Jovens pernambucanos tomam as ruas do Recife na luta por direitos

Por ONG ETAPAS | Postado em , atualizado em: 30/08/2018, 19:04


Foto: Oran Oniilari / CCJ Recife

Jovens do Agreste, Zona da Mata, Sertão e Região Metropolitana do Recife se reuniram na última sexta-feira (24.08) para protestar contra as violações de direitos e impactos dos desmontes das políticas públicas sobre as vidas dos jovens de Pernambuco no II Ato Agosto das Juventudes – Jovens Pelo Direito de Viver organizado pelo Fórum das Juventudes de Pernambuco (FOJUPE). O ato levou cerca de 500 jovens urbanos e rurais às ruas em caminhada entre a Praça do Derby e a Praça do Diário – Recife, com índigenas, quilombolas, estudantes, artistas, negros e negras, LGBTs pautando as suas lutas enquanto sujeitos de direitos e dando visibilidade ao 12 de Agosto, Dia Internacional das Juventudes.

“Nosso objetivo é deixar o mês de agosto como marco dos debates sobre direitos das juventudes. Nossa mobilização é muito importante no contexto atual, em que temos perdido tantos direitos e estamos às vésperas de um processo eleitoral. Acreditamos que a democracia precisa dar um passo à frente, em que aqueles que a gente eleja não sejam mais os que vão decidir por nós, mas aqueles que vão sintetizar as nossas demandas”, diz Filipe Antonio, de 26 anos,militante do FOJUPE e morador do Vasco da Gama – Recife.

Para a realização do II Ato Agosto das Juventudes e construção do documento com denúncias e propostas dos jovens de Pernambuco, o FOJUPE realizou encontros preparatórios nas quatro regiões do Estado, chamado de ‘Juventude nas Comunidades’ e sistematizou as principais demandas na Carta Política do FOJUPE.

Entre as principais questões que aparecem estão a falta de emprego, a escassez de abastecimento de água, especialmente nas regiões do Agreste e Sertão; ausência de políticas de lazer, culturais, de combate ao racismo e promoção da igualdade racial e entre gêneros; falta de uma política de segurança pública estruturada, o que resulta em ações violentas nas comunidades, como as ocorridas recentemente em Ibura, Abençoada por Deus, Barro, Nova Detran e Santa Luzia (Recife), Alto Bela Vista (Cabo) e Céu Azul (Camaragibe); diminuição de investimentos nas áreas da saúde, com atraso e até entrega de medicamentos vencidos para jovens que vivem com HIV, e da educação, com fechamento de escolas rurais; e desrespeito a territórios indígenas e quilombolas.

A carta foi entregue ao Ministério Público de Pernambuco, ao candidato à presidência da República pelo PSOL, Guilherme Boulos e sua candidata a vice-presidenta, Sônia Guajajara e aos candidatos de Pernambuco que estiveram presentes no ato.

A indígena Kapinawá Myrelliane, estudante de Odontologia, destaca o protagonismo da juventude na sociedade brasileira:

“Nossa luta não é de agora, vem de nossos antepassados, que foram sementes e nós somos os frutos. O ato é o momento de afirmação de nossas identidades, e da nossa resistência e força. A juventude não está dormindo, está acordada”.

São Organizações de Apoio ao FOJUPE: Etapas, FASE, Centro Agroecológico Sabiá, Diaconia, Casa da Mulher do Nordeste, Mirim Brasil, FETAP, ActionAid.

 

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