Cerca de 60 jovens, de 30 municípios pernambucanos, participaram da Conferência Livre organizada pelo Fórum das Juventudes de Pernambuco (FOJUPE), de 11 a 13 de setembro, em Garanhuns. Esta etapa precedeu a Conferência Estadual de Juventude de Pernambuco prevista para acontecer em 6 e 7 de outubro deste ano em curso.

A Conferência Livre reuniu a juventude de diversas organizações sociais como sindicatos, grupos de jovens rurais, grupos artísticos – culturais, juventude indígena, quilombola, partidários/as, grupos ligados as organizações religiosas, organizações não- governamentais e redes juvenis para discutir as propostas aprovadas nas conferências municipais e propor ações para os poderes públicos baseados nos 11 direitos previstos no Estatuto da Juventude.

Atividade da linha do tempo facilita a compreensão histórica das Políticas Públicas de Juventude
Atividade da linha do tempo facilita a compreensão histórica das Políticas Públicas de Juventude / Foto: Gambiarra Imagens

Para uma reflexão inicial, o técnico da Diaconia, Joselito Coutinho, facilitou a atividade da linha do tempo sobre a política para juventudes com temporalidade de 1990 a 2015, que relacionava elementos (marcos, iniciativas e acontecimentos) da história da luta pela garantia de direitos das juventudes à história dos jovens presentes no espaço.

O encontro seguiu com um debate, facilitado pelo técnico da Rede de Jovens Pelo Meio Ambiente – REJUMA, Kleiton Bezerra, sobre “Avanços, retrocessos e desafios da Política Pública de Juventudes”.

Em sua fala, Kleiton abordou os processos do “fazer política” na atual conjuntura, destacando o incentivo à participação social: “Temos dois tipos de participação política: a primeira vai em direção ao controle social (realizada através de Conselhos, Conferências, e na cooperação para construção de projetos de lei), e segunda está na participação em uma dimensão ética, que tem maior estímulo”. Ele aborda a questão da disputa dos modelos políticos, “ao mesmo tempo em que o Estado se abre para fazermos políticas públicas, o Estado tem se privado de garantir direitos” e enfatiza que a auto-organização de redes e coletivos  potencializa a organização e visibilidade as diversidades juvenis.

Apresentação dos Grupos de Trabalho por Regiões de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco
Apresentação dos Grupos de Trabalho por Regiões de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco / Foto: Gambiarra Imagens

Para compartilhar e refletir sobre como ocorreu os processos de conferências municipais nas quatro Regiões de Desenvolvimento de Pernambuco (Agreste, Sertão, Zona da Mata, Região Metropolitana do Recife), a técnica da Etapas, Waneska Bonfim, facilitou a atualização do Mapa de Incidência Política, onde os jovens formaram Grupos de Trabalho para destacar suas principais dificuldades e proposições políticas.

conferencia-livre-FOJUPE-setl5
Diversidades juvenis formam Grupos de Trabalho /Foto: Gambiarra Imagens

A técnica destacou que em algumas regiões foi possível fazer articulação com os conselhos municipais e Casas das Juventudes. “Apesar das dificuldades financeiras dos governos, os conselhos realizaram esse papel de exigibilidade da realização das Conferências”. Waneska ressaltou a importância de dialogar com as diferenças: “Seja entre governo e sociedade civil ou mais jovens e mais experientes, o mais valioso é o aprendizado que se pode ter nos processos de construção coletiva”.

Por fim, houve a elaboração de propostas dos Grupos de Trabalho sobre a Política Pública de Juventude a partir dos 11 direitos previstos no Estatuto da Juventude, onde foram aprovadas 52 propostas que serão levadas à Conferência Estadual de Juventude de Pernambuco.

