A KinderNotHilfe Alemanha, apoiadora da Etapas no projeto de enfrentamento às violências doméstica e comunitária contra crianças e adolescentes do Ibura, visitou as famílias participantes do projeto e vítimas das chuvas

 

Neste mês de outubro, a Etapas recebeu a visita dos representantes da KinderNotHilfe Alemanha (KNH-Alemanha) apoiadora da Etapas no projeto “Nenhum Direito a Menos, Mas Todos os Direitos”, de enfrentamento às violências doméstica e comunitária contra crianças e adolescentes no Ibura-Jordão.

A visita consistiu em conhecer a sede do projeto, as comunidades da Vila 27 de Abril e Portelinha, as histórias de mudanças de vida das famílias e adolescentes participantes do projeto, assim como ver, na prática, o apoio emergencial às vítimas das chuvas de maio 2022 nas duas comunidades.

Após uma roda de diálogo no Conselho de Moradores da Vila 27 de Abril (sede do projeto que está interditada por conta do risco de desabamento de barreira), um grupo de mães, técnicos da Etapas, líderes comunitárias, adolescentes e técnicos da KNH foram reconhecer o território e a situação após a tragédia das chuvas.

A líder comunitária, Tânia, contou as histórias das famílias que perderam seus parentes, suas casas, da demora da chegada da defesa civil no dia do desabamento das barreiras. “Os moradores tiveram que desenterrar os corpos de uma mulher e seus dois filhos que ficaram na calçada por dias. Foi uma tristeza”, afirma.

Ela contou também do descaso com a população quanto ao recebimento do auxílio emergencial do Governo de Pernambuco. “Em maio e junho nós tivemos muitas doações. Agora não tem mais doações e estamos há 5 meses sem receber o auxílio do governo, o que tá salvando é o apoio emergencial da cesta básica e do cartão alimentação do projeto [Nenhum Direito a Menos, mas Todos os direitos]” relata.

Após o reconhecimento do território, o grupo de técnicos da Etapas e KNH seguiram para a Associação da Vila Tancredo Neves, na UR-5, onde há uma articulação para ser a nova sede do projeto a partir de novembro 2022. O grupo conheceu o novo espaço e conversou com a liderança comunitária, “Ida” [como gosta de ser chamada].

Ida diz estar bem receptiva a chegada do projeto. “Quando eu soube que era para fazer as atividades com as crianças do projeto da Etapas, eu já vislumbrei uma oportunidade para algumas crianças da UR5. A Etapas tem um trabalho bem falado aqui no Ibura”, afirma.

Após o reconhecimento da Associação da UR5, o grupo de técnicos da Etapas e KNH seguiram para um Coworking em Boa Viagem, para conversar sobre ajustes e decisões do projeto para o próximo triênio 2023-2025.

Barreiras no Ibura-Recife (local mais devastado pelas chuvas de maio de 2022) – Foto: Acervo Etapas

Em nota, a Etapas se solidariza com as famílias de Recife e Região Metropolitana, vítimas dos soterramentos, da destruição, do desespero com as fortes chuvas em Pernambuco no último final de semana de maio. Mais uma vez a política pública não estava presente para resolver as demandas urgentes da população.

Estamos em luto e na luta para amenizar as dores das pessoas desabrigadas, que precisam recomeçar suas vidas “do zero”.

Temos 40 anos de atuação nas comunidades. Estamos disponibilizando nosso PIX INSTITUCIONAL e nossa SEDE para receber doações e destinar às famílias do Ibura.

O que doar:

-Água
-Produtos de Higiene Pessoal
-Produtos de Limpeza
-Utensílios de Cozinha
-Roupas de Cama
-Colchões
-Móveis
-Roupas

Onde doar:

Sede da Etapas: Rua da Soledade, 243 – Boa Vista – Recife
De Segunda a sexta-feira
Das 9h às 15h

PIX: 11.017.803/0001-75

Crianças,adolescentes e famílias vão às ruas com batucada e entrega de informativos para alertar a comunidade sobre o combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescente

A caminhada passou pelas duas comunidades – Portelinha e Vila 27 de Abril – que o projeto “Nenhum Direito A Menos” atua

Crianças, adolescentes e famílias do Ibura – participantes do projeto “Nenhum Direito a Menos” (Etapas/KNH) de enfrentamento às violências doméstica, sexual e comunitária no território do Ibura – caminharam pelas ruas da Vila 27 de Abril e Portelinha com o objetivo de alertar a comunidade para a campanha do 18 de maio: Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Para o educador do projeto, Cristiano Ferreira, é preciso ressaltar a importância do trabalho em rede para combater a exploração sexual e abuso contra crianças e adolescente.

