Com o objetivo de fortalecer os vínculos afetivos de crianças e adolescentes com suas respectivas famílias participantes do projeto “Mais Proteção, Menos Violência” (Etapas/KNH), a Etapas realizou atividades semanais – durante o mês de dezembro – de sensibilização e prevenção à violência doméstica com o intuito de instigar os pais a estarem mais abertos à escuta, à compreensão, ao apoio, aos interesses e propostas trazidas pelas crianças e adolescentes.

O projeto articula 140 crianças e adolescentes e famílias das comunidades da Vila 27 de Abril e Portelinha (no Ibura) com a perspectiva de enfrentar a violência doméstica e comunitária.

Com facilitação da psicóloga e educadora Mana Duarte,  40 mães, pais e responsáveis formaram quatro grupos de 10 pessoas para jogar a Gincana do Afeto cujas famílias vencedoras ganham em convivência familiar. Entre jogos para assistir um filme e registrar o momento; contar um caso de superação na famílias através de uma foto; construir um quebra-cabeça e responder o jogo da forca, a metodologia das tarefas buscou integrar os grupos com os respectivos filhos e com a comunidade.


Junto com a confraternização de encerramento das atividades que acontece sexta (22/12), todas as famílias receberão um Calendário 2018 com os desenhos dos filhos que participaram da Ação de Grafitagem (Etapas/KNH/Cores do Amanhã) que estampa as paredes do Conselho de Moradores da Vila 27 de Abril – Ibura.

Comissão de Urbanização e Legalização da Posse da Terra (COMUL) – no Ibura – Maio 2005

O projeto de lei do Prezeis (Plano de Regularização das Zonas Especiais de Interesse Social) foi elaborado por setores do movimento popular e pela Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Olinda e Recife como forma de regulamentar a Lei de Uso e Ocupação do Solo no Recife. Esta experiência pioneira da sociedade civil – aprovou em 1987 a criação de 27 ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social), na Região Metropolitana do Recife, com objetivo de promover a regularização jurídica da terra, protegê-la contra a especulação imobiliária e garantir que os assentamentos habitacionais populares tenham acesso à terra e a urbanização. O princípio do direito social à moradia se sobressai ao do direito à propriedade.

A Lei do Prezeis (1987 atualizada em 1995) contribuiu para evitar a prática de governantes de remover a população pobre de zonas periféricas da cidade para distante do mercado de trabalho e dos equipamentos coletivos. Assim como contribuiu para promover a participação direta da população nas etapas de planejamento e implantação da urbanização e regulamentação fundiária das ZEIS – com a criação da Comissão de Urbanização e Legalização da Posse da Terral (COMUL) e Fórum do Prezeis. Atualmente existem 61 ZEIS, num universo de 94 bairros na cidade do Recife.  

A ETAPAS foi chamada pelas lideranças comunitárias de Três Carneiros e pelo conjunto de ONGS que faziam parte desse espaço, a contribuir com o assessoramento da COMUL- Comissão de Urbanização e Legalização da Terra de Três Carneiros. Assim a Etapas passa a integrar o PREZEIS em 1997, como representante de ONG na COMUL de Três Carneiros e participando das reuniões do Fórum. Alguns anos depois, a ETAPAS passou a ser integrante da coordenação do PREZEIS composta por três representantes do segmento popular, um representante da URB- Recife e uma ONG. A participação contemplou todas as reuniões e atividades, por três anos, na qualidade de suplentes da ONG-FASE/PE. Após os primeiros três anos de suplência, a ETAPAS foi eleita pelo conjunto das ONGs para representar enquanto titular da coordenação, período que contribuímos por três anos.

Uma outra contribuição se deu a partir da atuação na Câmara de Urbanização do PREZEIS, através de um convênio com o Fundo Municipal do PREZEIS, que permitiu a ETAPAS contratar um engenheiro e uma arquiteta para capacitar as lideranças do segmento popular sobre o monitoramento do orçamento e execução das obras licitadas para suas comunidades. O convênio também previa o mapeamento e monitoramento da qualidade das obras nas áreas ZEIS como forma de subsidiar o segmento popular com as informações técnicas para o exercício do controle social.

