Entre 2014 e 2018, o investimento em educação caiu 56% no país (de R$ 11,3 bilhões para R$ 4,9 bilhões) e, segundo a Lei Orçamentária de 2019, pode chegar a R$ 4,2 bilhões.

Além dessa queda, o Ministério da Educação anunciou, em abril de 2019, o bloqueio de 30 % da verba para todas as universidades e institutos federais.

As universidades públicas podem ficar sem verba para pagar energia ou comprar materiais de limpeza ainda em setembro deste ano.

O governo tem a intenção de “descentralizar” investimentos em cursos de filosofia e sociologia como forma de interromper o que chamam de “marxismo cultural”. Segundo Bolsonaro, a finalidade da medida seria privilegiar áreas que produzam “retorno imediato” ao contribuinte, como engenharia e medicina.

Como poderíamos responder à questão sobre o que vivemos e em que tipo de mundo queremos viver se negarmos a filosofia? Como entenderíamos como o mundo é organizado se erradicarmos a sociologia?

A Etapas apoia e atua para fortalecer a luta dos professores e estudantes em defesa da educação!

Pelo direito de pensar. Todos na rua!

gestores públicos estaduais e municipais, Ministério Público de Pernambuco, lideranças comunitárias, organizações da sociedade civil, estudantes e servidores na luta pela melhoria da Educação (Foto: Comunicação Etapas)

Infraestrutura precária, salas de aulas lotadas, falta de material escolar, merenda ruim, falta de atividades de lazer. As violações de direitos contra os servidores e usuários da rede pública de ensino em Pernambuco é uma realidade que no Ibura é potencializada.

As demandas para melhoria da educação pública são pautas frequentes da Federação Ibura Jordão (FIJ) – única federação brasileira com mais de 50 entidades populares de bairros que – organizadas – resistem às crises sociais e lutam pela qualidade de vida em suas comunidades.

Com o objetivo de dar continuidade a incidência política das organizações populares do Ibura no debate sobre a educação pública, a Etapas e a FIJ realizaram o IV Seminário de Educação do Ibura e Jordão, dia 26 de agosto, na Escola Estadual Jordão Emerenciano. O encontro reuniu gestores públicos estaduais e municipais, Ministério Público de Pernambuco, lideranças comunitárias, organizações da sociedade civil, estudantes e servidores que puderam expressar suas demandas e conhecer os programas e projetos governamentais na área da educação.

Participaram da mesa debatedora: Pedro Ribeiro (Etapas); João Charamba (Secretário Adjunto de Educação de Pernambuco); Sério Floro (Action Aid); Leonora Rodrigues (Promotora do Ministério Público de Pernambuco); Márcia (Representante da Secretaria de Educação do Recife); Jurema (Gestão da Rede).
Dentre as cobranças dos moradores, a luta é para que alunos e servidores da Escola Estadual Missionário São Bento (UR-4), não fiquem desamparados e permaneçam estudando na comunidade. Segundo a presidente da FIJ, Severina Veiga (Biuzinha), a Escola está funcionando em condições precárias. Com risco de desabamento de barreira, com o prédio mofado, 50 alunos por sala de aula e um banheiro para os 700 alunos.

Na fala de João Charamba, ele promete que as obras da Missionário São Bento devem começar até novembro deste ano em curso, com prazo de finalização em fevereiro.

A promotora, Leonora Rodrigues, ressaltou o papel do Ministério Público é fiscalizar todas escolas do estado e município e que o diálogo é a melhor forma de avançar com as políticas. Ela pediu para que a população também fiscalize e denuncie as violações de direitos por telefone (3182-7402) ou pessoalmente na sede do MPU.

Uma agenda positiva foi proposta como encaminhamento do seminário. A FIJ irá se reunir com representantes da secretaria de educação município, dia 4 de setembro, na sede da Federação, no Ibura.

Os problemas estruturantes da sociedade ligados as violências de gênero, raça e sexualidade e as desigualdades que interferem na infraestrutura urbana (emprego, moradia, saúde, educação, lazer, mobilidade, segurança e outros) são fatores que moldam a educação familiar. A violência de Estado que banaliza a criminalidade – principalmente com a população jovem, pobre e negra – precariza os serviços públicos e contribui para a opressão nas relações de classe, de gênero e domésticas são realidades com as quais as famílias do Ibura convivem cotidianamente.

