A convite da Defensoria Pública da União do Recife, a Etapas participou do evento de inauguração da nova sede da DPU-Recife – localizada na Avenida Manoel Borba 649 – Boa Vista, que teve o objetivo de aproximar o órgão de assistência jurídica dos movimentos sociais, organizações, redes e fóruns da sociedade civil atuantes na luta por direitos humanos.

A Coordenadora do programa de Direito à Cidade da Etapas, Isabela Valença, ressalta que a aproximação do DPU – na atual conjuntura de perda de direitos – é importante para nortear a sociedade sobre as ações do órgão e dar suporte às classes populares mais vulneráveis à violência de Estado.

“A gente trabalha com uma população vulnerável às violações de direitos que não tem como pagar para ter um suporte profissional. A nossa expectativa é que o DPU crie calendários periódicos como os movimentos sociais e leve informações sobre a assessoria jurídica oferecida para dentro das comunidades”, ressalta.

A iniciativa visa fortalecer a atuação de uma Rede de Proteção de Crianças e Adolescentes no Ibura que atue em casos de violências doméstica e comunitária

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Com o objetivo de formar cidadãos para identificação, tratamento e encaminhamentos de casos de violências doméstica e comunitária praticadas contra crianças e adolescentes nos bairros do Ibura e Jordão, a Etapas promove o Curso de Detentores de Deveres voltado para lideranças comunitárias, gestores públicos e representantes de conselhos tutelares do território, que acontece nos dias 1 e 5 de dezembro, das 12h às 19h, no Hotel Vela Branca – Boa Viagem. A iniciativa visa fortalecer a atuação de uma Rede de Proteção de Crianças e Adolescentes no Ibura como parte do plano de trabalho do projeto “Mais Proteção, Menos Violência” (Etapas/KNH) – que atua na formação direta de 140 crianças e adolescentes e suas respectivas famílias/responsáveis das comunidades de 27 de abril e Portelinha – Ibura.

O curso contará com duas mesas de debates e uma roda de diálogo em sua programação. A primeira mesa irá discutir o “Cenário atual da garantia de direitos e os desafios para as políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes”. A mesa dois debaterá sobre “O que significa violência doméstica e comunitária”. A Roda de Diálogo: Conhecendo os serviços públicos voltados para o enfrentamento da violência doméstica e comunitária encerra o momento de debates para início da construção de estratégias para enfrentamento e encaminhamento dos casos de violências.

A coordenadora de projetos da Etapas, Neide Silva, relata a ideia é construir momentos de exposição e debates criando um ambiente de aprendizado e troca de informações e experiências envolvendo todos os diferentes segmentos de atenção que se relacionam com o tema da proteção e defesa das criança e adolescentes na perspectiva de construir uma agenda coletiva e fortalecer uma Rede de Proteção de Crianças e Adolescentes no território.

A atividade  reuniu 600 pessoas que ocuparam as comunidades da UR-1 e UR-2 (Ibura) com esporte, cultura, lazer e prática da solidariedade para endossar a luta dos moradores por melhores condições de habitação e direitos humanos

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No último domingo (13/11), cerca de 350 crianças e adolescentes, entre 10 e 17 anos do Ibura, percorreram três quilômetros dos morros do território para endossar a luta dos moradores por melhores condições de habitação e direitos humanos na VI Maratona com Crianças e Adolescentes do Ibura. A ação social integrou comunidade, organizações da sociedade civil, poder público local e voluntários na ocupação de espaços públicos com esporte, cultura e lazer unidos pelo desejo de fazer do mundo um lugar menos desigual.

A atividade – organizada por ETAPAS, ActionAid e Federação de Moradores do Ibura-Jordão (FIJ) – mobilizou cerca de 600 pessoas. Entre beneficiários e atores sociais, cada cidadão teve um papel na organização, realização e manutenção da Maratona – que como o nome sugere – é preciso esforço individual e coletivo para superação do cansaço em prol da prática da solidariedade.

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Equipe de Técnicos da Etapas, ActionAid e Voluntários envolvidos nas tarefas de distribuição de camisas personalizadas da Maratona
O evento teve início às 7h com concentração em frente a Compesa da UR-2. A medida que as famílias ocupavam a Rua Jornalista Costa Porto, a comissão organizativa e equipe de voluntários se envolviam em tarefas para distribuição de camisas, água e lanches para os atletas e familiares. Enquanto isso, a Catirina – da dupla teatral Mateus e Catirina – fazia intervenções irreverentes na comunidade e as mães e crianças davam um exemplo de cidadania formando grupos para recolhimento do lixo produzido.

Uma atividade de alongamento com os atletas sucedeu as duas largadas da corrida – que foi dividida em quatro categorias – feminina e masculina – 10 a 12 e 13 a 17 anos e premiou os 12 primeiros colocados com bicicletas.