“Destacamos os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), que são unidades públicas que funcionam como porta de entrada para o atendimento de pessoas em situação de risco social ou que tiveram seus direitos violados. Salientamos que principalmente não culpabilizem a criança ou o adolescente e que, identifiquem quaisquer elementos e situações de risco que possam haver”, ressalta.

18 de maio

Nesta data em 18 de maio de 1973, uma menina de oito anos, chamada Araceli Crespo, saiu mais cedo da escola para levar um envelope até um prédio no centro de Vitória, capital do Espírito Santo. Ao encontrar os destinatários, Araceli foi drogada, espancada, estuprada e morta. O seu corpo ficou vários dias escondido dentro de um freezer e desfigurado por um ácido corrosivo, até ser abandonado em um terreno e encontrado por outra criança. O 18 de maio simboliza a luta ao Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Diariamente crianças e adolescentes são expostos a diversas formas de violência nos diversos ambientes por eles frequentados. A família, a sociedade e o poder público, devem ser envolvidos na discussão e nas atividades propostas em relação à prevenção ao abuso e exploração sexual.

A violência sexual de crianças e adolescentes pode ocorrer em várias idades (incluindo bebês), e em todas as classes sociais, podendo ser de várias formas, como:

Abuso sexual: a criança é utilizada por adulto, ou até um adolescente, para praticar algum ato de natureza sexual.

Exploração sexual: usar crianças e adolescentes com propósito de troca ou de obter lucro financeiro ou de outra natureza em turismo sexual, tráfico, pornografia, ou também em rede de prostituição.

Assim que for identificada a violência sexual, antes mesmo de conversar com a vítima, é importante entrar em contato com profissional que possa colaborar e dar o encaminhamento correto de acordo com o caso, conforme a Lei nº. 13.431/2017.

Canais de denúncia

Havendo alguma suspeita é possível fazer a denúncia por meio do canal Disque 100. A ligação é gratuita, funciona todos os dias da semana, por 24h, inclusive sábados, domingos e feriados.

A denúncia pode ser feita também na Polícia Militar, pelo número 190, ou Polícia Rodoviária Federal, pelo 191. O sigilo é garantido, e as ligações podem ser feitas por aparelhos fixos ou móvel.

Mais informações poderão ser obtidas no site www.facabonito.org.br

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Com o apoio da Sempre Livre e Carefree, a ação faz parte do projeto “Ibura Empoderado”, uma iniciativa do UNICEF em parceria com a Etapas para o enfrentamento à violência baseada em gênero.

A caminhada passou pelas ruas do entorno da Escola Florestan Fernandes, no Ibura de Baixo

Com o objetivo de despertar reflexões sobre dignidade menstrual, direito à liberdade e ao corpo e empoderamento feminino, aconteceu na última quinta-feira (7/4), O Mutirão da Dignidade Menstrual no Ibura. O evento reuniu cerca de 100 pessoas, entre estudantes, artistas, representantes da sociedade civil e profissionais da Escola Florestan Fernandes em ações simultâneas de caminhada, panfletagem, colagem de lambe lambe, batucada, encenação teatral e grafitagem na área externa da escola.

Com o apoio da Sempre Livre e Carefree, a ação faz parte do projeto “Ibura Empoderado”, uma iniciativa do UNICEF em parceria com a ONG Etapas, que estará capacitando, durante seis meses, 200 adolescentes e jovens para atuarem no enfrentamento ao racismo e à violência baseada em gênero.

Antes da ação de rua, A Etapas realizou duas oficinas sobre o tema da dignidade menstrual – com 40 adolescentes – facilitadas pelo grupo percussivo-teatral Violetas da Aurora – que utilizaram a metodologia da palhaçaria para abordar a menstruação de maneira cômica, escrachada e natural.

Para o coordenador do projeto, Pedro Ribeiro, o processo de construção coletiva foi o que fez o Mutirão dar certo.

“É muito importante jogar luz sobre o tema e tirar a menstruarão do lugar de tabu. Essa articulação com a Escola Florestan Fernandes, com as palhaças Violetas da Aurora, com comerciantes locais, fortalece ainda mais o projeto”, conclui.

Para a estudante Keylane Ferreira, de 14 anos, a participação no projeto faz com que ela se empodere e incentive outras mulheres a lutar pelos seus direitos. “É importante falar sobre menstruação, sobre violência contra mulher para que a gente quebre esse tabu em torno do tema”. Ela conclui “a menstruação não é fácil, mas também não é um bicho de sete cabeças; acho importante os meninos também saberem disso”.

Além da formação de estudantes, o projeto visa sensibilizar agentes públicos das áreas da saúde, educação e assistência sobre essas temáticas, fortalecendo ainda a articulação entre organizações locais e poder público.

