Economia do Cuidado é tema da 8ª edição do Encontro para Detentores de Deveres

Por ONG ETAPAS | Postado em , atualizado em: 18/12/2024, 13:17


Gestores públicos da saúde,educação, assistência, representantes de organizações da sociedade civil, na 8ª edição do Encontro para Detentores de Deveres, no Hotel Manibú (Boa Viagem) / Foto: Comunicação Etapas

“Cuidado é necessidade”, afirma a professora Rachel Uchôa. Segundo pesquisa do IBGE/2023, a diferença de tempo de trabalho entre homens e mulheres se mostra nos serviços domésticos/comunitários (cozinhar, limpar, lavar, estender, passar, cuidar da rotina dos filhos, cuidar de idosos, de pessoas com deficiência), onde mulheres trabalham 11 horas a mais por semana do que os homens. Este tempo dedicado aos cuidados com a administração do lar e cuidados com a família, se tornou um debate sobre a garantia de direitos tanto para os que necessitam de cuidados quanto para os cuidadores (com ou sem remuneração).

Cuidado: trabalho essencial para a sustentabilidade da vida humana, da economia e da sociedade

A partir da estruturação da Secretaria Nacional da Política de Cuidados e Família no Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (SNCF/MDS) e a Secretaria Nacional de Autonomia Econômica e Políticas de Cuidados no Ministério das Mulheres (SENAEC/MMulheres), em 2023, foi lançado o Marco Conceitual da Política Nacional de Cuidados a partir das discussões em grupos de trabalhos coordenados por estas secretarias.

 A Política Nacional de Cuidados foi aprovada no senado, em 5/12/24.

O Brasil vai construir um Plano Nacional de Cuidados, que prevê a garantia de direitos tanto para os que necessitam de cuidados quanto para os cuidadores (com ou sem remuneração).

A incorporação inédita de estruturas específicas para tratar do tema dos cuidados na administração pública federal é um avanço importante para garantir o direito ao cuidado a todas as pessoas que dele necessitem, para promover o trabalho decente para todas as trabalhadoras e trabalhadores remunerados do cuidado e, ainda, para reconhecer, reduzir e redistribuir o trabalho doméstico e de cuidados não remunerado, exercido historicamente pelas mulheres nos domicílios.

Quem Cuida de Quem Cuida?, a oitava edição do Encontro Para Detentores de Deveres (Etapas/KNH) promoveu o debate entre gestores públicos da saúde, educação, assistência social, lideranças comunitárias, organizações da sociedade civil que atuam no Ibura. O evento cumpriu com o objetivo de sensibilizar, debater e fomentar uma cultura de cuidado entre os participantes.

As facilitadoras Renata Farias (Psicóloga) e Rachel Uchôa (Professora UFRPE) trouxeram reflexões acerca do mapeamento de como as pessoas entendem o que é cuidado, assim como favoreceu a pensar em soluções de como a política pode chegar onde a população mais vulnerável está.

Para a agente de saúde de Monte Verde (Ibura), Miriam Florenço, ela leva de aprendizado a certeza que o país está mudando, pois para ela, estamos viabilizando o trabalho invisível das mulheres. “Levo para o meu trabalho o conhecimento ampliado e a intenção clara de partilhar o que aprendi,” conclui.

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