 

“Existem pessoas que se alimentam destas práticas. Existem pessoas que pagam por sexo com crianças e adolescentes, com o único intuito de realizar seus fetiches e desejos mais obscuros. Assim como a maldade alheia, que vem de uma prática milenar de mercantilização do ser humano, associados a uma questão meramente cultural e/ou econômica.”- Inês Dias (Militante na prevenção e combate à violência doméstica e sexual)

Em 23 de setembro é lembrado o Dia Internacional contra a Exploração Sexual. A Lei Palácios foi criada há exatamente 102 anos, na Argentina, para punir quem promovesse ou facilitasse a prostituição e corrupção de crianças e adolescentes e inspirou outros países a protegerem sua população, sobretudo mulheres e crianças, contra a exploração.

A Equipe Técnica de Assessoria, Pesquisa e Ação Social (Etapas), entrevistou a militante na prevenção e combate à violência doméstica e sexual, Inês Dias. Ela, que iniciou sua militância devido a opressão que sofria no ambiente doméstico, passou de vítima à representante do Brasil em movimentos internacionais. No momento, atua na assessora técnica da Secretaria Executiva da Criança e Juventude do Governo do Estado de Pernambuco .

Etapas: O que te motivou e como iniciou-se o processo de militância?

Inês Dias: A violência permeava a minha família. Em 1991, comecei a ser assistida pela ONG Feminista – Coletivo Mulher Vida – e então descobri que eu não precisava mais sofrer violência, ou melhor, que eu nem tinha que está sofrendo violência, pois as crianças precisam ser amadas e protegidas. Nesse despertar, veio o desejo de dar um basta, o desejo de libertação, o desejo de gritar para o mundo ouvir: “basta de violência.”

Durante estes 14 anos, fiz cursos, participei de espaços políticos e de controle social, passei a representar a instituição em conferencias, seminários, congressos e qualquer evento cujo o adolescente e o jovem fossem o público desejado. Mas, eu queria mais… participei do I Congresso Mundial contra a Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes, em 1996, na cidade de Estocolmo – Suécia. A partir de então  passei a representar o meu país em movimentos internacionais como foi o caso do ECPAT internacional.

A violência sexual pode ser configurada em abuso e exploração, qual a diferença?

Abuso sexual é todo ato de natureza sexual, com ou sem contato físico, sem o consentimento da vitima. E, nos casos com crianças, esse “consentimento” não existe.

No caso da exploração sexual, é todo ato de natureza sexual, com objetivo de lucro. Ou seja, o uso do corpo de uma criança ou adolescente para fins de obter prazer sexual, mediante pagamento. Este pagamento pode ser em espécie ou não (alimentos, objetos e bens de consumo).

O que configura a exploração sexual? Quais as causas?

A exploração sexual é caracterizada pela relação sexual de uma criança ou adolescente com adultos, ou pessoas mais velhas, mediante pagamento em dinheiro ou qualquer outro benefício. Ela se manifesta comumente nas seguintes formas: pornografia, exploração sexual, no turismo e trafico para fins sexuais.

O Guia de referência: construindo uma cultura de prevenção à violência sexual define a exploração sexual em agenciada e não agenciada. Ela é agenciada quando há a intermediação por uma ou mais pessoas ou serviços. No primeiro caso, as pessoas são chamadas rufiões, cafetões e cafetinas e, no segundo, os serviços são normalmente conhecidos como bordéis, serviços de acompanhamento, clubes noturnos. São não agenciadas quando há a prática de atos sexuais realizada por crianças e adolescentes mediante pagamento ou troca de um bem, droga ou serviços.

No tocante a exploração sexual, não podemos definir causas que levam a exploração. Podemos afirmar, sim, que muitos fatores estão associados a este tipo de crime, que podem ser de ordem cultural, social e econômica.

Quais as consequências causadas às vítimas?

O dano causado às vitima são, desde o amadurecimento precoce à aquisição de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), gravidez na adolescência e ou indesejada, maus tratos, violência física, uso abusivo de drogas e outros. Estes danos podem ser de natureza psicológica ou física, e em situações extremas, podem levar a morte.

Como está o atual cenário pernambucano em relação a essa prática?