Com a perspectiva de desnaturalizar a violência doméstica a partir do exercício do diálogo, da tolerância e do afeto, mães, pais e responsáveis de cerca de 240 crianças e adolescentes de duas comunidades do Ibura, beneficiários do projeto “Mais Proteção, Menos Violência”, são mobilizados pela Etapas para compartilhar experiências sobre conflitos familiares, debater sobre violações de direitos e construir novas práticas de educação familiar.

As reuniões acontecem – há cerca de um ano – mensalmente na Associação de Moradores da Vila 27 de Abril com cerca de 50 famílias da Vila 27 de Abril e Portelinha. A atividade divide grupos de discussão para expressão das vivências na comunidade, no âmbito familiar, da participação das crianças na escola, no projeto e na vida em comunidade.

Segundo a coordenadora do projeto, Isabela Valença, os encontros buscam focar na sensibilização à tolerância e escuta de mães e pais para filhos.  

Para o educador, Cristiano Ferreira, é perceptível a evolução das crianças. “Elas melhorara a responsabilidade com os estudos escolares, assim como crianças com uma a compreensão e cuidado com o grupo, confiança e afetividade, norteando relações afetivas mais elaboradas e com foco no coletivo e não apenas no individual”, afirma.

O “Mais proteção, Menos Violência” é uma articulação entre a Etapas e a Kindernothilfe – Alemanha.

Da Assessoria de Comunicação da ActionAid Brasil (Foto: Banco de Imagens)

O direito à educação está distante de ser consagrado no Brasil. Mais de 3,5 milhões de crianças e adolescentes, de 4 a 17 anos, estão fora da escola. Segundo a Constituição Federal, com o advento da Emenda 59/2009, todos brasileiros nessa faixa-etária devem estar matriculados até 2016 – e dificilmente isso ocorrerá. Além das demandas estabelecidas pela Carta Magna, até 2024, o Plano Nacional de Educação (PNE) determina a necessidade de criação e manutenção de mais de 3,4 milhões de matrículas em creche e mais de 13 milhões de matrículas para a alfabetização de jovens e adultos.

Os desafios nacionais são enormes, advém de dívidas sociais históricas e precisam ser enfrentados. A educação é um direito fundamental, parte essencial da cidadania e está listada como o primeiro direito social no artigo sexto da Constituição Federal.

Consagrar o direito à educação exige a abertura de escolas, além da qualificação urgente das matrículas, com a garantia de um padrão mínimo de qualidade – conforme determina o PNE por meio do Custo Aluno-Qualidade Inicial (CAQi) e demanda o parágrafo primeiro do artigo 211 da Carta Magna. Ao invés disso, em todo território nacional, é verificado o fechamento de turmas e escolas, da creche ao ensino médio, nas cidades e no campo, com forte ênfase na Educação de Jovens e Adultos (EJA). E essa medida contraproducente tem sido empreendida em processos administrativos impostos às comunidades escolares, alheios às questões pedagógicas.

A proposta de reorganização de escolas no estado de São Paulo é mais um exemplo dessa lógica que se espalha pelo Brasil. Não foi debatida junto às comunidades escolares, tampouco com a comunidade educacional e com a sociedade paulista. Pela falta de critérios técnicos e de um documento público que justifique a medida, tudo indica que é uma ação orientada à redução de custos e de desresponsabilização do Estado com a oferta de matrículas, pressionando a transferência de responsabilidades aos municípios.

Diante desse fato, a rede da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que há 16 anos luta ininterruptamente pela garantia do direito à educação no país, manifesta seu apoio aos estudantes paulistas que ocupam suas escolas, legitimamente amparados pelo sistema de justiça, que até aqui tem negado – quase sempre – os pedidos de reintegração de posse ao Governo do Estado. Os estudantes estão dando uma aula de cidadania e luta pelo direito à educação.

Desse modo, a Campanha repudia o fechamento de mais de 90 escolas públicas no Estado de São Paulo, sob o argumento de uma “reorganização” baseada na separação das escolas por nível de ensino. E reitera que é inaceitável o fato de que não foram amplamente divulgadas as justificativas técnicas que embasam estruturalmente a proposta. Até o momento, graças à Lei de Acesso à Informação, apenas veículos de imprensa tiveram acesso a essas informações. E segundo consta, elas evidenciam a ausência de racionalidade pedagógica.

