Diante do contexto de pandemia do Corona vírus, a Etapas realizou de forma on-line, a quinta edição do Curso Para Detentores de Deveres com o tema: “O Impacto da Pandemia na Vida das Crianças, Adolescentes e Famílias”. A iniciativa faz parte das atividades do projeto “Mais Proteção, Menos Violência” (Etapas|KNH Alemanha) de fortalecimento de uma Rede de Proteção para enfrentamento de casos de violências doméstica e comunitária praticadas contra Crianças e Adolescentes no Ibura.

O curso promoveu um debate virtual, no dia 19 de novembro, com cerca de 30 participantes (gestores públicos da educação e da saúde, líderes comunitários, representantes de Conselhos Tutelares e de ONGs) sobre as condições de violência praticadas contra crianças e adolescentes, agravadas pelo contexto de pandemia do Corona vírus e apontou perspectivas a partir do lugar de atuação de deste público.

O debate foi facilitado pela assistente social da Etapas, Neide Silva, que apresentou dados da pesquisa “Escuta em Tempo de Covid-19 Junto às Famílias do Ibura-Jordão” realizada por telefone com 119 famílias, nos meses de abril, maio e junho e pela professora do curso de Assistência Social da UFPE, Valéria Nepomuceno, que trouxe dados sobre sua pesquisa “Situação das Crianças e Adolescentes no contexto de pandemia e pós pandemia”.

Entre os dados da “Escuta em Tempos de Covid-19 Junto às Famílias do Ibura-Jordão”, destacam-se: um aumento de estresse, brigas conjugais, tempo ocioso e o emocional abalado com sentimentos de solidão, tristeza, depressão devido ao isolamento. Aumentou o desemprego e as famílias pararam de trabalhar no comercio informal. As crianças ficaram sem lazer, passando mais tempo em frente a televisão, celular e computador.

Na pesquisa “Situação das Crianças e Adolescentes no contexto de pandemia e pós pandemia” foi detectado o aumento dos abusos sexuais praticados dentro da casa da própria família da criança ou na casa de vizinhos. Ao passo que a pesquisa também aponta uma tendência na redução de denúncias dos casos de violência no Disk 100 (Em março de 2020 tiveram 1202 casos registrados e em abril 2020, 1.162 casos). Pela interpretação da professora Valéria, como as instituições (escolas / CREAS / CRAS) ficaram fechados ou trabalhando de forma diferente, as crianças e famílias ficaram sem ter onde pedir ajuda.

Representações no Curso para Detentores de Deveres

CREAS Ana Vasconcelos
CREAS Ana Vasconcelos
Escola Três Carneiros
Federação Ibura-Jordão (FIJ)
Núcleo de Mediação de Conflitos do Ibura
Escola Antônio Farias
Colégio Movimento Criativo
Distrito Sanitário 8
Escola Jordão Emerenciano
Escola Maria Adelaide Amaral
Escola Maria Adelaide de Barros
Diretoria da Etapas
ActionAid
Mães do Projeto “Mais Proteção, Menos Violência”
CRAS IBURA
Escola Municipal Severina Bernadete Teixeira

Um domingo de descontração e solidariedade para os moradores do Ibura. É isso que a Etapas e a Federação Ibura-Jordão (FIJ) promovem – há nove anos – com a realização da Maratona Infantojuvenil do Ibura, que, em 2019, comemorou sua nona edição. O evento – cujo crianças e adolescentes são protagonistas de uma corrida de rua para vencer as desigualdades – aconteceu no último dia 15/12 e mobilizou moradores, lideranças comunitárias, organizações da sociedade civil, gestores públicos, comerciantes locais e voluntários em prol da luta por melhores condições de habitação, do direito ao esporte, cultura e lazer nas comunidades.

A Maratona teve início às 7h, com concentração em frente a COMPESA da UR-2, onde foram distribuídas camisas, águas e lanches para os atletas e familiares. O artista Aurino Xavier – da Trupe do Barulho – fez intervenções irreverentes na comunidade e as mulheres e crianças deram exemplo de cidadania formando grupos para recolhimento do lixo produzido.

Após um exercício de alongamento na largada comandado por educadores físicos da Academia da Cidade, as crianças e adolescentes percorreram três quilômetros pelas ruas do Ibura, até a chegada na Praça do Leiteiro UR-1. Cera de 200 pessoas participaram de uma grande confraternização com entrega de premiações.