Um outro espaço para discussão do direito à moradia foi no Coletivo de ONGS do PREZEIS, composto por cinco organizações, Cendhec, Fase, Centro Josué de Castro e ETAPAS. O coletivo se reunia mensalmente para discutir as questões que seriam levadas ao Fórum do PREZEIS.

A líder comunitária da Zeis Greve Geral (Ibura), Heunar Santos, fala da experiência de 18 anos à frente da coordenação do PREZEIS e das contribuições da Etapas na luta pelo direito à moradia na cidade do Recife.

ATUALMENTE

A Etapas participa de discussões coletivas com ONGs e Movimentos Sociais com vistas a realizar propostas para uma cidade mais justa e democrática, olhando sobretudo para as necessidades das mulheres. A Etapas trabalha ainda junto a organizações de bairro, mulheres, crianças e adolescentes, no sentido de estimular a participação deles nos espaços de discussão da cidade, a exemplo de fóruns, redes e conselhos municipais e estaduais.

 

 

 

Com o objetivo de promover capacitação interna sobre os programas da Etapas que envolvem Direito à Cidade, Juventude, Criança e Adolescente – todos com recorte de raça e gênero –  a Equipe Técnica de Assessoria, Pesquisa e Ação Social, implementou em 2017 a Prosa Temática com rodas de diálogo bimensais para toda equipe.

As três primeiras prosas – que aconteceram entre junho e novembro – foram facilitadas pelo sociólogo Vandevaldo Nogueira, que discutiu análise de conjuntura com foco nas eleições de 2018; pela professora doutora, coordenadora do curso de Serviço Social da UFPE, Valéria Nepomuceno, que facilitou a reflexão para a construção coletiva da Política de Proteção à Infância da Instituição e pela feminista da Articulação de Mulheres Brasileiras, Joana Santos, que facilitou uma conversa sobre dimensão de gênero para enfrentamento da violência contra a mulher.

Prosa temática de agosto com a coordenadora do curso de Serviço Social da UFPE, Valéria Nepomuceno, facilitando a reflexão sobre a Política de Criança e Adolescente

As ações de Desenvolvimento Institucional continuarão em 2018 com as temáticas de Genocídio da Juventude Negra e Política sobre Drogas com viés na saúde pública.

Momento da confraternização e entrega das premiações na Praça do Leiteiro (UR-1) – Ibura (Foto: Comunicação Etapas)

Com recorde de público, doações e voluntariado, a VII Maratona Infantojuvenil do Ibura resgata o poder da mobilização comunitária e mostra como a força da sociedade civil organizada em prol do direito ao usufruto da cidade, à cultura e ao lazer garante melhores condições de vida à crianças, adolescentes, jovens e famílias moradoras de periferia.

Em 2017, a sétima edição da corrida cuja a competição é para vencer as desigualdades, mobilizou cerca de 260 maratonistas (10 a 17 anos), 25 lideranças comunitárias do Ibura e Jordão, gestores públicos da educação, cidade, saúde, mobilidade, comerciantes locais e voluntários que fizeram do domingo (26/11) um dia de confraternização por mais um ano de parceria no projeto social dos Vínculos Solidários (Etapas, Federação Ibura e Jordão, ActionAid) no Ibura.

“A gente constrói a maratona de maneira integrativa e colaborativa com a comunidade, gestores públicos e comerciantes locais. Este ano, toda a premiação [bicicletas, troféus, medalhas e cartões presentes] e os lanches foram doações, resultado do engajamento dos atores sociais envolvidos nos Vínculos Solidários para a sensibilização da sociedade”, relata Pedro Ribeiro – coordenador do Programa Criança e Adolescente da Etapas.

