O coordenador de programas, Pedro Ribeiro, compartilhou estratégias de práticas da Etapas no trabalho direto com grupos de áreas populares (Foto: Comunicação Etapas)

 

A convite da Defensoria Pública da União, a Etapas e organizações comunitárias do Ibura participaram do minicurso de proteção a grupos vulneráveis: padrões de respeito no seu atendimento, afirmação de direitos e prevenção à revitimização, promovido pela DPU- Recife no último dia 17 de maio. O evento teve o objetivo de discutir as demandas apresentadas por diferentes grupos vulneráveis (mulheres, portadores de necessidades especiais, LGBT, negros, dentre outros), sobre as dificuldades de afirmação de seus direitos e estigmatização de suas condições, particularmente na interlocução com instituições de segurança pública.

O coordenador do programa de criança e adolescente, Pedro Ribeiro, participou da mesa de debates e compartilhou estratégias de práticas da Etapas no trabalho direto com mulheres, crianças, adolescentes e jovens de áreas populares, do trabalho em rede, do fortalecimento de lutas coletivas e dos processos de participação popular na construção da política.

Mãos dadas em movimento por uma cidade melhor para ser criança (Foto: Juliana Ribeiro – Comunicação Etapas)

Com o objetivo de promover arte e o intercâmbio de crianças e famílias de bairros populares da Região Metropolitana do Recife, o Ciranda, (movimento voltado para a primeira infância articulado por cinco organizações da sociedade civil,) realizou no sábado (13/5), no Quintal da Etapas, uma oficina de artes visuais na qual crianças puderam soltar a imaginação para desenhar a cidade onde desejam viver.

A atividade deu início as intervenções externas do projeto social que visa fomentar a participação de crianças, mulheres e jovens nos processos de planejamento urbano e incidência política para melhoria dos serviços públicos da cidade.

A mãos que unem-se nesta Ciranda estão nas comunidades de Rosa Selvagem (Várzea), Peixinhos (Olinda), Vila 27 de Abril (Ibura) e Canal do Arruda (Arruda).

A Etapas, ActionAid, Mirim Brasil, Shine a Light | Favela News e Centro de Cultura Luiz Freire são parceiras nesta articulação.

Fotos: Natália Corrêa – Favela News | Shine a Light

A Etapas participou de Roda de Diálogo sobre os desafios na execução das Políticas Públicas de Juventude, promovida pela Prefeitura do Recife, no último 3 de maio – no Paço do Frevo, com a facilitação da socióloga e pesquisadora de juventude Helena Abramo.

No encontro – que reuniu gestores públicos, movimentos sociais e técnicos da sociedade civil – foram discutidas as demandas de formação e participação política das juventudes, geração de emprego e renda e violações de direitos no usufruto da cidade. A gestão municipal socializou as prioridades da Secretaria de Desenvolvimento Humano, Juventude, Política sobre Drogas e Direitos Humanos para o ano em curso:

Grupos de Trabalhos para enfrentamento do Genocídio da Juventude Negra; Lançamento de edital para os coletivos juvenis; Festival de juventude em agosto; Eleição do conselho municipal; Curso de lideranças juvenis.

A transição do jovem entre os processos de produção (trabalhos e ideias), reprodução (familiar e círculo social) e na tomada de decisões foi trazida pela socióloga como a singularidade do “estar” jovem. Segundo Helena, para a política de juventude ser integral, precisa avançar na ideia de que o jovem é capaz de acessar as políticas e centrar na escolha que o jovem faz.

Na ocasião, foi distribuída a publicação impressa do Plano Municipal de Juventude – marco da participação juvenil na concepção das diretrizes políticas e operacionais que orientam as ações da Prefeitura do Recife direcionadas aos jovens.

Com a perspectiva de dar continuidade as discussões de gênero nos espaços de participação no território do Ibura, a Etapas e Federação Ibura e Jordão (FIJ) realizaram, na Escola Estadual Carlúcio Castanha (UR-1), o Seminário: Mulheres e Direitos: um debate sobre as experiências de mulheres no uso da cidade e das ameaças provenientes da reforma trabalhista e da previdência em trânsito no Congresso Nacional.

A mesa debatedora – composta por técnicos de organizações da sociedade civil, gestores públicos e lideranças comunitárias – discutiu dados e características das violências urbana, doméstica, institucional e psicológica sofridas por mulheres, os desafios orçamentários para manter os serviços necessários à população em um ambiente de crise e o distanciamento das sedes dos órgãos públicos da população periférica.

Mesa debatedora do Seminário: Mulheres e Direitos na Escola Estadual Carlúcio Castanha (Foto: Comunicação Etapas)

No debate sobre as diferenças entre como mulheres e homens usufruem a cidade, a técnica da ActionAid, Ana Paula, em sua fala, analisa que as mulheres têm menos direitos do que os homens. Para ela, “mesmo que os direitos sejam iguais”, as mulheres sofrem mais agressões e vivem a falta e a precariedade dos serviços públicos.

A representante do Conselho Municipal da Mulher, Ana Cláudia, destacou a opressão que as mulheres sofrem nos lares, nas instituições onde trabalham e nos serviços públicos.

A representante da secretaria estadual da mulher, Bianca Rocha, trouxe em sua fala os índices de violência contra mulheres em Pernambuco. Segundo ela, os casos de envolvimento com o tráfico e as agressões cometidas pelo parceiro dentro de casa são as situações que mais acometem a população feminina do estado.

