Com o apoio da Sempre Livre e Carefree, a ação faz parte do projeto “Ibura Empoderado”, uma iniciativa do UNICEF em parceria com a Etapas para o enfrentamento à violência baseada em gênero.

A caminhada passou pelas ruas do entorno da Escola Florestan Fernandes, no Ibura de Baixo

Com o objetivo de despertar reflexões sobre dignidade menstrual, direito à liberdade e ao corpo e empoderamento feminino, aconteceu na última quinta-feira (7/4), O Mutirão da Dignidade Menstrual no Ibura. O evento reuniu cerca de 100 pessoas, entre estudantes, artistas, representantes da sociedade civil e profissionais da Escola Florestan Fernandes em ações simultâneas de caminhada, panfletagem, colagem de lambe lambe, batucada, encenação teatral e grafitagem na área externa da escola.

Com o apoio da Sempre Livre e Carefree, a ação faz parte do projeto “Ibura Empoderado”, uma iniciativa do UNICEF em parceria com a ONG Etapas, que estará capacitando, durante seis meses, 200 adolescentes e jovens para atuarem no enfrentamento ao racismo e à violência baseada em gênero.

Antes da ação de rua, A Etapas realizou duas oficinas sobre o tema da dignidade menstrual – com 40 adolescentes – facilitadas pelo grupo percussivo-teatral Violetas da Aurora – que utilizaram a metodologia da palhaçaria para abordar a menstruação de maneira cômica, escrachada e natural.

Para o coordenador do projeto, Pedro Ribeiro, o processo de construção coletiva foi o que fez o Mutirão dar certo.

“É muito importante jogar luz sobre o tema e tirar a menstruarão do lugar de tabu. Essa articulação com a Escola Florestan Fernandes, com as palhaças Violetas da Aurora, com comerciantes locais, fortalece ainda mais o projeto”, conclui.

Para a estudante Keylane Ferreira, de 14 anos, a participação no projeto faz com que ela se empodere e incentive outras mulheres a lutar pelos seus direitos. “É importante falar sobre menstruação, sobre violência contra mulher para que a gente quebre esse tabu em torno do tema”. Ela conclui “a menstruação não é fácil, mas também não é um bicho de sete cabeças; acho importante os meninos também saberem disso”.

Além da formação de estudantes, o projeto visa sensibilizar agentes públicos das áreas da saúde, educação e assistência sobre essas temáticas, fortalecendo ainda a articulação entre organizações locais e poder público.

Para a diretora da Escola Florestan Fernandes, Karla Pereira, trabalhar a dignidade menstrual é “importantíssimo” para o processo de aprendizagem, “porque cada dia perdido por conta de uma cólica menstrual, cada dia perdido porque falta absorvente para essa menina, é irreparável. A gente não consegue fazer esse processo de retomada das aulas depois. ”

Pobreza menstrual – A pesquisa “Pobreza Menstrual no Brasil: Desigualdade e Violações de Direitos”, lançada em 2021 pela UNFPA e UNICEF, mostrou que 713 mil meninas brasileiras vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio e mais de 4 milhões não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas:  falta absorventes e instalações básicas como banheiros e sabonetes. O relatório indicou que a falta de informação e a ausência de condições sanitárias impacta na dignidade, integridade corporal, saúde e bem-estar, podendo causar evasão escolar.

Galeria de Fotos

Com o objetivo de desenvolver em jovens e adolescentes o auto reconhecimento enquanto pessoas negras, para que possam se empoderar e intervir politicamente no seu contexto social, considerando as insterseccionalidades que recortam a experiência de vida da pessoa negra, a Etapas está realizando uma formação com 30 jovens do Ibura sobre Afroletramento: auto reconhecimento, empoderamento e relações raciais.

Esses jovens já passaram por algum projeto da Etapas quando crianças e/ou adolescentes e hoje participam do nosso programa de voluntariado para a execução e protagonismo de algumas atividades no território.

Já foram realizadas cinco rodas de diálogo com os temas:

1- Negritude e ancestralidade;
2- Racismo, eugenia e genocídio negro;
3- Mulheres negras;
4- Corpo, gênero e sexualidades negras;
5- Jovens negros e participação política

Com facilitação da socióloga Jamily, da pedagoga Keise, da estudante de serviço social Jarda e da educadora popular Lídia do movimento Ibura Mais Cultura

A culminância da formação será realizar um festival cultural no Ibura, dia 15 de dezembro, ao final da 9ª Maratona Infantojuvnenil do Ibura. A programação já conta com apresentações de dança e grupos percussivos e de um vídeo produzido pelos jovens voluntários.

