Curso oferecido pela fotógrafa Ana Caúla Cribari acontece durante o mês de julho na comunidade de Três Carneiros 

Com o objetivo de promover a iniciação artística por meio da fotografia aos integrantes do Sistema de Vínculos Solidários (SVS)– programa da Action Aid que em parceria com a Etapas fortalece a luta pela Reforma Urbana das organizações comunitárias do Ibura-Jordão, através do apadrinhamento de crianças – cerca de 20 adolescentes da comunidade de Três Carneiros participam da segunda edição do Curso “A Arte da Fotografia”, ministrado pela fotojornalista Ana Caúla Cribari.

O curso tem duração de um mês. As aulas teóricas abordarão conceitos e história da fotografia com ênfase no cuidado com a exposição nas redes sociais e as práticas ensinarão técnicas de enquadramento, iluminação, composição fotográfica, tratamento e revelação da imagem. Ao final do curso haverá curadoria com Francisco Cribari e exposição fotográfica para as famílias dos alunos envolvidos.

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Alunos da UR10 participantes do primeiro módulo do curso


 Ana ressalta que sua motivação para dar continuidade ao Curso (cuja primeira edição foi realizada em outubro passado) foi ter percebido o envolvimento dos alunos. “Eles me pediram para repetir”, afirma com entusiasmo. A fotógrafa diz que seu intuito é propagar a fotografia como instrumento de arte e trabalho. “Quero ensinar um oficio para estimular a busca por geração de renda”, comenta a fotógrafa.

A estudante Milena Lima (15), moradora da comunidade da UR1, participou da primeira edição do curso e comenta que mudou sua percepção sobre fotografia “foto não é só pegar uma câmera e apertar o botão, tem que contar a história do lugar”, a estudante relata que se surpreendeu ao fazer boas fotos com seu celular “aprendi que não preciso de uma câmera profissional para ter uma boa foto; basta eu posicionar diante da cena e a usar a iluminação a meu favor.”

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Millena participa do Workshop Fotografia de Estúdio, do fotografo curitibano Carlos Fortunato. // Foto: Ana Caúla Cribari

Graças à parceria com a fotojornalista e a dedicação de Millena nas aulas, a estudante foi contemplada com uma bolsa de estudos para participar do Workshop de Fotografia em Estúdio, do fotógrafo curitibano especialista em moda e publicidade, Carlos Fortunato.

Milena relata que depois do Workshop entendeu mais sobre iluminação e direção de modelos e diz que pretende especializar-se na área da fotografia de estúdio. “Prefiro fotografar pessoas”, conta a estudante.

O técnico da Etapas, coordenador do Sistema de Vínculos, Pedro Ribeiro, tratou logo de prolongar a parceria com Anna articulando a realização do curso uma vez por semestre. “O próximo já está marcado para acontecer em outubro deste ano. Estamos decidindo a comunidade”, revela Pedro com entusiasmo.

A Etapas alia-se à luta contra a PEC 171/93 e, em 13 de julho, data que é comemorada os 25 anos do ECA, participa da caminhada promovida pela Frente Ampla Pernambuco Contra Redução da Maioridade Penal.

A Frente Ampla Pernambuco Contra Redução da Maioridade Penal fará uma caminhada em comemoração aos 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente e em repúdio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93. As atividades terão inicio às 14h na praça Oswaldo Cruz. A caminhada percorrerá (a partir das 16h) as avenidas Conde da Boa Vista, Guararapes, Dantas Barreto, encerrando no Pátio do Carmo. O objetivo é dar visibilidade à luta das crianças, adolescentes e jovens para preservação e garantia de seus direitos.

 

O Fórum das Juventudes de Pernambuco (FOJUPE) reuniu cerca de 50 jovens, entre urbanos e rurais, para planejar estratégias de incidência política em seus municípios, visando as próximas conferências de juventude