Segundo Bianca, dentre as ações de proteção e enfrentamento do estado estão o funcionamento de 10 delegacias da mulher, 10 varas contra a violência e 37 centros especializados, com assistência jurídica, psicológica e social para as mulheres vítimas de violência.

O representante da Defensoria Pública da União em Recife, Pedro de Paula, destacou a importância do evento para a aproximação da assessoria jurídica pública das pessoas que mais necessitam. Ele reconhece que a falta de informações sobre o que fazem e para quem se destinam os órgãos de proteção dificulta o acesso da população.

¹A DPU atua na assistência jurídica para a saúde com obtenção de medicamentos, tratamentos e cirurgias. Contra o INSS, para benefícios, aposentadorias e pensões. Com a Caixa Econômica Federal, em problemas com os diversos tipos de financiamentos como o Minha Casa, Minha Vida e Financiamento Estudantil (FIES). Entre outros tipos de ações na Justiça Federal. Toda a atuação da DPU é gratuita.

O seminário foi encerrado com encaminhamentos para mais dois encontros. Um para aprofundar questões sobre as responsabilidades governamentais relacionadas aos direitos da mulher e outro para esclarecer perguntas sobre os direitos e benefício da assessoria jurídica pública.

¹ Informação do site da DPU-Recife

Os problemas estruturantes da sociedade ligados as violências de gênero, raça e sexualidade e as desigualdades que interferem na infraestrutura urbana (emprego, moradia, saúde, educação, lazer, mobilidade, segurança e outros) são fatores que moldam a educação familiar. A violência de Estado que banaliza a criminalidade – principalmente com a população jovem, pobre e negra – precariza os serviços públicos e contribui para a opressão nas relações de classe, de gênero e domésticas são realidades com as quais as famílias do Ibura convivem cotidianamente.

Com a perspectiva de desnaturalizar a violência doméstica a partir do exercício do diálogo, da tolerância e do afeto, mães, pais e responsáveis de cerca de 240 crianças e adolescentes de duas comunidades do Ibura, beneficiários do projeto “Mais Proteção, Menos Violência”, são mobilizados pela Etapas para compartilhar experiências sobre conflitos familiares, debater sobre violações de direitos e construir novas práticas de educação familiar.

As reuniões acontecem – há cerca de um ano – mensalmente na Associação de Moradores da Vila 27 de Abril com cerca de 50 famílias da Vila 27 de Abril e Portelinha. A atividade divide grupos de discussão para expressão das vivências na comunidade, no âmbito familiar, da participação das crianças na escola, no projeto e na vida em comunidade.

Segundo a coordenadora do projeto, Isabela Valença, os encontros buscam focar na sensibilização à tolerância e escuta de mães e pais para filhos.  

Para o educador, Cristiano Ferreira, é perceptível a evolução das crianças. “Elas melhorara a responsabilidade com os estudos escolares, assim como crianças com uma a compreensão e cuidado com o grupo, confiança e afetividade, norteando relações afetivas mais elaboradas e com foco no coletivo e não apenas no individual”, afirma.

O “Mais proteção, Menos Violência” é uma articulação entre a Etapas e a Kindernothilfe – Alemanha.

Facilitar o acesso da população socialmente excluída aos serviços públicos de saúde e promover atividades lúdicas e educativas para crianças e famílias residentes no Ibura, são os objetivos norteadores das Feiras de Serviços Comunitários que acontecem periodicamente – há 10 anos – através da articulação Etapas, ActionAid e Federação Ibura e Jordão – em 11 comunidades do território.

Com a proximidade do mês das mães, a Etapas une esforços e agendas com gestores públicos locais, organizações da sociedade civil, lideranças comunitárias e voluntários para favorecer a participação e o empoderamento de mulheres nas atividades. Nos dias 13, 20 e 24 de maio, as comunidades de Três Carneiros, Pantanal e UR-12 receberão, respectivamente, a Feira de Serviços com temática voltada para os direitos das mulheres. Serão oferecidos exames médicos e oficinas de empreendedorismo gratuitas para a público feminino do Ibura.

A primeira Feira de 2017 acontece no sábado (13/5) na Escola Municipal Severina Bernadete, situada em Três Carneiros. As mulheres poderão fazer exames de mamografia, teste de HIV, sífilis, hepatite B, aferição de pressão e glicose com agentes de saúde do Distrito Sanitário VIII.

Na perspectiva de incentivar a autonomia financeira das mulheres, a Feira oferecerá a Oficina de Geração de Renda e Organização Financeira, que será facilitada pela economista voluntária Manoela Cornélio.

As crianças e adolescentes terão espaço para confeccionar os presentes de Dia das Mães na Oficina de Produção de Objetos em Material Reciclável, facilitada pela educadora voluntária, Gisele Nascimento. As atividades lúdicas também oferecem espaço para brincadeiras na cama elástica e na piscina de bolas.

A Feira de Serviços, chegará na comunidade do Pantanal no sábado (20/4), com os serviços de saúde e oficinas de empreendedorismo na Associação de Moradores do Pantanal.

Na UR-12, a Feira promoverá o Dia de Atividades na Escola José Múcio Monteiro. Serão oferecidas a Oficina Geração de Renda e Organização Financeira para as mulheres e oficinas de dança, teatro, artes circenses e produção de objetos com material reciclável para os 700 alunos da escola.