Momento de expectativa para corrida de três quilômetros pelos morros do Ibura (Foto: Comunicação Etapas)

O evento teve início às 7h com a equipe Etapas e voluntários na sistematização e entrega das camisas aos maratonistas. Após o momento organizativo, as 260 crianças e adolescentes presentes fizeram o aquecimento físico com instrutores da academia da cidade do Ibura. É chegada a hora do lanche, foram servidas frutas [banana, laranja, melancia, melão] e água para todos os presentes.

 A primeira largada dos adolescentes de 14 a 17 anos, das categorias feminina e masculina – aconteceu às 10h, na caixa d’água da UR-2.  Os maratonistas percorreram três quilômetros pelos morros do Ibura até a chegada na sede da FIJ (UR-1).

A estudante e voluntária da Etapas, Kamila (15 anos), já participou de quatro edições da Maratona e está sempre entre os primeiros lugares. Ela diz que praticar atividades físicas, como dança e futebol, ajuda e que o segredo para concluir o percurso é manter a calma e ter fé.

A segunda largada dos meninos e meninas de 10 a 13 anos, aconteceu às 10h30, na Praça das Igrejas (UR-2). Com um percurso de um quilômetro e meio, as crianças seguiram empolgadas até a sede da FIJ e todos ocuparam a Praça do Leiteiro para entrega das premiações.

Os primeiros lugares das quatro categorias receberam bicicletas, troféu e medalhas. Os segundo e terceiro lugares receberam medalhas e cartões presente da campanha “Vista Uma Criança Neste Natal”. A campanha é uma iniciativa da Etapas – iniciada em 2016 – com o objetivo de premiar mais crianças na Maratona.

Após o segundo lanche do dia (cachorro quente, biscoito e guaraná), as crianças receberam os prêmios e participaram do sorteio dos 100 cartões presentes – arrecadados na campanha.

Para a liderança comunitária de Três Carneiros, Maria Lúcia, o sentimento por ter concluído mais uma maratona é de dever cumprido. “Ver as crianças, os familiares e toda comunidade envolvida na Maratona é muito gratificante. Nos deixa muito orgulhosos”, afirma.

Mais uma vez chegou o mês de outubro, e com ele o dia das crianças, e todas as atenções se voltam para esse público: são presentes, festas, saquinhos de Cosme e Damião. Os que já não são mais crianças compartilham fotos e momentos de uma forma nostálgica. O mês de outubro segue, e parece que toda essa atenção para com as crianças, acaba ficando apenas no dia 12 de outubro, quando muito, no mês.

Por Pedro Ribeiro (*)

Existe uma série de questionamentos que se fazem necessários diante do que vejo: As crianças têm mesmo o que comemorar? Existe de fato uma preocupação social com a realidade das crianças em nossa sociedade? A criança e o adolescente são prioridade absoluta- como afirma o artigo 227 de nossa constituição? A doutrina da proteção integral trazida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente é uma prática em nossa sociedade?

Acredito não ter a resposta precisa para todas as perguntas, nem teria a pretensão de tê-las, mas gostaria de acrescentar alguns elementos e dados que considero importantes para o debate. Não sou mais criança ou adolescente, também não quero aqui mais uma vez cair no erro de falar por elas (algo que acontece com certa frequência entre nós), porém acredito que enquanto militante da área da defesa e garantia de direitos de crianças e adolescentes, tendo acesso a dados e informações que ainda não conseguimos fazer chegar às crianças e aos adolescentes, mas que elas conhecem em sua vida cotidiana e que os/as atinge diretamente em seus corpos e subjetividades, tenho por obrigação compartilhar essas informações e fomentar esse debate.

As crianças e adolescentes, hoje representam 29% (60.546.697 milhões) da população brasileira, na região nordeste corresponde a 32% de sua população, destes 23% não possuem acesso à água pela rede de distribuição e 54% não possuem redes de esgoto ou fossa séptica em seus domicílios (IBGE – Censo 2010 e PNAD 2015).

Em torno de 60% (8 milhões) da população de 0 a 18 anos do Nordeste e 40% da população do Brasil, nesta faixa etária, estão em situação de pobreza ou extrema pobreza, vivendo suas famílias com renda domiciliar per capita mensal igual ou inferior a metade do salário mínimo (IBGE – PNAD 2015).

