As organizações parceiras Etapas e Action Aid  promoveram  na última terça-feira (18), uma confraternização em comemoração ao terceiro ano de articulações do projeto “Meninas, Adolescentes e Jovens Construindo Cidadania” – que atua no Ibura-Jordão, com apoio da Federação Ibura-Jordão (FIJ), na perspectiva de prevenir a exploração sexual e o uso de drogas naquela região.

O encontro aconteceu no Clube de Campo dos Bancários de Pernambuco – situado na Estrada de Aldeia – reunindo cerca de 60 pessoas entre as 40 meninas inscritas no projeto, alguns de seus familiares e lideranças comunitárias do Ibura-Jordão para desfrutar de um dia ensolarado eternizado com brincadeiras, comilança e fraternidade.

Entre os banhos de piscina e brincadeiras na área de lazer que abrange 70 mil metros quadrados de muito verde, pausa para fotos e para repor as energias com um buffet delicioso que abarcou as duas refeições matinais.

O evento revelou momentos de surpresas e emoção. Uma dinâmica de grupo foi realizada a fim de sensibilizar cada jovem a expressar suas impressões sobre o dia e refletir sobre a importância do projeto em suas vidas. “Alegria, diversão, paz, inesquecível” foram alguns dos subjetivos citados pelas jovens.

Ao final, todos foram surpreendidos com o vídeo dos melhores momentos das atividades realizadas nos últimos três anos pelo projeto. As meninas assistiam entusiasmadas enquanto lanchavam com aparente felicidade.

Durante o mês de outubro, 15 jovens moradores da comunidade da UR,1 integrantes do Sistema de Vínculos Solidários (projeto da Action Aid executado pela Etapas em parceria com a Federação Ibura-Jordão -FIJ) , participaram do curso “A Arte da Fotografia”, ministrado pela fotojornalista Ana Caúla Cribari. O curso levou os jovem a refletir sobre exposição da imagem nas redes sociais.

“A fotografia popularizou-se recentemente em decorrência da facilidade de aquisição de telefones celulares com câmeras e do barateamento de equipamentos fotográficos. Atrelado a isto, o aparecimento das mídias sociais fez com que jovens disseminem imagens dos momentos pessoais e, às vezes íntimos, sem pensar nas consequências que este compartilhamento pode causar na vida pessoal e, futuramente, profissional” comentou Anna que enfatiza os jovens foram instigados a conhecer melhor a cerca da arte fotografar, treinando o olhar e cultivando a sensibilidade, buscando revelar o oculto no cotidiano.

A Campanha Cidades Seguras para as Mulheres – iniciativa da ActionAid – em parceria com a Etapas, Centro das Mulheres do Cabo e Casa da Mulher do Nordeste, tem por objetivo dar visibilidade à insegurança que as mulheres sofrem nas cidades para pressionar e construir políticas que possam garantir iluminação, transporte, moradia, educação e policiamento de qualidade potencializando o debate sobre direitos iguais para todos.

O projeto vem sendo desenvolvido desde 2010 cujas ações foram dividida em três etapas. A primeira de observação com o diagnóstico a partir do tema; já a segunda fase se deu com a realização de oficinas, momento em que as mulheres apresentaram todos os problemas que encontram e apresentar propostas de soluções. A terceira etapa, por sua vez, foi composta pelo levantamento e visitas noturnas aos lugares onde as mulheres não se sentem seguras ao andarem sozinhas. Destas fases foi elaborado um documento com propostas para serem incluídas no plano de políticas de gestão pública federal.

O lançamento da campanha foi realizado na Torre Malakoff – Recife Antigo. Participaram da mesa de debate: Isabela Valença da ETAPAS, Adriana Vieira do Centro Feminista 8 de Março, Itanacy Oliveira da Casa da Mulher do Nordeste, Nivete Azevedo do Centro das Mulheres do Cabo e Ana Paula Ferreira da Action Aid.  Além da representante da Secretaria da Mulher do Recife, Silvia Cordeiro.