Entendendo os desafios de ser jovem na perspectiva do desmonte das políticas públicas e pela ausência desse debate no cenário e na agenda política do estado de Pernambuco, o Fórum das Juventudes de Pernambuco (FOJUPE), vem construindo, desde de 2017,  a articulação coletiva e ato político AGOSTO DAS JUVENTUDES – JOVENS PELO DIREITO DE VIVER, que visa reclamar os direitos previstos no Estatuto da Juventude e também dos planos estaduais e municipais voltados para essa população. O ato de 2017 reuniu cerca de 2000 jovens  nas ruas do Recife e para o ano eleitoral de 2018, os jovens do FOJUPE voltam às ruas na próxima sexta-feira (24/8), às 15h, com concentração na Praça do Derby,  para novamente exigir o respeito aos direitos das juventudes previstos no estatuto, assim como a aplicação dos planos municipais e estaduais de juventude.
Neste contexto de não efetivação de direitos, onde as juventudes têm padecido diante das diversas negligências e mesmo violências perpetradas pelo Estado, o FOJUPE, a partir das metodologias de mobilização o II Ato Político Agosto das Juventudes buscou compreender essas vivências por meio de rodas de diálogo JUVENTUDES NAS COMUNIDADES, que resultou na construção de um documento com denúncias e propostas de jovens do Sertão, do Agreste, da Zona da Mata e da Região Metropolitana a partir de sete eixos:

1-Pelo Direito de Viver com acesso ao Território e à Mobilidade

2-Pelo Direito de Viver e Contra o Etnocídio da Juventude Negra, Indígena e Quilombola

3-Pelo Direito de Viver e Contra o Feminicídio e a Violência LGBTQI

4-Pelo Direito de Viver e Contra as Reformas Nas Políticas Socais (Trabalhista, Previdência, Educação)

5-Pelo Direito de Viver e em defesa da Agroecologia

6-Pelo Direito de Viver com Cultura

7-Pelo Direito de Viver com Saúde

A Carta Política do FOJUPE será entregue para os parlamentares e candidatos em Pernambuco ao final do ato na Praça do Diário – Recife.

Confira as denúncias e propostas da Carta Política do FOJUPE na íntegra:

Carta das Juventudes de Pernambuco

 

Cerca de 1 mil e 500 jovens ativistas – indígenas, mulheres, negros/as, quilombolas, camponeses, LGBTs, estudantes, trabalhadores/as, artistas e militantes representantes de coletivos e organizações juvenis vindos da Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata, Agreste e Sertão, percorreram ruas centrais do bairro do Recife – no dia 11 de agosto – em protesto contra os descasos do Governo do Estado com as juventudes pernambucanas. O ato público, promovido pelo Fórum de Juventudes de Pernambuco (FOJUPE) – fez alusão ao Dia Internacional das Juventudes (12/8) – para denunciar o extermínio da juventude negra; Contra o feminicídio e a violência contra a população LGBT; Contra as reformas trabalhista, da previdência e educacional; Em Defesa das juventudes agroecológica e pelo direito ao território e à mobilidade.

Da concentração no Parque 13 de maio à chegada na Secretaria de Desenvolvimento Social, Crianças e Juventudes (Av. Cruz Cabugá – Recife) os jovens produziram cartazes, entregaram panfletos aos transeuntes, gritaram palavras de ordem e promoveram intervenções teatrais para expressarem suas realidades, denunciar as violência do Estado e pedir pelo direito de viver.

Dados do Mapa da Violência 2016 apontam que dentre 56 mil homicídios ocorridos por ano no Brasil, 77% são de negros. Em Pernambuco, somente nos meses de janeiro a junho de 2017, ocorreram 162 assassinatos e 15.081 notificações de violência contra mulher. O desemprego no Brasil afeta 27,2% dos jovens e Pernambuco o 3º estado com maior número de desempregados.