A posição da Campanha Nacional pelo Direito à Educação no caso de São Paulo, e em qualquer processo que resultará no fechamento de escolas em qualquer lugar do Brasil, é consonante com o princípio de respeito às opiniões das crianças e dos adolescentes no que se refere a seus direitos e com as premissas do direito à educação estabelecidas nos principais documentos de direitos humanos internacionais, em especial com os artigos 12, 15, 28 e 29 da Convenção dos Direitos da Criança da ONU. Todos esses ditames estão refletidos na legislação brasileira no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA e também com as metas e estratégias contidas no Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/14), afora o direito fundamental à participação asseverado na Constituição Federal. A negociação e as consultas devem também ser prática corrente no tocante ao fechamento de escolas e turmas da modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA), na qual, desafortunadamente, o encerramento de matrículas é prática frequente. E isso explica o fato do Brasil ter mais 13 milhões de analfabetos com mais de 15 anos.

Mais do que fechar cerca de 90 escolas, a atual proposta de “reorganização” do ensino atingirá mais de 1.500 estabelecimentos, prejudicando estudantes, suas famílias e milhares de profissionais da educação. A análise dos poucos dados existentes demonstra que seria possível reorganizar escolas, porém negociando com todos os envolvidos, sem fechar estabelecimentos. É isso que se espera da gestão pública: promover direitos, não limitá-los. A Campanha Nacional pelo Direito à Educação sugere, portanto, aos estudantes e ao Governo do Estado de São Paulo, esse caminho: nenhuma escola deve ser fechada. Ao contrário, todas devem ser melhor geridas, de modo democrático.

Ao visitar as ocupações e dialogar com os estudantes, a rede da Campanha Nacional pelo Direito à Educação externa sua preocupação com a forma como se dá a presença da Polícia Militar nas unidades escolares ocupadas. Já ocorreram conflitos e há risco constante de que os estudantes sejam vítimas de acuamento e atos violência. Qualquer tentativa de calar os alunos ou as comunidades escolares por meio da intimidação ou da força só aumenta a violação dos direitos humanos. Ademais, desnuda a forma truculenta como o Governo do Estado de São Paulo tem tratado do assunto, em um jogo incansável de contrainformação, tentando jogar estudantes contra professores e pais contra alunos por meio de pressão de ordem administrativa. Nesse momento, é preciso diálogo, com base na promoção dos direitos educacionais.

Alinhada com os posicionamentos públicos das faculdades de educação da USP, UFSCar, Unicamp e com o colegiado da Unifesp, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação insiste que o problema que se enfrenta em São Paulo deve chamar a atenção de todo país.

Entre 2002 e 2014, mais de 40,7 mil escolas do campo foram fechadas. Apenas em 2014, segundo análise do Censo Escolar produzida pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), 4 mil escolas do campo foram fechadas. A Bahia (872 unidades), o Maranhão (407) e o Piauí (377) lideraram o fechamento de escolas nas áreas rurais em 2014. Inclusive, fica evidente a necessidade de legislação para tratar do assunto, no âmbito das diretrizes e base da educação nacional. O país deve evitar e problematizar o fechamento de escolas.

Ao estabelecer contato com os jovens e adolescentes que ocupam suas unidades escolares e ao analisar o cenário brasileiro, a rede da Campanha Nacional pelo Direito à Educação manifesta seu apoio integral aos estudantes que ocupam centenas de escolas paulistas, não apenas defendendo seu direito à matrícula e à manutenção de suas unidades escolares, mas também reivindicando estabelecimentos públicos que ofertem qualidade da educação. Que suas lutas inspirem todo o Brasil a debater, com profundidade, as políticas educacionais, constrangendo e encerrando a prática equivocada do fechamento de escolas.

CAMPANHA NACIONAL PELO DIREITO À EDUCAÇÃO

 

Aconteceu no último sábado (31/10), na comunidade do Pantanal, a Feira de Serviços Comunitários do projeto Sistema de Vínculos Solidários (SVS), realizada pela Etapas em parceria com a Federação Ibura-Jordão (FIJ) e apoio da ActionAid, cujas ações educativas e recreativas envolveram crianças, famílias, líderes comunitários e voluntários num momento de construção coletiva de solidariedade, buscando fortalecer a luta política da comunidade que há 23 anos ocupa o bairro do Ibura-Jordão.

