Membros da Coordenação Colegiada do Fórum das Juventudes de Pernambuco (FOJUPE) se reuniram no último final de semana (6 e 7 de fevereiro), na sede da Etapas, para refletir sobre a atuação do Fórum em 2014 e articular estratégias de mobilização, formação, incidência política e comunicação para 2015 a fim de fortalecer a luta por direitos e garantir a inserção de políticas públicas voltadas às juventudes de Pernambuco.

Participaram do encontro integrantes de organizações juvenis das quatro Regiões de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco – Região Metropolitana do Recife (RMR), Agreste, Sertão e Zona da Mata – e técnicos das Organizações Não Governamentais parceiras (Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá; Diaconia; Gabinete de Assessoria Jurídica e Organizações Populares – GAJOP; Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Pernambuco – FETAPE ; Piccolo Mondo e Equipe Técnica de Assessoria, Pesquisa e Ação Social – Etapas).

No primeiro momento houve um debate para aprofundar e alinhar a compreensão dos participantes sobre o papel do Fórum e das organizações da sociedade civil que o assessoram, com o objetivo de mapear as expectativas individuais, transformando-as em coletivas, a fim de facilitar a organização de ações de incidência política nos diferentes segmentos juvenis por região.

Na reflexão do representante da Comissão de Juventude Indígena de Pernambuco (COJIPE), Maurílio Nogueira, o papel do Fórum se dá em fortalecer os grupos de juventudes e suas ações atendendo as diversidades. “Conseguimos dialogar com a diversidade de jovens, porque ele [o fórum] não escolhe, sempre acolhe”, afirma.

Para o representante da Pastoral da Juventude Rural (PJR), Getúlio Roberto, o apoio das ONGs ajuda a traçar caminhos para que o Fórum seja independente. “Isso ajuda os jovens serem protagonistas da luta por direitos”, comenta.

Para Íris Silva, representante do Centro de Assessoria e Apoio a Trabalhadores/as e Instituições Não Governamentais Alternativas (Caatinga), a assessoria das ONGs é o diferencial que contribui com a criação de espaço de discussão e no diálogo com o poder público.

A segunda parte do encontro foi dedicada às estratégias para atuação em 2015, com ajustes sobre os objetivos para este ano e a definição das atividades a serem desenvolvidas. O resultado do encontro gerou um Plano de Ação que envolve quatro eixos de trabalho:

1) Mobilização – Rodas de Diálogo sobre a importância da organização juvenil;
2) Formação – Rodas de diálogo sobre o Estatuto das Juventudes;
3) Incidência Política – Firmar compromissos no âmbito municipal e estadual;
4) Comunicação – Produção de vídeos institucionais e de conteúdo para as mídias digitais.

Nos dias 27 de setembro e 2 de outubro, a ETAPAS, em parceria com Federação Ibura Jordão (FIJ), promoveu o Curso de Formação de Meninas Multiplicadoras, visando capacitar e incentivar garotas, dos 12 aos 18 anos de idade, a replicarem os conhecimentos adquiridos por meio do projeto “Meninas, Adolescentes e Jovens Construindo Cidadania”, através da mobilização.

Ministrado pela coordenadora do Coletivo Mulher Vida, Adriana Duarte e pela assistente social da Etapas, Isabela Valença, o Curso tratou de despertar o olhar crítico das cerca de 40 alunas, moradoras das comunidades do Ibura (Três Carneiros, UR 10 e Vila 27 de Abril), sobre o contexto do enfrentamento à exploração sexual e ao uso das drogas. As meninas formaram grupos de discussão para realização de trabalhos informativos com os temas: Mobilização e Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Para a estudante Geane Maria (18), o projeto tem sido de grande valia para seu aprendizado, pois, em um ano, entendeu que existem direitos específicos para as crianças e adolescentes, aprendeu como distinguir e se prevenir de casos de abuso sexual e, hoje, sabe a importância que tem a mobilização para conscientizar outras pessoas.

A mãe da estudante Geovana Damasceno (12), Luana Damasceno, diz que percebeu uma mentalidade diferente na filha pelos seus comentários, “Ela agora fala sobre investigar e denunciar casos de abusos sexuais pelo disk 100” e declara que está aprendendo com o projeto, pois acompanha Geovana nos seminários e cursos que ela participa.

No período de 05 a 08 de outubro, apoiadas pela campanha “Não Brinque com o Meu Direito”, instituída pela Action Aid, as turmas receberam cartazes, bottons, broches, panfletos e a missão de replicar conhecimento, apresentando os trabalhos feitos em sala de aula, para cerca de 400 meninas divididas entre Escolas Municipais, Associações de Moradores e Conselhos de Moradores de cada comunidade.