Povos tradicionais (quilombolas, ribeirinhos, indígenas), agrestinos, sertanejos, rurais e urbanos, unidos por uma motivação: lutar pelo direito das juventudes. Jovens das quatro macrorregiões do Estado de Pernambuco participaram do encontro de formação política do Fórum das Juventudes de Pernambuco (FOJUPE), dos dias 26 à 28 de junho, no Santuário das Comunidades (Caruaru), que reuniu cerca de 60 pessoas – entre representantes de organizações da sociedade civil e movimentos juvenis, com o objetivo de fortalecer as diversidades de juventudes para incidência política nas Conferências estadual e nacional de juventude marcadas para acontecer, respectivamente, em 6 e 7 de outubro e 16 a 19 de dezembro deste ano.
Segundo o membro da coordenação colegiada do FOJUPE, Simão, “a estratégia do FOJUPE é aproveitar esse momento e pressionar os governos municipais para convocarem suas conferências, a fim de fortalecer as organizações juvenis e fazer com que as juventudes dialoguem entre si”. Para isso, durante os três dias, o encontro facilitou atividades que incluíram rodas de diálogos que debateram o papel das juventudes na atual conjuntura brasileira, o Plano Estadual de Juventude, o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, o Regimento da 3ª Conferência Nacional de Juventude, o Estatuto da Juventude e a formação de Grupos de Trabalhos para criação de um plano de incidência política respeitando às especificidades de cada macrorregião.
Na discussão sobre o papel das juventudes na atual conjuntura, facilitado por Edna Jatobá- do Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (GAJOP) – os jovens puderam refletir sobre uma ótica conjunta, em quais os aspectos os direitos das juventudes estão sendo violados. As indignações permearam os elevados indicies de violência sofrido pela população de 15 a 29 anos (especialmente contra mulheres e negros), assim como as diferenças entre a eficácia das ações das bancadas fundamentalistas do Congresso Nacional e Assembleias Legislativas e das ações das organizações da sociedade civil. Na reflexão de Edna, a diferença pode estar na articulação dos conservadores em torno de uma única bandeira. O jovem morador de Bom Jardim, Tone da Silva, concorda: “Os jovens defendem várias bandeiras. O que falta nos movimentos sociais é unificar as bandeiras e socializá-las”, argumenta.


ATIVIDADES:

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Edna Jatobá realizou uma atividade que misturou os jovens rurais e urbanos em dois grandes grupos, com o propósito de tentar unificar as bandeiras das lutas das diversas juventudes. Os dois grupos apresentaram suas reflexões, e, em ambas bandeiras, a Reforma Agrária (respeito à terra); a Igualdade de Gênero (respeito às diversidades), a Reforma Polícia (com participação popular); a Efetivação de Políticas Públicas e a Democratização da Mídia estavam presentes.

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Os técnicos da Diaconia e FASE – respectivamente – Camila Rago e Leo Machado, facilitaram duas dinâmicas de grupo. A brincadeira do cabo de guerra buscou identificar o senso comum dos jovens através de indagações sobre participação social, Marco Regulatório das OSCs, Estatuto das Juventude, influência midiática X consumo. Os jovens se mostraram estar em consonância diante das questões.

Na segunda atividade, formaram-se dois grupos de trabalho cuja reflexão permeou o tem da 3ª Conferência Nacional de Juventude “As Várias Formas de Mudar o Brasil”. Logo abaixo, o desejo dos jovens:

1- Educação em tempo integral e libertadora;
2- Conscientização do indivíduo dentro da sociedade;
3- Reforma do sistema político brasileiro (Constituinte Exclusiva);
4- Organização da juventude e as bandeiras estarão presentes;
5- Educação popular para formação das bases;
6- Ocupar e fazer funcionar os espaços de controle social já existentes;
7- Escolher melhor nossos representantes políticos;
8- Formação de políticas nas bases;
9- Luta pela redemocratização da mídia;
10- Identificação dos pontos de convergência entre os movimentos social, movimentos de juventude, não permitindo que os pontos de divergência atrapalhem ou dificulte a luta.

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A técnica da Etapas, Waneska Bonfim, facilitou uma atividade de mapeamento – onde verificou-se que, dos 30 municípios representados pelos jovens presentes no encontro, apenas cinco tinham conhecimento de datas de realização das conferências municipais (Recife, Cabo, Cabrobó, Orocó e Ouricuri). Segundo Waneska, este é um dado preocupante diante de um universo de 185 municípios existentes em Pernambuco. Ela alerta para importância das conferencias acontecerem nos municípios: “é lá onde estão a vida dos jovens. As realidades dos municípios dificilmente irão aparecer na conferência nacional, por isso que insistimos cada vez mais os espaços específicos para influenciar processos de participação.”

De acordo com o Art. 24 do Regimento Interno da 3º Conferência Nacional de Juventude, os municípios têm até o próximo dia 15 de agosto para convocatória de suas conferências.

ENCAMINHAMENTOS:
O FOJUPE elaborou um documento para pressionar às prefeituras dos municípios a realizarem conferências.

Nos próximos dias 11, 12 e 13 de setembro haverá outro encontro de formação para discutir as propostas aprovadas nas conferências municipais e pensar estratégias de incidência política na Conferência Estadual de Juventude.

 

Confira a galeria de imagens:

 A iniciativa tem o objetivo de produzir um maior conhecimento com base científica sobre o consumo de álcool e outras drogas, visando subsidiar as políticas públicas do município voltadas ao tema

O consumo de drogas tem se mostrado um dos mais complexos e inquietantes fenômenos de nossos tempos, exigindo que o governo e a sociedade mobilizem-se e partilhem da responsabilidade de buscar alternativas que levem à uma melhor compreensão e abordagem.