Após as falas da mesa, o debate fluiu. Aproximadamente 100 pessoas participavam atentas aos depoimentos e indagações de cerca de 40 jovens do Ibura, integrantes do projeto “Menina, Adolescentes e Jovens Construindo Cidadania”, sobre percepção de sensação de segurança, experiências de assédio e violência e serviços públicos existentes em suas comunidades.

O Seminário: Políticas Publicas e Combate a Homofobia aconteceu a 17 de setembro deste 2014, na Escola Municipal Jordão Emerenciano localizada no bairro do Ibura. O evento foi mais uma das atividades da parceria entre Etapas, FIJ e Action Aid, que colaboram com o aprofundamento do tema e engajamento da classe LGBT na luta contra o preconceito e combate aos crimes contra gays, lésbicas, bissexuais,  transexuais e trangêneros no Estado.

Entre representantes da sociedade civil, do terceiro setor e de órgãos públicos, fizeram parte da mesa debatedora: Severina Veiga – Presidente da Federação Ibura Jordão – FIJ; Isabela Valença – Assistente Social da ETAPAS; Sergio Floro- Representante da Action Aid; Gabrielle Conde – Representante da Gerencia de Livre Orientação Sexual (GLOS); Eleonora Pereira– Representante do Movimento Nacional de Mães pela Igualdade; José Cleto – Representante da Rede Reação e Departamento de LGBT da FIJ e Rhemo Guedes – Coordenador Estadual do Centro de Combate a Homofobia da Secretaria Estadual de Direitos Humanos de Pernambuco.

O debate trouxe à tona questões sobre a criminalização da homofonia, casamento homoafetivo, saúde dos LGBT’s e as dificuldades de se trabalhar os temas nas escolas (que se encontra no plano de lutas da FIJ).

A representante da Prefeitura do Recife, Gabrielle Conde explanou o trabalho da Gerencia de Livre Orientação Sexual em como romper o preconceito a partir das ações afirmativas. “As ações da GLOS consistem em trabalhar os direitos humanos nos bairros e no âmbito da educação, nós fazemos parcerias com as escolas levando materiais de campanha, exibindo filmes e realizando discussões com os alunos”, informou Gabrielle.

Para Rhemo Guedes o desafio do Centro de Combate a Homofobia se encontra em “trabalhar numa política de governo, com toda limitação, não ser estruturante e a criminalização não estar na legislação”, porém afirma que o Centro tem recebido muitas denúncias nas escolas e as discussões estão sendo feito diretamente com cada uma delas, “com o cuidado de não criminalizar a vítima”, aponta.

O momento também foi de reflexão com o depoimento de Eleonora – Representante do Movimento Nacional de Mães pela Igualdade, que há quatro anos teve seu filho, Ricardo, homossexual assumido, assinado por espancamento. “Depois da morte dele, eu prometi que a bandeira do arco-íris, da qual ele tanto se orgulhava, não ia cair e que a luta dele não ia acabar”, conta emocionada. Eleonora criou o Instituto José Ricardo Pelo Bem da Diversidade que atua nas escolas, orientam as famílias e vai à luta em plenária na defensoria de direitos dos LGBT’s.

Ao final do debate houve apresentações artísticas. Os intérpretes transformistas Marilyn Taylon e Whitney de Castro emocionaram a plateia com belíssimas dublagens de músicas populares brasileira. O transformista Stherfanny Twins deixou o público boquiaberto com sua performance frenética de “bate-cabelo”. O grupo de dança Andreinia & Ballet deu um show de ritmo e coreografia encerrando a programação com maestria.

O Fórum das Juventudes de Pernambuco (FOJUPE) realizou um encontro em agosto deste ano, no Recife, que possibilitou a reunião de jovens de todas as Regiões de Desenvolvimento de Pernambuco para debater sobre o processo eleitoral; estimular uma análise crítica da situação das juventudes no estado e refletir sobre a importância da participação do movimento juvenil na esfera pública.

Como resultado, foi revista a Plataforma das Juventudes, deliberando sobre questões prioritárias e proposições a serem encampadas de forma coletiva como estímulo e demandas para a incidência política.

A Plataforma foi organizada por Eixo Temático como forma de facilitar a atuação dos jovens nos seus municípios.

