianças e adolescentes e famílias das comunidades da Vila 27 de Abril e Portelinha (no Ibura) com a perspectiva de enfrentar a violência doméstica e comunitária.

Com facilitação da psicóloga e educadora Mana Duarte,  40 mães, pais e responsáveis formaram quatro grupos de 10 pessoas para jogar a Gincana do Afeto cujas famílias vencedoras ganham em convivência familiar. Entre jogos para assistir um filme e registrar o momento; contar um caso de superação na famílias através de uma foto; construir um quebra-cabeça e responder o jogo da forca, a metodologia das tarefas buscou integrar os grupos com os respectivos filhos e com a comunidade.


Junto com a confraternização de encerramento das atividades que acontece sexta (22/12), todas as famílias receberão um Calendário 2018 com os desenhos dos filhos que participaram da Ação de Grafitagem (Etapas/KNH/Cores do Amanhã) que estampa as paredes do Conselho de Moradores da Vila 27 de Abril – Ibura.

Doe até dia 20/11 um ou mais cartões presente de 50 reais das lojas Renner, C&A ou Riachuelo e Vista uma Criança Neste Natal.

O que?

Campanha “Vista uma Criança Neste Natal” Ano 2

Queremos presentear crianças e adolescentes carentes do Ibura que irão participar da 7ª Maratona Infanto-Juvenil do Ibura: uma corrida cuja competição é contra as desigualdades. A articulação de organizações comunitárias do Ibura-Jordão, ETAPAS e voluntários, promove um dia de atividades de esportes, cultura e lazer para cerca de 500 famílias do território.

Porque?

O Ibura é o segundo maior bairro do Recife com 50 mil habitantes e é onde a Etapas executa três projetos sociais voltados para o desenvolvimento de crianças, adolescentes, jovens, mulheres e do território, com a perspectiva de fortalecer a luta por uma sociedade justa, democrática e participativa.

Na Maratona, participam cerca de 300 crianças cujos três primeiros lugares das categorias femininas e masculinas são premiados com bicicletas. Desejamos presentear todas as crianças com cartões presentes de $50 das lojas C&A, Riachuello ou Renner para entusiasmar a chegada do Natal.  

Quando?

A 7ª Maratona Infanto-Juvenil do Ibura acontece dia 26 de novembro. As doações podem ser feitas até dia 20/11.

Como Doar?

Cadastre-se

[contact-form-7 id=”4935″ title=”Cadastro Vista uma Criança Neste Natal”]

E faça o depósito (nominal) em uma de nossas contas bancárias:

Banco Itaú:
Ag: 0362
C/C: 41896-4
CNPJ: 11.017.803/0001-75

Banco do Brasil:
Ag: 0697-1
C/c: 6099-2
CNPJ: 11.017.803/0001-75

OU

2- Entregue a doação na sede da Etapas (Rua da Soledade, 243 – Boa Vista), das 9h às 15h;

OU

3- Solicite um Portador Credenciado da Etapas para buscar o dinheiro ou cartão presente no local cadastrado;

Ao se cadastrar você recebe o cupom fiscal e a foto da criança que você ajudou.

Confira como foi a última edição da maratona:

 

 

Mãos dadas em movimento por uma cidade melhor para ser criança (Foto: Juliana Ribeiro – Comunicação Etapas)

Com o objetivo de promover arte e o intercâmbio de crianças e famílias de bairros populares da Região Metropolitana do Recife, o Ciranda, (movimento voltado para a primeira infância articulado por cinco organizações da sociedade civil,) realizou no sábado (13/5), no Quintal da Etapas, uma oficina de artes visuais na qual crianças puderam soltar a imaginação para desenhar a cidade onde desejam viver.

A atividade deu início as intervenções externas do projeto social que visa fomentar a participação de crianças, mulheres e jovens nos processos de planejamento urbano e incidência política para melhoria dos serviços públicos da cidade.

A mãos que unem-se nesta Ciranda estão nas comunidades de Rosa Selvagem (Várzea), Peixinhos (Olinda), Vila 27 de Abril (Ibura) e Canal do Arruda (Arruda).

A Etapas, ActionAid, Mirim Brasil, Shine a Light | Favela News e Centro de Cultura Luiz Freire são parceiras nesta articulação.

Fotos: Natália Corrêa – Favela News | Shine a Light

Os problemas estruturantes da sociedade ligados as violências de gênero, raça e sexualidade e as desigualdades que interferem na infraestrutura urbana (emprego, moradia, saúde, educação, lazer, mobilidade, segurança e outros) são fatores que moldam a educação familiar. A violência de Estado que banaliza a criminalidade – principalmente com a população jovem, pobre e negra – precariza os serviços públicos e contribui para a opressão nas relações de classe, de gênero e domésticas são realidades com as quais as famílias do Ibura convivem cotidianamente.

Com a perspectiva de desnaturalizar a violência doméstica a partir do exercício do diálogo, da tolerância e do afeto, mães, pais e responsáveis de cerca de 240 crianças e adolescentes de duas comunidades do Ibura, beneficiários do projeto “Mais Proteção, Menos Violência”, são mobilizados pela Etapas para compartilhar experiências sobre conflitos familiares, debater sobre violações de direitos e construir novas práticas de educação familiar.

As reuniões acontecem – há cerca de um ano – mensalmente na Associação de Moradores da Vila 27 de Abril com cerca de 50 famílias da Vila 27 de Abril e Portelinha. A atividade divide grupos de discussão para expressão das vivências na comunidade, no âmbito familiar, da participação das crianças na escola, no projeto e na vida em comunidade.

Segundo a coordenadora do projeto, Isabela Valença, os encontros buscam focar na sensibilização à tolerância e escuta de mães e pais para filhos.  

Para o educador, Cristiano Ferreira, é perceptível a evolução das crianças. “Elas melhorara a responsabilidade com os estudos escolares, assim como crianças com uma a compreensão e cuidado com o grupo, confiança e afetividade, norteando relações afetivas mais elaboradas e com foco no coletivo e não apenas no individual”, afirma.

O “Mais proteção, Menos Violência” é uma articulação entre a Etapas e a Kindernothilfe – Alemanha.