Em Pernambuco o único dado oficial que temos é o mapeamento da Policia Rodoviária Federal, onde define alguns pontos de vulnerabilidade e exploração sexual nas rodovias brasileiras e destaca por Unidade da Federação. Contudo, é notório que este número é crescente, uma vez que não existe nenhuma proposta metodológica de intervenção prática com as vítimas nos locais citados, ou seja, há de certa forma uma falta de atuação frente a este tipo de violação por parte dos órgãos governamentais e não governamentais em Pernambuco.

No Disk 100, as denúncias de violência sexual chegaram a 7 mil em 2014, das quais 27% foram provenientes da região Nordeste e somente 5% foram de Pernambuco. Como podemos explicar este caso?

Com relação ao Disque 100, existem muitas questões a serem ponderadas. Neste caso especifico, eu faço um recorte de que a denúncia está diretamente ligada a resolutividade dos casos, ou seja, a sociedade de um modo geral tende a desacreditar nos canais de denúncia, quando os mesmo deixam a desejar.

O Disque 100 passou por diversas reformulações neste período, o que, de certa forma, comprometeu a sua qualidade. Principalmente nas intervenções de violência e nos encaminhamentos dados. Muitos equívocos com relação ao fluxo e até muitas vezes a inacessibilidade dos usuários aos canais. Contudo, é bem verdade que precisamos intensificar cada vez mais as campanhas educativas e informativas, visando a ampliação do olhar da sociedade acerca da denúncia, principalmente com relação a violações de direitos de crianças e adolescentes.

Segundo dados do II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil (2005), uma em cada três trabalhadoras do sexo, no Recife, tem menos de 18 anos e aproximadamente metade delas é usuária regular do crack. Qual sua análise a respeito deste dado?

Estes dados são no mínimo aterradores, afinal, nominar mulheres menores de 18 anos de trabalhadoras do sexo é no mínimo um grande equivoco. A legislação brasileira é muito clara, meninas ou meninos, menores de 18 anos envolvidas no mercado do sexo estão sendo vítimas de exploração sexual e tendo isso com um dado oficial, isso teria que no mínimo ter virado denuncia.

Ponderado este dado, infelizmente, a grande maioria dos adolescentes envolvidos na exploração sexual estão, sem dúvidas, enterradas nas drogas. Contrariando os argumentos da sociedade movidas pelo preconceito do senso comum, estas meninas não conseguem dinheiro fácil, muitas vezes têm que se drogar pra suportar os abusos e violências dos clientes, que pagam pelo sexo e desta forma se sentem no direito de fazê-los. Para estas pessoas, as vítimas tornam-se um mero objeto sexual e /ou mercadoria de troca.

Quais as práticas que ainda sustentam a rede de exploração sexual?

Na verdade, falando de forma simplória, e pode até ser considerada um pouco leviana, o que sustenta a rede de exploração sexual, com todo vigor que ela tem até hoje, é a demanda. Existem pessoas que se alimentam destas práticas. Existem pessoas que pagam por sexo com crianças e adolescentes, com o único intuito de realizar seus fetiches e desejos mais obscuros. Assim como a maldade alheia, que vem de uma prática milenar de mercantiliza do humano, associados a uma questão meramente cultural e/ou econômica.

Quais as ações de enfrentamento do Governo do Estado de Pernambuco?

A Secretaria Executiva da Criança e Juventude vem ao longo de quatro anos, precisamente, desenvolvendo o Programa Atenção Redobrada, que é uma estratégia viável de enfrentamento a estas e outras práticas de violação de direitos de crianças e adolescentes. O programa tem o município como o grande protagonista da ação, tendo o estado como um parceiro direto, no planejamento, capacitação dos atores envolvidos e no monitoramento.
A secretaria participa também como membro de espaços de articulação política e controle social, como fóruns, redes, comitês e conselhos de direito.

Quais os desafios enfrentados pelo Governo?