Equipe Etapas, parceiros e voluntários reunidos em clima de solidariedade
Equipe Etapas, parceiros e voluntários reunidos em clima de solidariedade / Foto: Péricles Chagas (Gambiarra Imagens)

O Pantanal é uma comunidade que sofre ainda mais com a precariedade dos serviços públicos por estar situada na divisa entre Recife e Jaboatão (parte da população está desassistida pelos serviços básicos de saúde, educação, saneamento e etc, porque os órgão municipais deixam de assumir a responsabilidade para com a função social da cidade).

Arte Feira Pantanal - Face e InstagramHá nove anos, o SVS atua em 11 comunidades do Ibura-Jordão, através do apadrinhamento de crianças, com o objetivo de contribuir para a melhoria das condições de habitalidade no território, na perspectiva de fortalecer a luta pela Reforma Urbana. A Etapas, cabe articular atividades de coleta de mensagens, oficinas de formação em cidadania e assessoria às lideranças comunitárias – filiadas a FIJ – no diálogo com as esferas do poder público. A FIJ cabe articular reuniões com moradores e representantes públicos, assim como realizar mobilizações sociais em prol da luta por qualidade de vida na cidade.

Para o vice-presidente da Associação de Moradores do Pantanal, Élisio Nunes, mais conhecido com Irmão Élio, a atuação da Etapas e FIJ no território é importante para dar visibilidade aos problemas da comunidade, assim como garantir atividades de formação e lazer para os moradores. “O projeto trouxe mais opções de lazer para as famílias daqui e está conseguindo retirar as crianças de situações de violência nas ruas”, afirma. “Com a realização da Feira de Serviços, a gente consegue mobilizar mais moradores e desperta o interesse da população para lutar por nossos direitos de cidadãos”, completa.

O SVS abarca cerca de 200 crianças no Pantanal e tem mais de 1 mil inscritos entre as comunidades da UR1 – UR2 – UR5 -UR10 – UR12 – Pantanal – Três Carneiros – Zumbi do Pacheco – Vila 27 de Abril – Jardim Monte Verde e Milagres.

A mãe e voluntária, Karla Jéssica, vê no SVS uma oportunidade de desenvolvimento para suas filhas/ Foto: Péricles Chagas (Gambiarra Imagens)
A mãe e voluntária, Karla Jéssica, vê no SVS uma oportunidade de desenvolvimento para as crianças do Ibura/ Foto: Péricles Chagas (Gambiarra Imagens)

A dona de casa, Karla Jessica (23), é mãe de duas crianças assistidas pelo SVS, Kelen Vitória (5) e Raíssa Nathalia (8), e atua como voluntária na organização dos eventos do SVS no Pantanal. “Minha satisfação é ver as crianças desenvolvendo as habilidades de leitura e escrita e estarem, ao mesmo tempo, se divertido”, aponta.

Na Feira de Serviços foram oferecidas atividades de recreação para as crianças (com direito a pipoca e algodão doce), oficina de pintura em tecido e palestra temática sobre as relações de gênero para as mães.

Segundo o pedagogo e coordenador do projeto, Pedro Ribeiro, o impacto que o trabalho do SVS causa no território pode ser percebido quando se vê a mobilização voluntaria de pessoas para construção coletiva dos eventos comunitários e pelo aumento da procura das famílias para inscrever suas crianças.

Sistema de Vínculos Solidários

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Crianças usam a criatividade para impressionar os destinatários / Foto: Juliana Ribeiro (Comunicação Etapas)

A coleta de mensagens é o primeiro passo para o processo de apadrinhamento que desencadeia a mudança na qualidade de vida dos moradores do Ibura-Jordão.

Uma criança/adolescente (3 a 18 anos) é apresentada a um doador estrangeiro através do envio de uma foto junto com um desenho e alguns dados de sua rotina. Essa carta é coletada pela Etapas e enviada pela organização internacional ActionAid.

A partir deste projeto, que já dura nove anos, a Etapas atua na assessoria às lideranças comunitárias do território do Ibura que estão filiadas à Federação Ibura-Jordão, na busca pelo empoderamento de cidadãos esclarecidos sobre direitos para lutar por questões que envolvem a democratização do uso do solo e a garantia de serviços públicos de qualidade.

