A atividade reuniu cerca de 40 jovens na Escola Estadual Pe Lebret – UR-2 Ibura
No último sábado (17/3), em meio ao escândalo da execução da ativista dos direitos humanos e 5ª vereadora (PSOL) mais votada no Rio de Janeiro, Marielle Franco, a Etapas promoveu uma atividade de escuta e sensibilização de cerca de 40 jovens (13 a 33 anos) de comunidades do Ibura sobre o extermínio da juventude negra nas periferias brasileiras e respeito as diversas formas de ser e viver em sociedade. A atividade faz parte do planejamento da Etapas para formação de Jovens Mobilizador@s que atuam como voluntári@s dos projetos sociais realizados pela Etapas e parceiros em 11 comunidades do Ibura.
O caso da execução de Marielle Franco (38), mulher negra, LGBT, criada na favela da Maré (RJ), mestre em administração pública e defensora do direito das minorias, escancara os problemas sociais de um país classista, racista, homofóbico, austero e feminicida, onde quem dá voz aos pobres e luta por políticas públicas que atendam os direitos humanos é massacrado.
Segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2017, no Brasil acontecem 62,2 mil homicídios por ano, dos quais 30 mil são de jovens entre 15 e 29 anos e 77% deles são negros (Mapa da Violência 2016). Nos últimos anos, a violência letal entre jovens brancos caiu 32,3% e entre jovens negros aumentou 32,4%. Ou seja, o homicídio de jovens negros é um dos principais pilares que sustentam a violência. O outro pilar é a indiferença que a sociedade e o Estado tratam essas mortes.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que em 2016 – 453 policiais civis e militares foram vítimas de homicídio, enquanto que no mesmo período a polícia matou 4.222 pessoas em nome do Estado.
Diante dos dados alarmantes, os Jovens Mobilizadores fizeram tiveram a manhã e a tarde de dinâmicas que propagavam o respeito às diversidades e exercícios de reflexões – proposto pela Maleta das Juventudes / Canal Futura. – sobre identidade de raça e percepção de realidades: de que forma são atingidos pelo extermínio da juventude negra, como enxergam as causas das violências urbanas e as possíveis soluções.
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A sensação de insegurança nas comunidades é unânime. Os jovens comentaram sobre a falta de liberdade em acessar locais públicos por medo de assalto ou bala perdida. As mulheres trazem o medo da possibilidade de estupro por sair à noite ou usar roupas curtas.
A estudante Maria Eduarda (14) diz que ser mulher negra periférica é sentir na pele o preconceito, o racismo, o machismo e o feminicídio e querer lutar contra o sistema opressor.
As possíveis causas do aumento da violência apontadas pelos jovens são com relação ao racismo, homofobia, machismo, bullying nas escolas, violência contra mulher, autoritarismo, falta de empatia e de não saber lidar com as diferenças, cultura individualista, violência contra criança e adolescente.
Os jovens também ressaltam a vontade de viver uma vida plena e feliz, com vontade de batalhar por emprego e formação acadêmica.
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