Confraternização e Premiação

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Na chegada à Rua Paulista (UR-1), por volta das 11h, a população foi recebida com aparelhos recreativos (cama elástica e piscina de bolas), lanches e apresentação cultural do Bloco Carnavalesco Boi de Mainha – formado por moradores do Ibura de Baixo – que pôs todos que ocupavam a Praça do Leiteiro para dançar coco, maracatu e ciranda.
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Além de premiar os 12 primeiros colocados com biclicletas e troféus, a Maratona presenteou todos os maratonistas com medalhas. Sorteou duas bicicletas a mais para os atletas, 60 aparelhos eletrônicos e utensílios domésticos para as famílias e 70 vales presentes de lojas de roupas para todas as crianças presentes.

 

 

Após 8 horas de evento, quatro meses de organização e em comemoração aos 10 anos de parceria entre FIJ, ETAPAS e ActionAid- Brasil – com o projeto de Fortalecimento dos Vínculos Solidários, Comunitários e Sociais no Ibura e Jordão – a VI Maratona marcou sua maior edição nos últimos seis anos e mostrou que com organização política, união, solidariedade e amor ao próximo é possível transformar realidades.

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Momento simbólico une lideranças comunitárias do Ibura e técnicos da sociedade civil para repartir o bolo em comemoração aos 10 anos de parceria entre FIJ/Etapas/ActionAid

Para o coordenador de programas da Etapas, Pedro Ribeiro, a Maratona é resultado da articulação fortalecida das entidades parceiras com as 54 organizações de moradores que formam a Federação do Ibura-Jordão. “A maratona é um momento de confraternizar a parceria que faz o morro do Ibura ser histórico em conseguir mais serviços e políticas públicas para o território, graças a articulação que temos fortalecida há 10 anos”, afirma.

Com o objetivo de promover o acesso da população socioeconômica excluída às políticas públicas de saúde e oferecer um dia de atividades lúdicas e educativas para crianças e famílias residentes no Ibura, organizações da sociedade civil, gestores públicos, líderes comunitários e voluntários locais uniram-se para fazer da Feira de Serviços um dia em prol do Meio Ambiente na comunidade do Pantanal.

Canaletas entupidas de lixo ficam expostas aos animais e moradores da comunidade do Pantanal (Foto: Comunicação Etapas)

No Pantanal, como em comunidades carentes de serviços públicos e segregadas pelo modelo socioeconômico das grandes metrópoles, pode se ver o lixo acumulado nas canaletas, ao longo das ruas e nos esgotos, exposto ao contato dos animais, dos catadores, das crianças.

A Feira promoveu Rodas de Diálogos sobre o descarte correto do lixo, Oficinas de Reciclagem e de Combate às doenças causadas pelo Aedes Aegypti.

O Dia da Reciclagem contemplou adultos e crianças. Voluntários com habilidades artísticas e cheios de solidariedade, ensinaram as famílias que passaram no local, a confeccionar decorações para o lar e brinquedos reutilizando garrafas pet.

Os voluntários do grupo “Plantando o Bem” realizaram rodas de diálogo sobre o plantio da crotalária – planta que atrai a libélula que é predadora do Aedes Aegypti – e distribuíram as sementes.

A Feira também promoveu atividades recreativas com brincadeiras para crianças e sorteio de utensílios para o lar para os adultos.

A atividade é realizada duas vezes por ano, em comunidades distintas do Ibura, através da articulação entre: Etapas, Federação de Moradores do Ibura-Jordão (FIJ) e ActionAid-Brasil, que são parceiras  há 10 anos e atuam na melhoria das condições de vida dos moradores dos bairros do Ibura e Jordão através da execução do projeto de Vínculos Solidários.

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Jovens do Fórum das Juventudes de Pernambuco (FOJUPE) reúnem-se na próxima sexta (12/8) – Dia Internacional da Juventude, no município do Cabo de Santo Agostinho para protestar contra o genocídio da juventude negra e fortalecer a luta do Fórum das Juventudes do Cabo (FOJUCA) por reformas nas áreas de lazer, incentivo à profissionalização e reivindicação contra a aprovação do aumento salarial para legislatura 2017/2020 de vereadores, prefeito, vice e secretários municipais sem consulta popular.

A concentração será na frente da Câmara de Vereadores. Haverá confecção de camisas e cartazes da campanha “Jovens Pelo Direito de Viver” (FOJUPE). Os jovens sairão em caminhada até o Centro Administrativo do Cabo (CAM) para fixação de cartazes e entrega do documento com as reivindicações.

Após o ato, haverão apresentações culturais no Pátio do CAIC.

 

Avenida Dois Rios e Dom Helder Câmara. Quem já precisou trafegar por essas rotas em horários de pico que levam os moradores do Ibura aos bairros com maior concentração de serviços públicos, trabalho e lazer do Recife sabe o que é sentir impotência sobre acessar o direito de ir e vir na cidade.

“O trânsito está tão travado, que alguns usuários de ônibus estão preferindo descer e ir andando para suas casas”, comenta o morador da UR2, Clayton Leal.