Confira as diretrizes da Plataforma abaixo:

Plataforma das Juventudes

Jovens pautando suas prioridades em prol da melhoria da qualidade de vida

EIXO I – DIREITO AO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL: EDUCAÇÃO, TRABALHO, CULTURA, COMUNICAÇÃO

Criação e manutenção das escolas existentes em áreas rurais, com currículo e gestão democrática com garantia de formação profissional que atenda às especificidades e realidade de cada comunidade / localidade;

Garantir a qualidade do ensino público em escolas rurais e urbanas, com melhoria da formação com os professores e criar programa de incentivo ao ensino e aprendizagem;

Garantir educação escolar indígena e quilombola de acordo com a tradição de cada povo;

Garantir espaços de convivência das juventudes a fim de possibilitar o exercício da cidadania, favorecendo;

Incentivar e fortalecer a diversidade cultural em coerência com as especificidades de cada região (rural ou urbana), enriquecendo assim os grupos juvenis e suas efetivas participações;

Garantir que o Programa de Animação Cultural se torne política pública na formação de jovens arte-educadores(as)  nas várias linguagens, articulados com a formação de grupos culturais nas escolas públicas e nas comunidades;

Construir telecentros não só para investir na inclusão, mas também colaborar para que a juventude possa utilizar as tecnologias em dialogo com suas realidades;

Garantir a disseminação de informações através dos diversos veículos de comunicação e divulgação de acordo com a realidade de cada comunidade (carro de som, redes sociais, rádios comunitárias e etc.).

Incentivar os grupos de juventude das comunidades que têm a comunicação como organismo de disseminação de suas realidades.

EIXO II – DIREITO AO TERRITÓRIO: CIDADE, CAMPO, TRANSPORTE, MEIO AMBIENTE E COMUNIDADES TRADICIONAIS

Garantir o direito das juventudes do campo e da cidade a linhas de crédito que possibilitem sua permanência no território, com autonomia e qualidade de vida. De acordo com a Seção IX, Artigo 31 do Estatuto da Juventude;

A) Ampliar os programas de moradia popular em áreas centrais, periféricas e rurais, dotando-os de infraestruturas que permitam acessibilidade, mobilidade, pavimentação, saneamento básico integrado (abastecimento de água, tratamento de esgoto, coleta seletiva de resíduos e controle dos vetores), além de equipamentos sociais (educação, saúde, cultura e lazer);

B) Criação de linhas de crédito destinadas a jovens produtores rurais que desenvolvam agricultura orgânica e agroecológica;

Assegurar o transporte coletivo de qualidade nas áreas urbanas e rurais, com tarifas socialmente justas e passe livre, cumprimento dos horários e infraestruturas adequadas, de modo a garantir acessibilidade para todos(as), bem como a integração de diferentes modalidades (bicicleta, ônibus, metrô e fluvial) e a sustentabilidade ambiental. Faz-se também urgente a regulamentação do Artigo 32, Inciso I e II do Estatuto da Juventude;

Garantir a segurança hídrica no campo para consumo e produção, através de interligação de bacias hidrográficas, além das tecnologias de capitação e armazenamento;

Garantir o acesso a terra com a desburocratização do programa PNCF (Programa Nacional de Crédito Fundiário), Regularização Fundiária e Reforma Agrária, com assistência técnica permanente, a fim de garantir a sucessão rural;

Garantir a demarcação de terras indígenas, titulação dos territórios quilombolas e regularização fundiária dos assentamentos urbanos e rurais.

Eixo III – DIREITO À EXPERIMENTAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA: SAÚDE, ESPORTE, LAZER E TEMPO LIVRE

Garantir saúde pública de qualidade, priorizando o investimento em infraestruturas e manutenção dos serviços de saúde para as juventudes da cidade e do campo;

Capacitar e sensibilizar os profissionais da saúde para atuarem com As juventudes;

Criar estratégias de diálogo (campanhas, oficinas, rodas de conversa) nos espaços comunitários (ONGs, Escolas e Associações), com temas urgentes e de interesse da população juvenil, drogas, DSTs, gestação indesejada e/ou precoce, entre outros;