No ano de 2015, foram registrados 10.456 homicídios cometidos contra pessoas de 0 a 19 anos, atingindo o percentual de 18,4% dos homicídios notificados naquele ano em nosso país. Segundo dados da UNESCO, existem hoje 8 milhões de crianças de 0 a 3 anos sem acesso a creche no Brasil, mesmo contando com os números de vagas da rede particular, temos apenas 21,8% da taxa de cobertura de creches necessária (INEP- 2015).

Há ainda, os casos de trabalho infantil e de violência sexual. No ano de 2015, 5,1 % das crianças e adolescentes, com idades entre 5 a 17 anos residentes no Nordeste do nosso país, estavam em situação de trabalho infantil, chegando a vários casos a situações análogas ao trabalho escravo (IBGE – PNAD 2015). No caso dos registros de casos de violência sexual, foram notificados 17.131 registros de denúncias violência sexual (Secretaria de direitos humanos da Presidência da república – Balanço Geral – Disque 100).

Compreendo que todos esses dados acima se configuram enquanto dados de violência e de violações de direitos contra crianças e adolescentes. A realidade da cidade do Recife e do Estado de Pernambuco, infelizmente, segue e em alguns momentos extrapolam os dados das médias nacionais. O estado de PE registra até o final do mês de setembro o numero alarmante de 4145 homicídios (Dados da SDS-PE), se nos utilizarmos dos dados da SDS/PE que sinalizava que quase 10% dos homicídios de janeiro a abril foram de crianças e adolescentes, podemos fazer a trágica projeção de que em PE já podem ter sido assassinados aproximadamente 415 pessoas de 0 a 18 anos apenas esse ano. Segundo os dados do Conselho Tutelar do Recife, existem hoje 2000 crianças e adolescentes sem acesso a educação por falta de vaga na rede pública de ensino. As instituições da sociedade civil, que trabalham com acolhimento, atendimento e prevenção com o público de crianças e adolescentes, vivem uma realidade extremamente difícil, com falta de financiamento público e privado, tendo alguns, já reduzido drasticamente o seu atendimento e outras informando ao ministério público um possível encerramento de suas atividades.

Nos últimos anos, podemos observar (no mundo) o avanço de pautas e posturas, conservadoras e antidemocráticas. No Brasil após o golpe na presidenta Dilma, que foi em grande parte apoiado por uma ala do nosso legislativo ligada ao agronegócio, ex-militares e fundamentalistas religiosos, que por vezes são os portas vozes, desse tipo de pautas em nosso congresso nacional. Essas posturas, por diversas vezes, atingem diretamente os direitos de crianças e adolescentes, a exemplo do programa “Criança Feliz” colocado com uma das principais ações do governo Temer, que foi apoiada por grande parte do legislativo, mas que na prática traz a volta do “primeiro-damismo”, com uma proposta de política pública com viés assistencialista, acarretando a negação do direito social, a desprofissionalização dos executores das políticas públicas sociais e reafirma a condição de subalternidade da mulher.

E não para por aí: Ainda temos em nosso congresso, em tramitação a redução da maioridade penal para 16 anos (PEC 171/93), que ao invés de tratar o problema em sua raiz, propõe uma solução extremamente equivocada. Já que o ordenamento jurídico brasileiro propõe a responsabilização de adolescentes que comentem atos infracionais, e acaba desconsiderando a condição peculiar de desenvolvimento desses sujeitos.

Em Pernambuco, foi apresentado pelo atual governado um projeto de Lei (PLO Nº1596/2017), que previa, dentre outras coisas, a gratificação a policiais civis e militares que cumprissem mandados de prisão e busca e apreensão de adolescentes em conflito com a lei. Após uma grande mobilização de movimentos sociais, o governador retirou a parte do projeto que referia à apreensão de adolescentes.