A impaciência dos moradores do Ibura não se restringe apenas ao trânsito que chega a um quilômetro de extensão somando as duas avenidas. Os habitantes do segundo maior bairro do Recife aguardam – desde 2013 – a implementação de um projeto viário planejado pelo governo municipal– por insistência e incidência política dos líderes comunitários que integram a Federação Ibura-Jordão – que previa alargar os 290 metros da Av. Dois Rios e resolver os problemas de drenagem, sinalização e acessibilidade do entorno.

Passados três anos, o governo municipal decidiu mudar o acordo – sem consultar a população do Ibura – porque, segundo a engenheira da Empresa de Urbanização do Recife (URB), Conceição Lafaiete, o projeto de Alargamento não contemplava as pontes. “O alargamento traria mais transtornos do que soluções. Acarretaria num estrangulamento de tráfego nas pontes e consequentemente aumentaria o congestionamento da via”, comenta.

Um novo projeto foi elaborado. A chamada Radial Sul promete ligar o Ibura aos bairros da Imbiribeira, Ipsep e Boa Viagem, requalificar as vias existentes e implementar faixas exclusivas de ônibus, ciclofaixa bidirecional, calçadas amplas e acessíveis, fiação embutida e nova iluminação, mas as obras continuam sem data para sair do papel. Segundo a engenheira da URB, o projeto tem 160 milhões em verbas aprovadas pela Caixa Econômica Federal, mas estão congeladas no Ministério das Cidades (em Brasília). “Se as obras da Radial Sul não começarem até o final de 2016, a gente vai fazer o alargamento das pontes”, afirmou Conceição.

LUTA COMUNITÁRIA

Buscando intervir no debate político (conforme prevê o Direito à Participação Social da Constituição Federal) e pautar as necessidades dos moradores do território, a Federação Ibura Jordão (FIJ) realiza, periodicamente, reuniões e seminários com gestores públicos de Pernambuco, na perspectiva de melhorar as condições de vida das famílias o território.

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A sociedade civil pôde debater as demandas da pasta de Mobilidade no 4º seminário de Transito e Transporte realizado pela FIJ/Etapas/ActionAid, no Ibura, com a presença de representantes das empresas Grande Recife Consórcio de Transportes, Vera Cruz, Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), EMLURB e URB-Recife. O secretário João Braga (Mobilidade do Recife) foi convidado, mas não compareceu.

A atividade faz parte de um plano estratégico das organizações parceiras, que busca a efetivação de direitos através da implementação e melhoria das políticas sociais e serviços públicos no território.

“Os moradores estão sendo lesados porque a discussão [sobre a Radial Sul] está sendo protelada”, afirma o morador da UR11, Carlos André.

PROBLEMAS

SANEAMENTO:

Enquanto não se cumpre as promessas governamentais, os moradores precisam conviver com o lixo que se amontoa nas ruas devido a falta de saneamento regular.
A moradora da UR12 – D. Maria José, que há 34 anos reside na Rua Pessegueiros, diz que as canaletas “só vivem” entupidas e que além de oferecer riscos para saúde, ocasiona alagamentos e impedem ainda mais a circulação de pedestres e passageiros nas ruas.

SINALIZAÇÃO:

Dentre outros casos, a falta de sinalização das vias do Jordão está causando acidentes. Os moradores reclamam de atropelamentos constantes na Avenida onde está situado o terminal de ônibus da comunidade.

FISCALIZAÇÃO:

seminario-mobilidade-ibura1 (2)Os estacionamentos irregulares de carros dificultam o trânsito do transporte coletivo. Segundo Clayton, a avenida Jornalista Costa Porto está virando um “galpão” de ferros velhos. “Tem oito carros permanentemente estacionados numa via que passa cinco linhas de ônibus”, comenta. “Na Avenida Pernambuco os motoristas de carros estacionam dois lados da via. Sendo que de um lado é faixa amarela. Está faltando fiscalização”, completa.

 

TRANSPORTE COLETIVO:

A má qualidade do transporte que não oferece segurança ou comodidade para seus usuários, seja pela falta de conservação dos bens utilizados, seja pelo despreparo dos profissionais e concessionárias, é motivo de reivindicação.

As reclamações que foram feitas no seminário são pelo fato da mal conservação dos ônibus e não cumprimento de horários de saída dos terminais. O desrespeito com as crianças que precisam se arrastar por baixo da catraca para acessar o transporte coletivo. A funcionalidade das rampas de acesso para cadeirantes e o mal atendimento das ouvidorias dos órgãos públicos.

A FIJ apresentou possíveis soluções paliativas para desafogar o trânsito e beneficiar os usuários:

•    Construção de uma ¹Rota de Fuga na saída da Rua Dom Helder Câmara com a Av. Recife
•    Implementação da Faixa Azul na Av. Recife
•    Relocação do Giro a Esquerda no retorno do TI Tancredo Neves

ENCAMINHAMENTOS

O não comparecimento do gestor de mobilidade do Recife causou indignação na população presente no Seminário, o que fez com que as lideranças enviassem uma Nota de Repúdio à secretaria do município. Assim como foi encaminhado um ofício com as propostas da FIJ com solicitação de respostas na próxima reunião marcada para o dia 11 de julho.