Os desafios são diversos. Atualmente, o principal deles é a conjuntura política e econômica atual, que não nos permite ampliar nossas ações, e muitas vezes, acaba por culminar com a descontinuidade de algumas ações. Contudo, desafios existem para serem superados, e é muito importante criar estratégias de superação. Uma delas seria estimular os municípios a desenvolverem ações locais, fomentando o protagonismo dos mesmos em iniciativas locais, onde oferecemos apoio de forma técnica e materiais educativos e informativos.

A Etapas esteve capacitando jovens mulheres do território Ibura-Jordão, durante o triênio 2012-2015, com o projeto “Reduzindo a Exploração Sexual de Meninas: Uma Abordagem Integrada” – confira a matéria

A Equipe Técnica de Assessoria, Pesquisa e Ação Social (Etapas) promove um Festival Cultural, em parceria com a Federação Ibura-Jordão (FIJ), para os moradores da comunidade de Três Carneiros (Ibura), na próxima quarta-feira (30/9), das 9h às 20h, na quadra pública da comunidade e na Escola Municipal Severina Bernadete. Serão oferecidas atividades lúdicas e educativas para as crianças, familiares e parceiros do projeto “Sistema de Vínculos Solidários”, além de serviços de saúde à população.

Convite:

convite-festival-cultural-set1Sistema de Vínculos Solidários:

O projeto “Sistema de Vínculos Solidários”- de parceria entre a Etapas, ActionAid e FIJ – tem como objetivo contribuir para melhoria das condições de habitabilidade no Ibura-Jordão, a partir do fortalecimento das organizações comunitárias, através do apadrinhamento de crianças. O projeto é baseado na luta pela garantia de direitos e a construção de laços de solidariedade, onde uma rede de parceiros (escolas, gestores públicos, empresários locais e voluntários) apoiam a organização de feiras de serviços, palestras, oficinas, mutirões de saúde, caminhadas, reunião cursos e maratonas.

Atualmente, o projeto vínculos solidários atinge cerca de 1000 crianças e suas famílias sendo um dos principais projetos da Etapas no território.

“Fazendo arte a gente tá construindo um mundo mais colorido”, é a conclusão de Elias Amaro (10), após participar da Oficina de Grafitagem, dias 17 e 18/9, facilitada por Jose Cleiton, mais conhecido como Carbonel, para crianças moradoras de Três Carneiros participantes do projeto “Mudando Práticas, Assegurando Direitos” MPAD – de parceria entre a Equipe Técnica de Assessoria, Pesquisa e Ação Social (Etapas) e o Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica).

Cerca de 20 crianças foram incentivadas a criarem desenhos livres (a partir da reflexão sobre os direitos do Estatuto da Criança e do Adolescente) e pintaram seus desenhos na parede do Clube de Mães de Três Carneiros (local onde acontecem as aulas do projeto). Além de Carbonel, os grafiteiros Jr. Cam e Treloso – ambos moradores das comunidades do Ibura – deixaram suas intervenções artísticas do Clube de Mães.

Carbonel, que atua como grafiteiro há 16 anos, é adepto do jargão “Colorir pra Educar” e explica: “a arte de grafitar faz parte de um processo de educação popular, onde as práticas de interação com o graffit geram uma atitude cidadã. Refletir, desenhar e colorir o muro são processos que incentivam o respeito e a solidariedade ao próximo”, apontou o artista.

O Educador da Etapas, Cristiano Ferreira, diz que além de elevar a autoestima dos alunos, a oficina incentiva o trabalho coletivo. “Eles aprendem a trabalhar em favor da comunidade e isso favorece a sensação de pertencimento. O clube de mães torna-se referência do aprendizado e faz com que haja a multiplicação de conhecimento”, opina.

Para o coordenador do projeto, Pedro Ribeiro, a realização de uma oficina de grafitagem ajuda a quebrar de preconceitos. “Há uma marginalização em torno dessa arte, mas através do diálogo com os familiares, lideranças comunitárias e com as próprias crianças, conseguimos criar uma identidade visual para o Clube de Mães e mostrar que a diferença que pode fazer no visual de uma comunidade”, expõe o coordenador.