A Etapas está à frente da primeira pesquisa municipal domiciliar, apoiada pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), com o objetivo de produzir um maior conhecimento com base científica sobre o consumo de álcool e outras drogas, visando subsidiar a criação de políticas públicas e contribuir para o fortalecimento do Sistema Municipal de Garantia de Direitos Humanos de Jaboatão dos Guararapes.

Segundo a coordenadora técnica da pesquisa, Waneska Bonfim, o tema veio a calhar, pois todas as questões referentes às drogas estão presentes em boa parte dos diagnósticos que a Etapas vem produzindo nos últimos anos no Recife e Região Metropolitana. “Esta é uma oportunidade de desenvolver metodologia e conhecimento neste campo que podem subsidiar outros municípios”, explica.

Para o sociólogo e gerente de projetos da Prefeitura de Jaboatão, Marcílio Brandão, o tema ainda enfrenta preconceitos, diante disso, o poder público é assertivo quando investe na realização de uma pesquisa para orientar as políticas públicas, pois, segundo ele, está praticando o movimento inverso “ Ao invés de oferecer programas prontos, está buscando informações qualificadas para pautar as necessidades do povo”, afirma.

O Secretário de Direitos Humanos, Políticas Sobre Drogas e Juventude, Marcello Gadelha, ressalta a implementação do Programa de Redução de Danos como uma das ações, já em curso, que será subsidiada pela pesquisa. “O objetivo é amenizar os efeitos danosos do uso abusivo de drogas lícitas e ilícitas, possibilitando um maior cuidado aos usuários. É claro que a política pública quer erradicar o uso das drogas, mas há pessoas que não conseguem se desvencilhar. Com a implementação do Programa de Redução de Danos (previsto para ser lançado em agosto deste ano) começará um processo de intervenção nos territórios aliado ao diálogo permanente com a sociedade e com os usuários”, conclui o secretário.

ELEMENTOS DA PESQUISA

A pesquisa terá metodologia quantitativa, com aplicações de questionários no território, e qualitativa, onde serão formados oito grupos focais a fim de complementar as percepções da população sobre o tema – um para cada regional do município (Jaboatão Centro, Cavaleiro, Curado, Muribeca, Prazeres, Praias e Guararapes) – e outro específico para usuário de drogas. O professor do Departamento de Estatística da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Cristiano Ferraz, revela que a pesquisa quantitativa será realizada com base nos dados censitários, através de um Plano Amostral Estratificado que está sob sua coordenação. Segundo ele, a metodologia do Plano passa pela realização de três sorteios: primeiro dos setores censitários, segundo dos domicílios e terceiro da pessoa que será entrevistada. Serão realizadas, no mínimo, 860 entrevistas, com nível de confiança entre 90 e 93 por cento.

As perguntas estão divididas em seções que tratam sobre características sociodemográficas, saúde, qualidade de vida e percepção da população sobre drogas lícitas e ilícitas. As questões estão baseadas no questionário do 3º Levantamento Nacional sobre uso de Drogas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Os pesquisadores estão em processo de capacitação (estudo e pré-teste de aplicação do questionário no território) para iniciar o trabalho de campo na segunda quinzena de julho.  Eles percorrerão as sete regionais até meados de setembro.

O diagnóstico com os achados será apresentado através em um relatório e discutido em um seminário público, previsto para acontecer no primeiro semestre de 2016.

Confira o infográfico:

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LANÇAMENTO PÚBLICO:

A fim de divulgar um panorama do Diagnóstico Sobre Drogas à população jaboatonense, a Secretaria Executiva de Direitos Humanos, Políticas Sobre Drogas e Juventude, promoveu o lançamento público da pesquisa, na última segunda-feira (6-7), na sede da Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes. No evento, estavam presentes representantes governamentais, organizações da sociedade civil, profissionais da saúde, educação, assistência social, agentes comunitários e a equipe de pesquisadores que percorrerão os domicílios das sete regionais (Jaboatão Centro, Cavaleiro, Curado, Muribeca, Prazeres, Praias e Guararapes).

A mesa de debates foi composta pelo Secretário de Direitos Humanos, Políticas Sobre Drogas e Juventude, Marcello Gadelha; pela coordenadora técnica da pesquisa representante da Etapas, Waneska Bonfim; pela pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz – Recife, Naíde Teodósio e pelo professor da Universidade Federal de Pernambuco, Cristiano Ferraz – Responsável pela execução do Plano Amostral da Pesquisa.