A campanha “Vista Uma Criança Neste Natal” premiou com roupas novas todas 103 crianças e adolescentes que correram na 9ª Maratona Infantojuvenil do Ibura. Oito maratonistas – sendo os dois primeiros lugares das categorias feminino e masculino de 10 a 13 anos e de 14 a 17 anos – receberam também uma bicicleta e um troféu. Todos os participantes receberam medalhas!

APOIADORES
CTTU
Distrito Sanitário 8
Moura Frutas
Fundação de Cultura
Escola Municipal Severina Bernadete
Vereador João da Costa
Secretaria de Direitos Humanos do Recife
Jamildo
Grupo Cultural da UR-10
Grupo SOMOS 10
UPA do Ibura
Secretaria de Educação – Maria Costa, Maurílio Muniz, Jurema
Secretário de Educação – Bernardo D’ Almeida
Secretaria Executiva de Educação – Cloves, Ana Márcia, Àquila, Morgana
Diretora da Escola Municipal da UR-4 – Rosangela
Grande Recife
Consórcio – Mário Sérgio
Cláudia Martins
Secretaria de Governo do Recife – Léo Bacelar
Vereadores do Recife: Alcides Teixeira; Professora Ana Lúcia; Benjamim de Saúde; Wilton Brito
Secretaria de Saúde – Eliane Germano
Silvio Lucena
Comercial Júpiter
Ozias frutas e verduras
Loja São José

DOADORES ‘Vista Uma Criança Neste Natal”
Adriana Zaidam
Alfeu de Melo
Ana Carolina Lemos
Ana Claudia Clímaco de Almeida
Ana Cláudia Dias Rocha
Ana Lúcia
Antônio Brasileiro Junior
Arli Nunes
Auxiliadora Rocha
Brenda Pessoa
Carlos A Brito
Claudia Mota
Cristiano Ferreira
Débora Pereira
Djanyse Mendonça
Eduardo Nunes
Eduardo Santos
Elaney Fernandes
Elani Ximenes
Eliane Soares
Eron Nascimento
Felícia Mendonça
Ferdinand Jesus
Fernanda Valença
Isabela Valença
Jane Maria Silva
Joel Muniz
José Anchieta
José Fernando Souto
Leonardo Nunes
Lucia de Fátima Souza
Luiz Carlos da Silva
Mª de Lourdes
Marcia Alecrim
Marcio Penante
Margarida Soares
Maria Ângela Monteiro
Maria de Fátima Ferreira
Maria Paula Campelo
Maria Z Otaviano
Mariana Campelo
Mauricéa A Lima
Neide Silva
Paulo Irineu
Rejane Duzat
Ricardo Ferreira
Roberta Uchoa
Rosineide M
Rúbia Campelo
Sergio Ortu
Suênia Tavares de Machado França
Thaís Ferreira
Uli
Vaneide Lima
Waldemar Borges
Waneska Bonfim

Confira a Galeria de Imagens

Com o objetivo de desenvolver em jovens e adolescentes o auto reconhecimento enquanto pessoas negras, para que possam se empoderar e intervir politicamente no seu contexto social, considerando as insterseccionalidades que recortam a experiência de vida da pessoa negra, a Etapas está realizando uma formação com 30 jovens do Ibura sobre Afroletramento: auto reconhecimento, empoderamento e relações raciais.

Esses jovens já passaram por algum projeto da Etapas quando crianças e/ou adolescentes e hoje participam do nosso programa de voluntariado para a execução e protagonismo de algumas atividades no território.

Já foram realizadas cinco rodas de diálogo com os temas:

1- Negritude e ancestralidade;
2- Racismo, eugenia e genocídio negro;
3- Mulheres negras;
4- Corpo, gênero e sexualidades negras;
5- Jovens negros e participação política

Com facilitação da socióloga Jamily, da pedagoga Keise, da estudante de serviço social Jarda e da educadora popular Lídia do movimento Ibura Mais Cultura

A culminância da formação será realizar um festival cultural no Ibura, dia 15 de dezembro, ao final da 9ª Maratona Infantojuvnenil do Ibura. A programação já conta com apresentações de dança e grupos percussivos e de um vídeo produzido pelos jovens voluntários.

