Através da articulação do projeto Sistema de Vínculos Solidários – executado pela Etapas em parceria com a FIJ e apoio da ActionAid no território do Ibura-Jordão – jovens moradores de Três Carneiros participaram da segunda edição do curso “A Arte da Fotografia” ministrado pela fotógrafa voluntária Ana Caúla Cribari, e puderam expor suas fotografias para familiares, amigos, lideranças comunitárias, representantes públicos e alunos do 5º ano da Escola Municipal Severina Bernadete, na quarta-feira (21/10), no Clube de Mãe de Três Carneiros. A Exposição Fotográfica “Olhares Urbanos” revelou o olhar poético de oito adolescentes sobre as situações cotidianas da comunidade.

O resultado foram fotos sensíveis que imprimem a realidade, no preto e no branco, de uma comunidade construída em cima de barreiras, com um comércio fervilhante, trânsito de ônibus, carros, motos, gentes e animais por ruas estreitas e riqueza de detalhes nas fachadas das casas.

Ana Cribari conta que os alunos preferiam fotografar paisagens ou retratos, mas que incentivou a saída fotográfica pela comunidade para fazê-los enxergar as pessoas com humanidade. “Fico muito orgulhosa, porque eles conseguiram captar o que ensinei sobre regra dos três terços, moldura, iluminação e, principalmente, a contar histórias através da fotografia”, comentou.

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Alunos do curso de fotografia e do 5º ano da Escola Municipal Severina Bernadete conferiram a exposição no Clube de Mães de Três Carneiros / Foto: Comunicação Etapas

O coordenador do projeto, Pedro Ribeiro, ressalta a importância de promover atividades que incentivem a arte. “A gente tende a achar mais bonitos os cenários que passam na televisão, mas em meio a tantos problemas enfrentados pelos moradores do Ibura, os jovens captaram as belezas através dos gestos das pessoas”, comenta.

A líder comunitária, conhecida como Biuzinha, refletiu sobre a formação cidadão das pessoas que participam das atividades. Para ela, quando os jovens estão inseridos nos espaços de formação, eles compreendem a luta comunitária como forma de mobilização para melhorar os serviços públicos que afeta diretamente a qualidade de vida dos moradores. “Eles entendem que têm direitos, multiplicam o conhecimento e, assim, mudam a realidade da comunidade”, afirmou.

O aluno Carlos Gabriel (12) recebe seu certificado e elogios da fotógrafa Ana Caúla Cribari
O aluno Carlos Gabriel (12) recebeu seu certificado e elogios da fotógrafa Ana Caúla Cribari / Foto: Comunicação Etapas

A dona de casa, Isabel Silva, mãe do aluno Carlos Gabriel (12), se emocionou ao ver o reconhecimento do empenho do seu filho – que não faltou a nenhuma das sete aulas – e teve a foto elogiada pelo curador Francisco Cribari. “Eu o incentivo a estudar e estou muito orgulhosa por saber que ele tem futuro na fotografia. O próximo passo é tentar comprar uma câmera digital pra ele”, conta Isabel.

Ao final do evento, os alunos Carlos Gabriel, Luciana Lindalva, Camila Karolaine, Keture Pereira, Ana Vitória, Suzane Lima, Iasmim Ketlly e Emilly Silva receberam certificado de conclusão de curso e houve uma confraternização.

 

O Sistema de Vínculos Solidários tem parceria com a Escola Municipal Severina Bernadete, o Distrito Sanitário VI e Clube de mães de Três Carneiros. Para a realização da Exposição, os voluntários Peu Rabelo, Francisco Cribari e Victor Miranda envolveram-se na execução.

 

A atividade faz parte do esforço das organizações para estimular a participação social na construção de políticas públicas destinadas a população do Ibura

A Etapas e a Federação Ibura-Jordão (FIJ) aproveitam a campanha do Outubro Rosa (que visa estimular a participação da população no controle do câncer de mama), para promover o debate entre a sociedade civil e os gestores públicos de Pernambuco sobre projetos e políticas públicas direcionadas às mulheres do Ibura. O seminário acontece no próximo sábado (17/10), a partir das 9h, na Escola Municipal Carlúcio Castanho.

Cerca de 52% da população do Ibura é feminina. Esta maioria é desafiada a conviver com a insegurança e a violência, principalmente se relacionadas as questões de gênero, que permeiam os espaços públicos do território. O seminário também busca atingir o público masculino, visando dar visibilidade aos problemas enfrentados pela mulher e unir forças em prol da luta feminista.

