Juventudes de Pernambuco lançam a campanha “Jovens pelo Direito de Viver”

Por ONG ETAPAS | Postado em , atualizado em: 11/03/2016, 12:53


Para trazer à tona uma reflexão sobre o direito à vida, não para evitar a morte, mas para exaltar as diversas características e personalidades dos jovens pernambucanos e incentivar a busca por condições de desenvolvimento pessoal, social e profissional – direitos garantidos pela Lei 12.852/2013 do Estatuto da Juventude – o Fórum das Juventudes de Pernambuco (FOJUPE) lança a campanha “Jovens Pelo Direito de Viver”.  A iniciativa visa multiplicar o conhecimento em cidadania dos cerca de 50 movimentos juvenis – rurais e urbanos – que compõem o Fórum, nas quatro Regiões de Desenvolvimento do Estado, durante o ano de 2016.

A multiplicação acontecerá através de intervenções urbanas e digitais, na perspectiva de encorajar a denúncia em casos de violações de direitos e de envolver outros grupos juvenis do Estado para unir esforços em prol da incidência política e garantia de direitos. As ações envolvem colagem de lambe-lambes, distribuição de adesivos e pintura em estêncil nos lares e locais públicos do Estado, assim como a disseminação de um vídeo nas redes sociais, que favorece a reflexão sobre a vida das juventudes e estimula a participação na Campanha.

Para a coordenadora do programa de Juventude da Etapas, Waneska Bonfim, o diferencial do projeto foi reunir as diversas demandas das juventudes [pastorais, indígenas, rurais e urbanas] numa única Campanha que traz elementos do “ser jovem” de maneira positiva. “A ideia da campanha não é só ser de denúncia aos homicídios dos jovens, mas de pensar no quanto a vida deles é influenciada de forma negativa. Os jovens estão muito próximos do sobreviver e não do viver com qualidade. O FOJUPE quer ressaltar a importância de garantir os direitos previstos no Estatuto da Juventude para que o jovem tenha condições de experimentar sua sexualidade, religiosidade, negritude e vivenciar os momentos culturais, profissionais, de esportes, lazer e estudos com qualidade”, explica.

A Campanha foi lançada no último Encontro de Avaliação e Planejamento do FOJUPE em fevereiro. Além de avaliar as participações nas Conferências Municipais, Estadual e Nacional de Juventude e planejar ações de incidência política para 2016, os jovens participaram de uma Oficina de Composição dos instrumentos de divulgação da Campanha.

A Campanha do FOJUPE conta com a colaboração das Organizações da Sociedade Civil (ETAPAS/ Diaconia/ Centro Sabiá/ GAJOP/Popoli in Art, FASE e FETAPE), em parceria com a Escola de Arte e Tecnologia – OI Kabum.

Confira a produção audiovisual:

Apoios: Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese) e Frères des Hommes.

Depoimentos:

Íris Maria – Juventude Sertaneja

“No Sertão do Araripe, percebo que temos um número grande de jovens, mas ainda poucas organizações que trabalham com juventude. Sendo assim, as políticas públicas acabam não chegando até os jovens rurais. Atualmente, muitos jovens do campo estão migrando para a cidade ou para os grandes centros – como São Paulo ou Mato Grosso – em busca de trabalho, e percebo que essa saída acontece porque nas comunidades não têm geração de renda e muito menos lazer. As políticas públicas não estão chegando às bases. Apesar de tantos meios de comunicação ainda vejo uma maior parte de nossa juventude desinformada.

Essa campanha vem para reafirmar os nossos direitos, facilitar o conhecimento do Estatuto da Juventude, e abrir os olhos de nossa juventude. Acredito que a mudança só acontece quando nos apropriamos do conhecimento, para assim sabermos exigir e cobrar de fato os nossos direitos.”

Maurílio Truká – Juventude Indígena

“A juventude indígena Truká, do município de Cabrobó (Sertão), é uma juventude participativa no processo de luta do nosso povo, porém ainda vejo muitos dos nossos jovens a percorrerem alguns caminhos negativos, que não deveriam. Muitas vezes esses caminhos são por falta de oportunidades, como: trabalho, renda e qualificação, estudos. Tudo isso causa uma desestrutura na vida de alguns dos nossos jovens, por isso, alguns fazem opções pelo mais fácil: drogas, álcool. Por um outro lado, vejo uma juventude ousada, comprometida, sonhadora, sempre em busca do melhor para a vida.”

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