Ruas mal iluminadas, transportes públicos e moradias precárias, falta de investimento governamental em segurança e educação são alguns fatores que, aliados a cultura machista da sociedade brasileira, tornam a vivência de mulheres nos espaços urbanos uma experiência limitada. As mulheres travam uma constante luta contra a violência sexual, psicológica e física e, diante da atual conjuntura golpista, contra perda de direitos previdenciários e trabalhistas.

Com o objetivo de fortalecer a luta por equidade nas relações de gênero e dar visibilidade as pautas da população periférica, no mês que é marcado pelo Dia Internacional das Mulheres, a Etapas participou de audiência pública na Câmara Municipal do Recife sobre “O direito à cidade segura para as mulheres” e caminhou junto a milhares de cidadãs recifenses, pela Conde da Boa Vista, na Paralisação Nacional de Mulheres Contra a Reforma da Previdência.

As ações aconteceram entre os dias 7 e 8 de março. O tema debatido na Audiência Pública faz parte da Campanha Nacional “Cidade Seguras para Mulheres”- da ActionAid Brasil – cuja Etapas é parceira e desenvolveu um projeto, entre 2012 e 2015, voltado para o enfrentamento da exploração sexual com 40 jovens meninas de comunidades do Ibura e Jordão.

A coordenadora da Etapas, Isabela Valença, destacou a importância da participação da construção coletiva do projeto.

“Ter  dialogado com outras entidades que atuam com recorte de gênero e levado o debate para o Ibura nos fez introduzir novas práticas de educação para o enfrentamento à violência  no território”, ressalta.

A falta de investimento em políticas públicas específicas para mulheres foi pautado pela representante da Federação Ibura-Jordão (FIJ), Claúdia Gomes, que falou da desatenção com a saúde da mulher e dos casos de assédio nos transportes públicos.