Para a diretora da Escola Florestan Fernandes, Karla Pereira, trabalhar a dignidade menstrual é “importantíssimo” para o processo de aprendizagem, “porque cada dia perdido por conta de uma cólica menstrual, cada dia perdido porque falta absorvente para essa menina, é irreparável. A gente não consegue fazer esse processo de retomada das aulas depois. ”

Pobreza menstrual – A pesquisa “Pobreza Menstrual no Brasil: Desigualdade e Violações de Direitos”, lançada em 2021 pela UNFPA e UNICEF, mostrou que 713 mil meninas brasileiras vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio e mais de 4 milhões não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas:  falta absorventes e instalações básicas como banheiros e sabonetes. O relatório indicou que a falta de informação e a ausência de condições sanitárias impacta na dignidade, integridade corporal, saúde e bem-estar, podendo causar evasão escolar.

Galeria de Fotos

Texto: Aline Vieira Costa
Fotos: Ivan Melo

Como fazer com que a violência não chegue a crianças e adolescentes? O que fazer para
que elas tenham mais recursos e para que possamos melhor lidar com o que já ocorre?
Que alternativas podemos pensar em termos preventivos? Essas são apenas algumas das
perguntas a serem debatidas pelos integrantes dos comitês que estão sendo formados nos
territórios contemplados pelo projeto Meninas em Movimento, realizado pela ActionAid em
parceria com as organizações Casa da Mulher do Nordeste (CMN), Centro das Mulheres do
Cabo (CMC) e Etapas, com patrocínio da Petrobras e do Governo Federal, por meio do
Programa Petrobras Socioambiental.

Os comitês estão previstos na governança do projeto e têm como objetivo discutir
problemas e soluções locais. Eles são também cruciais para o fortalecimento da rede de
proteção a crianças e adolescentes contra situações de abuso e violência sexual. Quatro
comitês estão em construção: um no Ibura, no Recife; um em Passarinho, também na
capital pernambucana; um no Cabo de Santo Agostinho, que abrange os quatro territórios
do município que fazem parte do projeto — Gaibu, Engenho Massangana, Nova Vila
Claudete e Vila Suape; e um em Vila Califórnia, Ipojuca. Cada comitê terá encontros
bimestrais, durante um ano e meio, e é formado por representantes das comunidades, do
poder público e das redes locais de enfrentamento à violência. As conversas são
desenvolvidas de modo que todos possam interagir, expor as realidades e propor soluções
em conjunto.

A ideia é aquecer o ecossistema de práticas de prevenção, de acordo com a especialista
em Monitoramento e Projetos da ActionAid, Tricia Calmon, que coordena o projeto. Mas
para o sucesso de uma rede que protege crianças e adolescentes é crucial que se tenha
uma aproximação com a realidade dos territórios.

“Sabemos que é um tema muito sensível. Os profissionais do campo precisam dialogar
sobre o assunto, envolver a comunidade e as famílias, para que os comitês sejam espaços
de conversa sobre a temática”, explica Tricia.

A especialista comenta que a rede atual de cada território nem sempre tem a capacidade de
acompanhar e viabilizar soluções para o problema da violência. Por isso o desejo de se
pensar em alternativas mais responsivas e de promover essa mobilização através do
comitê, que conta com a participação de representantes de equipamentos públicos e da
sociedade civil — desde lideranças, associações de bairro, conselho tutelar até a rede
informal e todos os interessados em atuarem em seus territórios.

“A gente espera colaborar para fomentar uma rede de proteção organizada, mas o desafio é
muito grande, e precisamos pensar em uma série de saídas diversificadas. O importante é
tirar o assunto do silêncio, pois isso não ajuda a diminuir o número de casos”, avalia Tricia.

O projeto se dispõe a trabalhar pela garantia de direitos conquistados em um árduo
processo histórico no Brasil, como enfatiza a assistente social Itanacy Oliveira, que é
diretora do Programa Mulher Trabalho e Vida Urbana da Casa da Mulher do Nordeste, que
atua em Passarinho. É um convite a afirmar essas conquistas e fortalecer o exercício delas.
No território de Passarinho, as atividades iniciaram-se em fevereiro, com a formação do
grupo.

“O primeiro encontro foi um marco, no qual fizemos a divulgação da iniciativa para o coletivo
que nos acompanha, o Grupo Espaço Mulher. Mostramos o que é o projeto, os benefícios
dele, mas, principalmente, a importância do trabalho com a juventude e do cuidado com as
mulheres”, conta Itanacy.

A diarista Evandra Dantas da Silva, uma das fundadoras do Grupo Espaço Mulher,
existente há 22 anos, tem a expectativa de que o comitê corra atrás de soluções para o
território, principalmente no que diz respeito à educação.