Diante de todas essas questões e informações, me resta concluir que de fato, as crianças e adolescentes tem pouquíssimo a comemorar, nossas festas, brincadeiras e presentes estão sujos de sangue e dor, o sangue e a dor delas! Não acredito que haja uma preocupação e responsabilidade social com a infância e adolescência em nossa sociedade, ao contrário do que prevê o artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente. Visualizo uma prática cotidiana para com as crianças e adolescentes, muito mais próxima do código de menores 1929, em detrimento da prioridade absoluta assegurada pelo artigo 227 da constituição de 1989 e da doutrina da proteção integral proposta pelo ECA.

Talvez não haja o que comemorar, mas há muito que lutar. Que fiquemos com as sabias palavras de Don Helder Câmara, “Há criaturas como a cana: mesmo postas na moenda, esmagadas de todo, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura”, que sejamos doces, porém firmes, como as crianças e os adolescentes, que mesmo tendo seus direitos violados resistem em existir! Que possamos lutar para torná-los cada vez mais sujeitos e protagonistas dessa luta.

(*) Pedagogo e Coordenador do programa Criança e Adolescente da Etapas

Foto: (Comunicação Etapas)

Rayane Maia da Silva, 16 anos, moradora da comunidade de Três Carneiros, no Ibura. Na tentativa de driblar as dificuldades financeiras e as situações de violência comunitária, Rayane – aos 6 anos de idade –e sua mãe, começam a participar – em 2007 – das atividades dos “Vínculos Solidários” – projeto de parceria entre Etapas e ActionAid. A parceria que, ao longo desses 10 anos, promove formações em cidadania para cerca de 1 mil famílias de 11 comunidades do Ibura.

Aos 13 anos, Rayane participou do primeiro projeto voltado para as questões de igualdade de gênero no território do Ibura. O “Meninas, Adolescente e Jovens Construindo Cidadania” (2013-2015) de enfrentamento à exploração sexual e ao uso de drogas promoveu o intercâmbio de experiências entre 120 meninas de comunidades do Ibura, Cabo de Santo Agostinho e Passarinho.

“A participação nos projetos me fez ver que eu podia ter um futuro diferente do da minha mãe e que podia seguir atrás dos meus sonhos”, comenta.

Atualmente, Rayane cursa o 3º ano do ensino médio em escola pública do Ibura, faz curso técnico em Nutrição no Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), dedica os estudos para prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) no curso de Pedagogia e atua como voluntária da Etapas nas atividades dos “Vínculos Solidários” no Ibura.

“Foi como voluntária que eu descobri que gostava de trabalhar com crianças e que queria ser pedagoga”, afirma.

Intervenção do projeto “Meninas, Adolescentes e Jovens Construindo Cidadania” em maio de 2014, na Praça do Diário, Recife.

O Programa de Voluntariado da Etapas consiste em fomentar o desejo do protagonismo de adolescentes para ser e fazer a mudança na vida pessoal e comunitária – participando do planejamento, organização e logística de atividades artísticas, esportivas e culturais com crianças, adolescentes e famílias que acontecem mensalmente no Ibura. Atualmente participam 50 meninas e meninos das comunidades de Três Carneiros, UR-10, UR-12, 27 de Abril e Pantanal.

Em sua atuação como voluntária, Rayane tem a possibilidade de reconstruir sua história e possibilitar a mudança nas histórias de vida de outros moradores do Ibura.

“Acho importante retribuir a oportunidade de crescimento que os projetos me ofereceram”, ressalta.

Iniciativas como da ETAPAS e ActionAid promovem mudanças fundamentais para que o jovem se desenvolva em sua própria comunidade.

“Vários jovens hoje estão fazendo faculdade e construindo sua família e isso eu vejo que foi depois dos projetos. Eles passam a ter atividades e a não ficar nas ruas se envolvendo com coisa errada”, afirma Rayane.

Rayane diz que deseja ver mais mudanças em sua comunidade. E espera que no futuro tenha menos violência, uso de drogas e mais segurança para as mulheres andarem nas ruas do Recife.