Tribuna com denúncias, caminhada e intervenções artísticas fazem parte da programação

Foto: Oranian Lucas / FOJUPE

Diante do atual cenário político de uma crescente onda totalitarista, de perseguição aos movimentos sociais, aumento das desigualdades e dos altos índices de mortes de jovens negros, índios, LGBTs e mulheres no Brasil, o Fórum das Juventudes de Pernambuco (FOJUPE) vai tomar as ruas do Recife com a realização do III Ato Agosto das Juventudes: “Fascismo Aqui Não Se Cria: Juventude do Campo e da Cidade Pelo Fortalecimento das Políticas Públicas e da Democracia”, que acontece na sexta-feira (23/08), a partir das 13h, no Parque 13 de Maio. O objetivo é dar visibilidade e continuidade às denúncias na Carta Política do FOJUPE sobre as violações de direitos sofridas pelos jovens do campo e da cidade e reivindicar os direitos previstos no Estatuto da Juventude e a efetividade dos planos estadual e municipais voltados para essa população.

O III Ato Agosto das Juventudes irá realizar um Tribunal Popular no meio do Parque 13 de Maio. Os jovens urbanos e rurais vão subir no palanque para fazer denúncias e propostas sobre os espaços e serviços públicos do Estado, bem como das suas perspectivas de vida de acordo com suas realidades. Três juradas especialistas na temática de juventude irão avaliar as demandas abordadas. O documento desta ação será anexado à Carta Política do FOJUPE como produto de 2019.

A marcha das juventudes terá início às 16h com destino ao Armazém do Campo (Rua Imperador Dom Pedro II, 387, Santo Antônio). A partir das 18h, haverá a Noite Cultural com intervenções artísticas de coco, danças africanas, indígenas, apresentações de passinho e declamações de poesia do lado externo do Armazém voltado para o BRT.

Estima-se a participação de cerca de mil pessoas entre estudantes, artistas, coletivos de juventudes (rurais, urbanos, antiproibicionistas, LGBTs) e Organizações da Sociedade Civil do Sertão, Agreste, Zona da Mata e Região Metropolitana.

 

 

AGOSTO DAS JUVENTUDES

Em alusão ao dia 12 de agosto, data estipulada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional das Juventudes, o FOJUPE constrói coletivamente – com cerca de 50 grupos, organizações juvenis e da sociedade civil das quatro Regiões de Desenvolvimento do Estado – três ações estratégicas de mobilização, formação e
incidência política.

A primeira ação aconteceu no mês de julho. Foi realizado um Seminário Estadual das Juventudes de Pernambuco, na FASE-PE que reuniu cerca de 60 jovens de coletivos juvenis do Estado na discussão sobre o tema “Fascismo Aqui Não Se Cria: Juventude do Campo e da Cidade Pelo Fortalecimento das Políticas Públicas e da Democracia” – com facilitação do sociólogo Vando Nogueira.

A partir desta ação, os coletivos se muniram de elementos para realização do Juventude nas Comunidades. São rodas de diálogos realizadas simultaneamente no mês de agosto, em cerca de 30 municípios de Pernambuco, como estratégia de formação e visibilidade do FOJUPE nos territórios.

A terceira ação é de incidência política. Além do ato de rua, o FOJUPE vai ocupar a Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE), na quinta-feira (22/08), a partir das 9h, visando dar visibilidade ao inquérito civil em tramite no Ministério Público de Pernambuco (MPPE). O inquérito denuncia o Estado de Pernambuco pela não efetivação da Lei nº 13.608 de 2008 (do Plano Estadual de Juventude), bem como pouca aplicação em nível local do Estatuto da Juventude (Lei Federal nº 712.852).

O FOJUPE

Com nove anos de luta por políticas públicas no Estado, o Fórum das Juventudes de Pernambuco (FOJUPE) agrega mais de 50 coletivos juvenis urbanos e rurais e Organizações da Sociedade Civil das quatro Regiões de Desenvolvimento do Estado (Sertão; Agreste; Zona da Mata; Região Metropolitana do Recife), se propondo a ser um
espaço de diálogo, formação e incidência política das juventudes e para as juventudes pernambucanas.

Fazem parte desta articulação:

Action Aid, Caritas, Casa da Mulher do Nordeste, Centro Sabiá, Diaconia, ETAPAS, EQUIP, FASE,
FETAPE, GAJOP, Visão Mundial, com apoio de Terre Des Hommes Schweiz, Pão Para o Mundo, Tearfund
e OAK Fundation.