Ampliar e qualificar o atendimento multidisciplinar e infraestrutura dos CAPS AD, atendimento psicossocial, álcool e outras drogas, Consultório de Rua, com vistas a possibilitar o melhor atendimento às necessidades específicas das juventudes;

Fomentar espaços efetivos de diálogo entre o poder público e as organizações comunitárias, no sentido de fiscalizar o funcionamento dos serviços de saúde;

Garantir aos jovens das comunidades a oportunidade de experimentar gratuitamente as diversas possibilidades de esporte e lazer (cinema, teatro, show, parques e etc.);

Construir, manter e requalificar espaços públicos de lazer e convívio social (praças, quadras, campos e espaços para a prática de esportes radicais), tendo como base o diálogo com a juventude na identificação e preservação desses espaços e no atendimento às demandas específicas, garantindo o acesso, especialmente das juventudes com deficiência, além de manter um percentual de área verde;

Garantir a informação e a desburocratização do acesso ao crédito, para estimular a geração de renda, sustentabilidade e autonomia dos jovens, camponeses e urbanos, incentivando a produção e a comercialização de artesanato e produtos agroecológicos.

EIXO 4: DIREITO À DIVERSIDADE E VIDA SEGURA: SEGURANÇA, VALORIZAÇÃO E RESPEITO À DIVERSIDADE E DIREITOS HUMANOS.

Garantir segurança pública nas áreas urbanas e rurais, com atenção especial em localidades com grande concentração de pessoas, a exemplo de escolas e campos de futebol;

Criar espaços de formação e discussão dos temas ligados a juventude, como diversidade, identidade, sexualidade, direitos humanos, raça entre outros, em escolas, grupos culturais e comunidades;

Implementar o plano de enfrentamento ao extermínio da juventude negra em todo país;

Incentivar a participação das organizações juvenis nos diversos conselhos de controle das políticas públicas;

Executar os planos de ação relacionados à diversidade e vida segura, voltados para os interesses das juventudes e suas especificidades.

EIXO 5: DIREITO À PARTICIPAÇÃO E NORMATIVAS DA POLÍTICA DE JUVENTUDE.

Criação de secretaria específica de juventude no Estado de Pernambuco por força de projeto de lei, com dotação orçamentária no Plano Plurianual – PPA;

Respeitar a soberania do Conselho Estadual de Políticas Públicas para Juventude empossado em 2008, seguindo a orientação do Ministério Público e empossar os representantes da sociedade civil que se inscreveram em tempo hábil e atenderam os critérios descritos no edital de eleição do conselho.

Utilizar escolas e outras organizações que dialoguem com a juventude (ONGs, Programas e Projetos do Governo entre outras) como um meio de transmissão de informações sobre o trabalho da secretaria de juventude.

Durante os meses julho e agosto, as cerca de 40 garotas, moradoras do Ibura-Jordão, que integram o Projeto “Meninas, Adolescentes e Jovens Construindo Cidadania” – de parceria entre a FIJ, ETAPAS e Action Aid – participaram de oficinas de teatro com o objetivo de realizarem ações de multiplicação social em escolas municipais dos dois bairros a fim de mobilizar outros jovens através da arte e educação.

As oficinas foram divididas em dois módulos cujas atividades desenvolvidas culminaram na elaboração de uma peça teatral com temáticas voltadas ao combate da violência contra mulher, exploração sexual, racismo e drogas.  No primeiro módulo foram realizadas dinâmicas de grupos utilizando cartilhas educativas e recursos audiovisuais instigando a reflexão sobre o enfoque e vivência dos temas dentro das comunidades. No segundo, as meninas dividiram-se em três grupos para produzir e ensaiar suas apresentações, sob a direção do Coordenador de Cultura da FIJ e da Rede Reação, José Cleto.

Confira o vídeo de uma das dinâmicas:

As apresentações acontecerão durante o mês de novembro, em oito escolas do Ibura-Jordão, e, segundo José Cleto, prometem despertar o olhar crítico da plateia para o enfrentamento dos problemas sociais e cada vez mais engajar os jovens a terem voz ativa em suas comunidades. A perspectiva é atingir cerca de 500 jovens com faixa etária entre 12 e 23 anos.