Confira a programação:

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Cerca de 60 pessoas, entre técnicos da Etapas e moradores do Ibura-Jordão participantes dos projetos executados pela instituição, compareceram, no último sábado (3/10), ao Teatro Santa Isabel para assistir ao espetáculo ‘Chacrinha, o Musical’, através do apoio e incentivo à cultura do Circuito Cultural Bradesco Seguros e parceria com  Fino Produção, Aventuras e Entretenimento.

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O espetáculo arrancou muitas risadas do público (Foto: Comunicação Etapas)

O espetáculo, que já foi aplaudido por mais de 200 mil pessoas durante temporadas no Sudeste brasileiro, acompanha a trajetória do maior comunicador do rádio e da televisão, Abelardo Barbosa, desde sua infância em Surubim – Pernambuco – até o auge da carreira na TV Globo, comandando o programa de auditório “Cassino do Chacrinha”.

A moradora da UR-10, Sebastiana, conta que, quando criança, morou na comunidade Sítio do Berardo (localizada na Madalena), lugar que, segundo ela, também morava D. Zinha, uma das tias do Abelardo Barbosa. “Achei interessante a abordagem do musical. Eu morei no meio da família do Chacrinha e não conhecia sua trajetória de vida”, relata Sebastiana. Para ela, a cultura do teatro deve ser melhor incentivada, “está muito difícil competir com a internet hoje em dia”.

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José Barbosa, o Dudé (Membro da FIJ – parceira da Etapas) e as chacretes (Foto: Comunicação Etapas)

Para José Barbosa (o Dudé), membro da Associação Comunitária e Cultural da UR-10 – filiada à Federação Ibura-Jordão (FIJ), além da emoção de relembrar a época em que assistia ao programa na tela preta e branca da TV, ele comenta com entusiasmo a oportunidade de levar os jovens das comunidades do Ibura ao teatro. “O incentivo à cultura faz com que os jovens repassem a experiência que viveram e consigam despertar o interesse de outros jovens para participarem das atividades de formação que a FIJ e a Etapas articulam no território”, comenta.

 

 

 

Federação Ibura Jordão:
A FIJ (Federação Ibura Jordão) é uma associação democrática, civil e sem fins econômicos, independente e apartidária que congrega entidades de base dos bairros Ibura Jordão, com o objetivo de fortalecer a organização dos moradores, na defesa de seus direitos. Criada em 1990, a federação vêm coordenando lutas pela melhoria de qualidade de vida da população moradora do Ibura Jordão, além de participar e fortalecer lutas comuns aos movimentos populares sociais de Pernambuco que buscam a justiça e a inclusão social a partir do acesso às políticas públicas, a exemplo da Reforma Urbana.

 

Confira a galeria de fotos:

 

“Existem pessoas que se alimentam destas práticas. Existem pessoas que pagam por sexo com crianças e adolescentes, com o único intuito de realizar seus fetiches e desejos mais obscuros. Assim como a maldade alheia, que vem de uma prática milenar de mercantilização do ser humano, associados a uma questão meramente cultural e/ou econômica.”- Inês Dias (Militante na prevenção e combate à violência doméstica e sexual)

Em 23 de setembro é lembrado o Dia Internacional contra a Exploração Sexual. A Lei Palácios foi criada há exatamente 102 anos, na Argentina, para punir quem promovesse ou facilitasse a prostituição e corrupção de crianças e adolescentes e inspirou outros países a protegerem sua população, sobretudo mulheres e crianças, contra a exploração.

A Equipe Técnica de Assessoria, Pesquisa e Ação Social (Etapas), entrevistou a militante na prevenção e combate à violência doméstica e sexual, Inês Dias. Ela, que iniciou sua militância devido a opressão que sofria no ambiente doméstico, passou de vítima à representante do Brasil em movimentos internacionais. No momento, atua na assessora técnica da Secretaria Executiva da Criança e Juventude do Governo do Estado de Pernambuco .

Etapas: O que te motivou e como iniciou-se o processo de militância?

Inês Dias: A violência permeava a minha família. Em 1991, comecei a ser assistida pela ONG Feminista – Coletivo Mulher Vida – e então descobri que eu não precisava mais sofrer violência, ou melhor, que eu nem tinha que está sofrendo violência, pois as crianças precisam ser amadas e protegidas. Nesse despertar, veio o desejo de dar um basta, o desejo de libertação, o desejo de gritar para o mundo ouvir: “basta de violência.”