Serviço:

III Ato Agosto das Juventudes: “Fascismo Aqui Não Se Cria: Juventude do
Campo e da Cidade Pelo Fortalecimento das Políticas Públicas e da Democracia”

Data: Sexta-feira (23/08)

Local: Parque 13 de Maio

Horário: A partir das 13h

Percurso: Rua do Hospício; Avenida Conde da Boa Vista; Ponte Duarte Coelho;
Avenida Guararapes; Avenida Dantas Barreto; Avenida Nossa Senhora do Carmo;
Avenida Martins de Barros;

A Maratona Infantojuvenil do Ibura chega a sua oitava edição cumprindo o objetivo de ocupar as periferias com esporte, cultura e lazer e de levar alegria, amor e esperança às famílias do território. O evento, que aconteceu no primeiro domingo de dezembro, teve concentração na Caixa D’água da UR2 e confraternização na Praça do Leiteiro UR-1 com recorde de solidariedade.

Todas as 130 crianças e adolescentes que percorreram as ruas do Ibura na 8ª Maratona foram presenteadas. Os 8 primeiros lugares das 4 categorias receberam oito bicicletas e os outros 122 participantes receberam cartões presentes. Este feito só foi possível graças a rede de solidariedade formada entre lideranças comunitárias do Ibura e Jordão, gestores públicos, mobilidade, comerciantes locais, voluntários e doadores da campanha “Vista Uma Criança Neste Natal” da Etapas.

A solidariedade e vontade de fazer a alegria das famílias das comunidades, foi o que motivou a liderança comunitária da UR-10, Dudé, a fazer uma rifa e doar uma bicicleta para Maratona. “Todos os anos nós arrecadamos lanches, mas eu tinha o sonho de conseguir doar uma bicicleta. É muito bom ver o sorriso dessas crianças”, ressalta emocionado.

O coordenador do programa de Crianças e Adolescentes da Etapas, Pedro Ribeiro, diz que a conjuntura política no segundo semestre foi desanimadora, mas que o sentimento é de resistência.

“Quanto mais a situação for desanimadora, mais a gente se engaja na luta por direitos. Nós conseguimos superar nossas expectativas na oitava edição”, afirma.

A maratonista, Maria Eduarda (15 anos), já participou de três edições da Maratona e em todas foi premiada com uma bicicleta. Ela diz que já pediram para ela vender, mas ela prefere guardar para usar quando a bike mais antiga quebrar. Sobre o segredo para estar nos primeiros lugares, Maria Eduarda comenta que correr faz ela se sentir livre!

 

 

Confira os melhores momentos:

Ocupação 22 de Fevereiro no Ibura (Foto: Comunicação Etapas)

A moradia digna é um direito previsto na Constituição Federal – com garantias de uso e ocupação do solo para habitação em áreas urbanas. Antes de atender a interesses econômicos e estar submetido à lógica do mercado e do lucro, a cidade é um direito coletivo, que significa que precisa estar a serviço de toda coletividade, garantindo a proteção social e a qualidade de vida de todos e de todas.

Dona Marinalva, 56 anos, moradora da Ocupação 22 de fevereiro (Ibura), é um dos exemplos de quem teve o direito à moradia negado pelo Estado e precisou ocupar uma terra para construir sua casa.

Motivada a sair da casa do irmão e ter o seu próprio espaço para morar, chegou na ocupação no ano de 1997, aos 34 anos, sozinha, colocou uma lona em cima das madeiras e chamou de lar. “Eu ficava dia e noite dormindo no quadrado para não perder o lugar”, afirma D. Marinalva.

Passou um ano morando em um vão debaixo da lona com um fogão e um colchão. Aos poucos subiu as paredes com ajuda da mãe, que forneceu os tijolos e a madeira. Com o dinheiro das vendas do traque de massa, ela conseguiu comprar o restante dos materiais e assim construiu a casa própria.

A história de vida de D. Marivalda e da Ocupação 22 de Fevereiro, assim como de outras famílias e conglomerados com crescimento desordenados no Brasil, é uma das consequências da não efetividade da Lei nº 10.683 do Ministério das Cidades de promover melhores condições de vida para aqueles excluídos do acesso à cidade.

MORADIA DIGNA PRA QUEM?

Estima-se que em Recife exista um déficit de 64 mil famílias sem casa e 140 mil têm casa, mas precisam de infraestrutura, segundo dados do Habitat Para Humanidade.

“De 2007 à 2017 não vem se investindo em habitação no Recife. Tem um orçamento grande, mas não tem estrutura para dar atenção às comunidades. A Prefeitura do Recife gasta mais com propaganda do que com a vida das pessoas”, comenta a Diretora Executiva Nacional do Habitat Para Humanidade, Socorro Leite.