“Muitas crianças aqui vão estudar fora da comunidade, por não haver escolas suficientes. E
não há área de lazer. Meninos pedem o que fazer, e meninas que vimos pequeninas, agora
vemos grávidas”, relata.

Falta de segurança é outro problema recorrente, segundo a líder comunitária do
Habitacional Miguel Arraes, Nathália Viana.

“Quero que esse comitê aconteça e que pessoas de fora estejam mais presentes aqui
dentro, participem com a gente, apoiem, cobrem”, assinalou Nathália, que é mulher trans e
trabalha como cuidadora de idosos.

Para Itanacy, o comitê é um espaço de diálogo importante para a garantia de um processo
democrático de gestão e também para acompanhar a atuação do projeto Meninas em
Movimento. Será essencial para conduzir os ajustes, apontar melhorias e estimular a
participação da comunidade. “É uma escuta para além das organizações e da própria
ActionAid, que é a executora do projeto, e isso abre um espaço de diálogo democrático, que
é o que a gente mais precisa hoje no Brasil”, examina.

Saiba mais sobre projeto Meninas em Movimento:
www.actionaid.org.br/meninasemmovimento

Com cinco anos valorizando a articulação de gestores públicos, lideranças comunitárias e estudiosos do tema, a Etapas busca fortalecer a rede de proteção e enfrentamento às violências doméstica e comunitária contra crianças e adolescentes no Ibura

O Encontro aconteceu dia 13 de dezembro, no Hotel Jangadeiro – em Boa Viagem

Com o objetivo de dar continuidade às formações sobre direitos das crianças e adolescentes para sociedade civil e fortalecer a luta pelo enfrentamento às violências doméstica e comunitária contra crianças e adolescentes, a Etapas realizou mais uma edição do Encontro Para Detentores de Deveres, no âmbito do novo projeto de parceria com KNH Alemanha “Nenhum Direito a Menos, Mas Todos os Direitos: crianças e adolescentes enfrentam as violências, multiplicam conhecimentos e incidem nas políticas públicas”.

O evento aconteceu na última segunda-feira (13/12), no Hotel Jangadeiro (Boa Viagem), reunindo cerca de 30 pessoas, entre gestores públicos da saúde, educação, assistência social, representantes de Organizações Não Governamentais, adolescentes do projeto, líderes comunitários do Ibura e estudiosos do tema.

Para Neide Silva, Assessora de Programas e Projetos da Etapas, esse Encontro vem proporcionar com que os gestores públicos, as liderança comunitárias percebam o que podem fazer a partir do seu lugar de atuação para proteger e enfrentar as violência praticadas contra crianças e adolescentes de forma articulada e proativa.

O evento contou com a exposição de José Ricardo de Oliveira (Consultor da Área da Infância e Adolescência) que trouxe ao debate questões sobre a superação do adultocentrismo (que é quando determinamos socialmente que as crianças têm menos direitos, menos conhecimento e menos espaço do que os adultos), escuta qualificada e autoproteção proteção de crianças e adolescentes.

Mesa de debates com gestores públicos da saúde, educação e assistência, representantes de ONGs e estudiosos do tema

No momento do debate, o público trouxe à tona algumas expressões da violência comunitária no território do Ibura, como violência policial, precariedade dos espaços de lazer, falta de biblioteca nas comunidades, falta de atividades esportivas, culturais e de meio ambiente. Superlotação das escolas públicas devido à falta de emprego, falta de integralidade e efetividade das políticas públicas.

Na análise de Eduardo Paysan, presidente do COMDICA-PE, existe uma transferência de problemas nos serviços públicos, “parece que a criança é uma batata quente que a gente quer se livrar”. Ele conclui “se a gente fala de garantia de direitos, a gente fala de sentar assim, de maneira circular, e ver o que cada um pode fazer do seu lugar, de maneira intersetorial”.

Emerson, Alicia e Vinicius, respectivamente

Os adolescentes do projeto “Nenhum Direito a Menos, Mas Todos os Direitos” (Etapas/KNH) também foram expositores no Encontro Para Detentores de Deveres. Os estudantes Alícia, Vinícius e Emerson falaram sobre como a pandemia está afetando a vida deles e suas expectativas para os próximos cinco anos do projeto.

“A minha expectativa com o projeto é que tenha mais debates com a nossa participação. Que a gente continue aprendendo sobre as violências para saber como se defender. Queremos fazer intercâmbio de experiência com projetos de outras ONGs”, declarou Alicia.

O Encontro contou com a fala final do sociólogo Vando Nogueira que fez uma análise da conjuntura da atual relacionando-a com as questões trazidas pelos participantes durante todo o dia, sobre o esperar para do futuro a partir do lugar e da atuação de cada ator/profissional presente no evento.