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Na perspectiva de garantir o direito ao lazer das crianças e adolescentes nos espaços públicos com pouca ou nenhuma oferta de infraestrutura desportiva e cultural no Recife, a Etapas promoveu, na última sexta-feira (20-5) um dia de atividades recreativas para crianças e seus familiares no entorno da Associação Comunitária de Vila 27 de Abril – Ibura.  A ação faz parte de um cronograma de atividades lúdicas para mobilizar os moradores das comunidades Vila 27 de Abril e Portelinha na inscrição de meninos e meninas dos 6 aos 15 anos no projeto “Mais Proteção, Menos Violência” (Etapas/KNH).

O projeto prevê a participação de 240 crianças e adolescentes em atividades formativas, culturais e recreativas durante cinco anos.

Mais proteção, menos violência

Após um ano de estudo de caso – envolvendo pesquisas em fontes secundárias e formação de grupos para escutar crianças, adolescentes e famílias das comunidades situadas nos municípios de Recife (Vila 27 de Abril) e Jaboatão dos Guararapes (Portelinhas) – a Etapas verificou que crianças e adolescentes somam 15.293, 15,32% do total (cerca de 59 mil habitantes) de moradores e constatou que a “cultura da palmada e da punição” está presente nos lares como forma de incuti-la ou mesmo preservá-la. Assim como a violência comunitária tem aumentado, resultante do tráfico de drogas nas comunidades e do próprio assédio que ela traz – sendo potencializado pela precarização da infraestrutura urbana e falta de espaços de cultura e lazer.

O projeto visa incentivar o protagonismo de crianças e adolescentes na luta por direitos e transformação destas realidades acima apontadas, buscando a construção de um conhecimento que respeite a igualdade, o direito a experimentar e aprender e que favoreça o entendimento das responsabilidades deste público enquanto cidadãos.

A pretensão é envolver os Detentores de Deveres (famílias, organizações comunitárias e instituições públicas) para formar um Rede de Proteção atuante no enfrentamento à violência doméstica e comunitária.

Confira a galeria de fotos:

A Abong, uma associação brasileira que reúne em seus quadros organizações da sociedade civil de todos os estados do país, cuja Equipe Técnica de Assessoria, Pesquisa e Ação Social (ETAPAS)  faz parte, lançou um nota pública sobre o atual cenário político brasileiro.

Confira na íntegra:

A Abong, uma associação brasileira que reúne em seus quadros organizações da sociedade civil de todos os estados do país e que atua nas mais diversas áreas dos direitos humanos, econômicos, sociais, culturais e ambientais posiciona-se firmemente contra a quebra institucional perpetrada no Brasil pela abertura de processo de impedimento da Presidenta da República sem que tenham sido apresentados fatos ou provas que indiquem a existência de crime de responsabilidade.

A democracia foi uma conquista das organizações e movimentos sociais brasileiros depois de décadas de lutas. Foi por meio dela que foram sendo construídas as conquistas sociais dos últimos anos. A possibilidade real de ruptura democrática, a implantação de um governo interino ilegítimo e sem respaldo popular, orientado por uma agenda neoliberal de enxugamento do aparelho do Estado, retirada de direitos e a possibilidade real de aumento da violência institucional contra as lideranças, organizações e movimentos sociais põem em risco a democracia recém conquistada.

A Abong e suas associadas sempre atuaram ao lado daquelas e daqueles que verdadeiramente lutaram e lutam contra a corrupção e o desvio de recursos públicos. Da mesma forma, sempre estiveram na linha de frente da defesa intransigente dos direitos políticos e sociais de todas e todos, em especial, dos segmentos mais vulneráveis de nossa sociedade. Coerente com esta sua prática, seguirá na luta em defesa destes direitos.

A ausência de legitimidade forma um vazio que desorienta o comportamento de todas e todos. Esta desorientação pode levar à violência e ao caos. A Abong afirma que a saída desta crise somente pode ser construída com a ampliação dos mecanismos democráticos de participação direta da sociedade brasileira nos rumos da política e da economia, com a desmilitarização das ações de polícia e de eleições sem a interferência do poder econômico.

Por isso, denuncia o real retrocesso democrático em andamento e conclama a solidariedade de todas e todos para que unidos, possamos enfrentar a ofensiva conservadora.

Na defesa de direitos! Por mais democracia!