Dona Marinalva luta até hoje para ter um endereço reconhecido, por saneamento e mobilidade. “Eu quero comprar minhas mercadorias e que os Correios não precise deixar na casa do vizinho, assim como quero não ter medo de sair de casa e pegar alguma doença por causa do lamaceiro que fica na porta de casa”, reivindica.

Os movimentos sociais denunciam o atropelo do processo democrático e falta de abertura da gestão para a construção coletiva e do diálogo no Plano Diretor do Recife que está no processo de atualização das leis em 2018 que irão orientar os próximos 10 anos de gestão da cidade.

Articulação Recife de Luta em incidência pelo Plano Diretor da Cidade Do Recife

Em carta aberta publicada pela Articulação Recife de Luta, a sociedade civil denuncia:

Depois de tentar construir o processo da revisão do Plano Diretor junto ao poder público, nossas propostas para uma cidade que não se venda ao capital empresarial foram ignoradas pela gestão. Por isso, a Articulação Recife de Luta resolveu se retirar da Conferência, onde foram votadas as diretrizes urbanísticas para os próximos 10 anos.

O poder público tem 40% dos delegados, mais 13% do empresariado. Além disso, ocorreu fraude na eleição dos delegados dos movimentos populares. Participar da conferência nesse contexto é validar a farsa de participação popular criada pela gestão.

Mesmo diante da nossa manifestação, nós fomos mais uma vez tratorados. A Prefeitura votou o regimento da Conferência à força, sem nem lê-lo por completo e com ajuda de efetivo policial.

Seguimos acompanhando juridicamente as denúncias que fizemos contra esse espetáculo de participação. Reivindicamos que o processo seja interrompido por improbidade administrativa e apropriação indébita, já que vários estudos que deveriam ser feitos pela empresa contratada não foram realizados.

Moradores do Ibura expressam seus anseios e demandas por moradia digna (Foto: Comunicação Etapas)

Conforme planejamento anual, a Etapas e FIJ promoveram o SEMINÁRIO HABITAÇÃO E PLANO DIRETOR DO RECIFE, em novembro, no Colégio Carlúcio Castanha (UR-1), para debater as demandas dos moradores do Ibura e ouvir as propostas do poder público.

A mesa debatedora foi formada pela Diretora da FIJ, Maria Lúcia, pela Coordenadora Executiva da Etapas, Isabela Valença, pela Diretora Nacional do Habitat para Humanidade, Socorro Leite. Os representantes da gestão pública convidados: Antônio Alexandre (Secretário Municipal de Planejamento Urbano; Norah Neves (Diretora de Habitação do Recife) e Coronel Cácio Simonar (Secretário Executivo de Defesa Civil) não compareceram ao debate. A Secretaria de Habitação e a Defesa Civil enviaram representantes para ouvir as demandas.

Críticas ao Plano Diretor apresentadas no Seminário

• Copia trechos do Plano Diretor de São Paulo
• Desconsidera resoluções de conferências da cidade e boa parte das propostas que surgiram no próprio processo de revisão. Os movimentos sociais olham para o caderno e não sabem o que estão fazendo nas plenárias.
Não Respeita as identidades dos bairros e o território de populações tradicionais
Incorpora parâmetro que abre as ZEIS para o mercado imobiliário
Não consideram as unidades de conservação da natureza

Por que a atual proposta do Plano Diretor interfere nas áreas de Morro?

• Não incorpora novos terrenos nas ZEIS existentes nem transforma novas áreas em ZEIS II para produção de moradias;
• Não reconhece as atuais zonas de morro em ZEIS;
• Não define uma estratégia clara para as famílias do auxílio moradia.

Irmã Elza – a primeira da esquerda para direita – está há 20 anos no auxilio moradia (Foto: Comunicação Etapas)

Enquanto isso, Irmã Elza, moradora de Jardim Monte Verde, está há 20 anos recebendo auxílio moradia e sem perspectiva de voltar a ter a casa própria.

“Eu tinha construído minha casa, mas tive que sair por causa de uma obra da prefeitura da época. Veio os governos de Roberto Magalhães, João Paulo, João da Costa, Geraldo Júlio e nada de eu ter minha casa própria de novo”, afirma.

A Secretaria de Habitação, em nome de Silvana, disse no seminário que não tem projetos para o auxílio moradia.

Os encaminhamentos do Seminário foram de marcar uma reunião com a secretária de habitação Norah Neves e desengavetar o projeto habitacional de Jardim Monte Verde. Outro encaminhamento foi para fazer um protesto no dia da Conferência das Cidades marcada para dezembro.