A estudante e integrante do FOJUPE, Jéssica Vanessa, moradora de Pau Amarelo (RMR), ressalta que o ato mostrou os retrocessos das políticas públicas implementadas pelo governo Michel Temer e como impactam a vida das juventudes de Pernambuco. “Ser jovem, mulher, negra, lésbica e de periferia é bem complicado, porque a gente constrói nossa identidade num âmbito de violência, preconceito e repressão policial. A gente não está num estado democrático, a gente está num estado de mordaça. Se a gente não se empoderar e cobrar nossos direitos, a gente vai continuar morrendo por nossa identidade”, conclui.  

 

Encontro promovido pelo FOJUPE reuniu jovens das quatro regiões de desenvolvimento do Estado para construção coletiva do Agosto das Juventudes que tem como tema central a luta dos “Jovens Pelo Direito de Viver” (Foto: Vinícius Sobreira/ Brasil de Fato)

O Fórum de Juventudes de Pernambuco (FOJUPE), organizações não governamentais e grupos sociais realizam, na próxima sexta-feira (11), um ato público em alusão ao Dia Internacional da Juventude, celebrado em todo o mundo no dia 12 de agosto.  As atividades estão marcadas para acontecer às 14h, no Parque Treze de Maio, área central do Recife, e seguem em passeata até a Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, no bairro de Santo Amaro. São esperadas cerca de 1 mil jovens do Sertão, Agreste, Zona da mata e Região Metropolitana do Recife. Com o tema “Jovens Pelo Direito de Viver”, a mobilização tem como reivindicações o Direito ao território e à mobilidade; Contra o extermínio da juventude negra; Contra o feminicídio e a violência contra a população LGBT; Contra as reformas trabalhista, da previdência e educacional e em Defesa das juventudes agroecológica.

As pautas do Agosto das Juventudes vem da luta dos jovens pela garantia de direitos básicos. O FOJUPE trabalha com jovens dos centros urbanos e de comunidades rurais desde a criação do Estatuto da Juventude, sempre lutando para que os direitos sejam assegurados. Na Região Metropolitana de Recife, as principais questões levantadas pelas juventudes durante os intercâmbios promovidos pelo fórum foram a violência contra mulher; a falta de lazer nas comunidades; além  do extermínio e  da violência contra os jovens negros. Para as juventudes camponesas, os problemas centrais para permanência dos(as) jovens no campo é a dificuldade para mobilidade; o acesso à terra, principalmente nos territórios quilombolas e indígenas; e o avanço do agronegócio.

A estudante e integrante do FOJUPE, Jéssica Vanessa, moradora de Pau Amarelo (RMR), ressalta que o ato quer dar visibilidade aos retrocessos das políticas públicas implementadas pelo governo Michel Temer e como impactam a vida das juventudes de Pernambuco. “Ser jovem, mulher, negra, lésbica e de periferia é bem complicado, porque a gente constrói nossa identidade num âmbito de violência, preconceito e repressão policial. A gente não está num estado democrático, a gente está num estado de mordaça. Se a gente não se empoderar e cobrar nossos direitos, a gente vai continuar morrendo por nossa identidade”, conclui.   

O Dia internacional da Juventude foi instituído pela Assembleia Geral da ONU em 1999. A data pretende dar visibilidade aos problemas enfrentados pela juventude, tais como a educação de baixa qualidade, más condições de vida e desrespeito aos direitos do cidadão. Além disso, o Dia Internacional da Juventude visa instigar o comprometimento de toda a sociedade com a causa.

Sobre o FOJUPE – O Fórum das Juventudes de Pernambuco, é um espaço de articulação e mobilização que tem por objetivos a formação política, a experimentação, a troca de experiências e participação política e social das juventudes para incidência nas políticas públicas de juventudes. O FOJUPE envolve diversas organizações e grupos da sociedade civil das quatro Regiões de Desenvolvimento do Estado

Com o objetivo de produzir informações que subsidiem a construção de propostas para futuras conferências no Recife e fundamentar as discussões entre a sociedade civil e o poder público, a Etapas realiza um estudo analítico sobre as conferências e a implementação de seus resultados nas políticas públicas municipais.

O estudo está centrado nas políticas voltadas para o segmento das mulheres e das juventudes na relação com o direito à cidade. Os pesquisadores estão em processo de leitura das resoluções das conferências e conversa com atores sociais e gestores públicos sobre o processo participativo.

A perspectiva é divulgar o estudo em meados de junho de 2017.