Foto: Coletivo de Comunicação LPJ PE

Cerca de 30 jovens moradores do Ibura – participantes do projeto Sistema de Vínculos Solidários -SVS (Etapas/FIJ/ActionAid) – vivenciaram o intercâmbio de experiências sociais e políticas com outros cerca de 200 jovens de movimentos de trabalhadores rurais, pastorais religiosas e movimentos estudantis urbanos durante dois dias de participação no Acampa Popular da Juventude – evento promovido pelo Levante Popular da Juventude de Pernambuco- que acontece de 16 a 19 de novembro na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).  O evento visa incentivar a juventude do campo e da cidade a pensar na sociedade e em seu meio de maneira crítica, buscando criar alternativas de enfrentamento da onda conservadora na política brasileira, na perspectiva de conquistar direitos e transformar realidades.

Segundo o coordenador do SVS, Pedro Ribeiro, a participação da Etapas no Acampa agrega no trabalho de formação política com os jovens do Ibura e permite a reflexão dos participantes sobre as formas de organização dos jovens de outros movimentos sociais. “O acampamento induz os jovens a serem protagonistas de suas ações”, que vão desde a tomada de iniciativa nas falas públicas em mesas de debates, a forma auto organizativa de realizar os afazeres domésticos ou os eventos culturais.

O Acampa promoveu mesas de debates com temáticas direcionadas ao Ajuste Fiscal e a Taxação das Grandes Fortunas em Favor da Petrobrás, Extermínio da Juventude Negra, Opressões e Combate ao Machismo, LGBTfobia e Racismo e Cortes Orçamentais na Educação. As oficinas facilitaram o aprendizado em produção de faixas, turbantes, fotografia, stêncil, alimentação saudável, capoeira, hip hop, grafitagem e outras místicas culturais.

A participante do SVS no Ibura, Alice Silva (14), diz que a experiência com os jovens camponeses a fez perceber a diferença entre a realidade dos moradores de áreas rurais e dos residentes na cidade. “Eles sofrem mais com relação a seca e falta de comida, por isso percebo uma maior motivação para lutar por direitos”, comenta. Para Alice, o aprendizado que leva é o de “não julgar ninguém por ser diferente” e que para “os jovens mudar as suas realidades, eles precisam protestar nas ruas.”