Segundo Carbonel, “a galeria de arte não está só nos museus, a comunidade pode virar uma galeria de arte.”

O grafiteiro Junior Campelo (vulgo Jr. Cam), afirma que sua maior satisfação em realizar o trabalho “é perceber que a comunidade está viva”. Ele diz que ensinar a arte do grafite para crianças de sua comunidade é motivador, “futuramente elas podem optar por seguir a carreira e levar nossa história de resistência, através de suas artes, para o mundo”, conclui.

O projeto MPAD tem como parceiros a Escola Municipal Severina Bernadete, o Conselho Tutelar da Região Político-administrativa (RPA) 6, o Distrito Sanitário da RPA6 e o Posto de Saúde Três Carneiros Alto.

 

O Fórum das Juventudes de Pernambuco realiza sua Conferência Livre, nos dias 11, 12 e 13 de setembro, no município de Garanhuns. O objetivo é discutir as propostas aprovadas nas conferências municipais e propor ações para os poderes públicos na Conferência Estadual de Juventude de Pernambuco prevista para acontecer em 6 e 7 de outubro deste ano em curso.

conferencia-livre-fojupe1

O FOJUPE oferece formação política para os jovens do campo e da cidade, promovendo o diálogo entre as diversidades juvenis para que reflitam sobre os direitos previstos nas Políticas Públicas de Juventude, na perspectiva de fortalecer a luta dos coletivos juvenis para o controle social.

Confira os depoimentos dos jovens sobre o último encontro do FOJUPE (junho/2015):

Há três meses, o projeto “Mudando Práticas, Assegurando Direitos” – realizado pela Etapas com apoio do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente (COMDICA) – executa atividades semanais de formação com 20 crianças moradoras da comunidade de Três Carneiros (Ibura), buscando enfrentar à violência doméstica e sexual contra crianças e adolescentes através da construção de novas práticas de diálogo e participação, envolvendo crianças, lideranças comunitárias, gestores públicos, familiares e responsáveis.

projeto-MPAD1
Momento da roda de leitura com as crianças do projeto “Mudando Práticas, Assegurando Direitos”

As atividades semanais acontecem no Clube de Mães de Três Carneiros, que foi todo reformado para receber as crianças. Segundo o educador, Cristiano Ferreira, as reflexões abordadas são temáticas transversais que perpassam pela ética, educação ambiental, pluralidade cultural e saúde. “Realizamos oficinas lúdicas e rodas de leitura procurando fazer com que as crianças tenham a oportunidade de vivenciar a infância de forma integral e se reconhecerem como sujeitos de direitos para transformação da realidade local”, afirma o educador.

O pequeno Weverton, 10 anos, diz que as brincadeiras o estimulam a praticar exercícios físicos e de concentração “minha brincadeira predileta é pular corda e jogar dominó”. Questionado sobre as mudanças que têm percebido após os três meses de participação no MPAD, ele avalia que melhorou seu desempenho na escola regular nas matérias de português, ciências e matemática.

A avaliação e monitoramento das mudanças de práticas são realizados através de reuniões mensais com familiares e parceiros (Escola Municipal Severina Bernadete, Conselho Tutelar e Distrito Sanitário da RPA6, Posto de Saúde Três Carneiros Alto). O coordenador do projeto, Pedro Ribeiro, ressalta que é preciso alinhar os discursos e esclarecer o trabalho para que todos estejam motivados.

Uma das mudanças percebidas por Pedro foi a criação do senso de responsabilidade dos alunos. “As crianças que acordavam próximo ao meio dia para frequentar a escola regular, atualmente, com o MPAD, precisam estar no Clube às 8h e antes desse horário já tem gente esperando o educador chegar”, ele explica que os pequenos foram inscritos pelas mães ou responsáveis, mas não são obrigados a ficar no projeto, “o ponto positivo é que a taxa de evasão, até agora, é zero”, avalia o coordenador.