Para realização das atividades e eventos, o projeto conta com a parceria de gestores públicos, comerciantes locais e voluntários que formam uma verdadeira rede de Vínculos Solidários.

Os impactos dos anos de atuação são mensurados a medida que as intervenções da FIJ junto ao poder público são atendidas e que favorecem, além das famílias participantes, os moradores de todo o bairro. Uma das conquistas materiais do projeto foi a compra da sede da FIJ – onde acontecem as reuniões de avaliação, planejamento e monitoramento das ações dos líderes comunitários, bem como as oficinas e cursos para os moradores da região.

 

 

Através da articulação do projeto Sistema de Vínculos Solidários – executado pela Etapas em parceria com a FIJ e apoio da ActionAid no território do Ibura-Jordão – jovens moradores de Três Carneiros participaram da segunda edição do curso “A Arte da Fotografia” ministrado pela fotógrafa voluntária Ana Caúla Cribari, e puderam expor suas fotografias para familiares, amigos, lideranças comunitárias, representantes públicos e alunos do 5º ano da Escola Municipal Severina Bernadete, na quarta-feira (21/10), no Clube de Mãe de Três Carneiros. A Exposição Fotográfica “Olhares Urbanos” revelou o olhar poético de oito adolescentes sobre as situações cotidianas da comunidade.

O resultado foram fotos sensíveis que imprimem a realidade, no preto e no branco, de uma comunidade construída em cima de barreiras, com um comércio fervilhante, trânsito de ônibus, carros, motos, gentes e animais por ruas estreitas e riqueza de detalhes nas fachadas das casas.

Ana Cribari conta que os alunos preferiam fotografar paisagens ou retratos, mas que incentivou a saída fotográfica pela comunidade para fazê-los enxergar as pessoas com humanidade. “Fico muito orgulhosa, porque eles conseguiram captar o que ensinei sobre regra dos três terços, moldura, iluminação e, principalmente, a contar histórias através da fotografia”, comentou.

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Alunos do curso de fotografia e do 5º ano da Escola Municipal Severina Bernadete conferiram a exposição no Clube de Mães de Três Carneiros / Foto: Comunicação Etapas

O coordenador do projeto, Pedro Ribeiro, ressalta a importância de promover atividades que incentivem a arte. “A gente tende a achar mais bonitos os cenários que passam na televisão, mas em meio a tantos problemas enfrentados pelos moradores do Ibura, os jovens captaram as belezas através dos gestos das pessoas”, comenta.

A líder comunitária, conhecida como Biuzinha, refletiu sobre a formação cidadão das pessoas que participam das atividades. Para ela, quando os jovens estão inseridos nos espaços de formação, eles compreendem a luta comunitária como forma de mobilização para melhorar os serviços públicos que afeta diretamente a qualidade de vida dos moradores. “Eles entendem que têm direitos, multiplicam o conhecimento e, assim, mudam a realidade da comunidade”, afirmou.

O aluno Carlos Gabriel (12) recebe seu certificado e elogios da fotógrafa Ana Caúla Cribari
O aluno Carlos Gabriel (12) recebeu seu certificado e elogios da fotógrafa Ana Caúla Cribari / Foto: Comunicação Etapas

A dona de casa, Isabel Silva, mãe do aluno Carlos Gabriel (12), se emocionou ao ver o reconhecimento do empenho do seu filho – que não faltou a nenhuma das sete aulas – e teve a foto elogiada pelo curador Francisco Cribari. “Eu o incentivo a estudar e estou muito orgulhosa por saber que ele tem futuro na fotografia. O próximo passo é tentar comprar uma câmera digital pra ele”, conta Isabel.

Ao final do evento, os alunos Carlos Gabriel, Luciana Lindalva, Camila Karolaine, Keture Pereira, Ana Vitória, Suzane Lima, Iasmim Ketlly e Emilly Silva receberam certificado de conclusão de curso e houve uma confraternização.

 

O Sistema de Vínculos Solidários tem parceria com a Escola Municipal Severina Bernadete, o Distrito Sanitário VI e Clube de mães de Três Carneiros. Para a realização da Exposição, os voluntários Peu Rabelo, Francisco Cribari e Victor Miranda envolveram-se na execução.