Durante estes 14 anos, fiz cursos, participei de espaços políticos e de controle social, passei a representar a instituição em conferencias, seminários, congressos e qualquer evento cujo o adolescente e o jovem fossem o público desejado. Mas, eu queria mais… participei do I Congresso Mundial contra a Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes, em 1996, na cidade de Estocolmo – Suécia. A partir de então  passei a representar o meu país em movimentos internacionais como foi o caso do ECPAT internacional.

A violência sexual pode ser configurada em abuso e exploração, qual a diferença?

Abuso sexual é todo ato de natureza sexual, com ou sem contato físico, sem o consentimento da vitima. E, nos casos com crianças, esse “consentimento” não existe.

No caso da exploração sexual, é todo ato de natureza sexual, com objetivo de lucro. Ou seja, o uso do corpo de uma criança ou adolescente para fins de obter prazer sexual, mediante pagamento. Este pagamento pode ser em espécie ou não (alimentos, objetos e bens de consumo).

O que configura a exploração sexual? Quais as causas?

A exploração sexual é caracterizada pela relação sexual de uma criança ou adolescente com adultos, ou pessoas mais velhas, mediante pagamento em dinheiro ou qualquer outro benefício. Ela se manifesta comumente nas seguintes formas: pornografia, exploração sexual, no turismo e trafico para fins sexuais.

O Guia de referência: construindo uma cultura de prevenção à violência sexual define a exploração sexual em agenciada e não agenciada. Ela é agenciada quando há a intermediação por uma ou mais pessoas ou serviços. No primeiro caso, as pessoas são chamadas rufiões, cafetões e cafetinas e, no segundo, os serviços são normalmente conhecidos como bordéis, serviços de acompanhamento, clubes noturnos. São não agenciadas quando há a prática de atos sexuais realizada por crianças e adolescentes mediante pagamento ou troca de um bem, droga ou serviços.

No tocante a exploração sexual, não podemos definir causas que levam a exploração. Podemos afirmar, sim, que muitos fatores estão associados a este tipo de crime, que podem ser de ordem cultural, social e econômica.

Quais as consequências causadas às vítimas?

O dano causado às vitima são, desde o amadurecimento precoce à aquisição de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), gravidez na adolescência e ou indesejada, maus tratos, violência física, uso abusivo de drogas e outros. Estes danos podem ser de natureza psicológica ou física, e em situações extremas, podem levar a morte.

Como está o atual cenário pernambucano em relação a essa prática?

Em Pernambuco o único dado oficial que temos é o mapeamento da Policia Rodoviária Federal, onde define alguns pontos de vulnerabilidade e exploração sexual nas rodovias brasileiras e destaca por Unidade da Federação. Contudo, é notório que este número é crescente, uma vez que não existe nenhuma proposta metodológica de intervenção prática com as vítimas nos locais citados, ou seja, há de certa forma uma falta de atuação frente a este tipo de violação por parte dos órgãos governamentais e não governamentais em Pernambuco.

No Disk 100, as denúncias de violência sexual chegaram a 7 mil em 2014, das quais 27% foram provenientes da região Nordeste e somente 5% foram de Pernambuco. Como podemos explicar este caso?

Com relação ao Disque 100, existem muitas questões a serem ponderadas. Neste caso especifico, eu faço um recorte de que a denúncia está diretamente ligada a resolutividade dos casos, ou seja, a sociedade de um modo geral tende a desacreditar nos canais de denúncia, quando os mesmo deixam a desejar.

O Disque 100 passou por diversas reformulações neste período, o que, de certa forma, comprometeu a sua qualidade. Principalmente nas intervenções de violência e nos encaminhamentos dados. Muitos equívocos com relação ao fluxo e até muitas vezes a inacessibilidade dos usuários aos canais. Contudo, é bem verdade que precisamos intensificar cada vez mais as campanhas educativas e informativas, visando a ampliação do olhar da sociedade acerca da denúncia, principalmente com relação a violações de direitos de crianças e adolescentes.

Segundo dados do II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil (2005), uma em cada três trabalhadoras do sexo, no Recife, tem menos de 18 anos e aproximadamente metade delas é usuária regular do crack. Qual sua análise a respeito deste dado?

Estes dados são no mínimo aterradores, afinal, nominar mulheres menores de 18 anos de trabalhadoras do sexo é no mínimo um grande equivoco. A legislação brasileira é muito clara, meninas ou meninos, menores de 18 anos envolvidas no mercado do sexo estão sendo vítimas de exploração sexual e tendo isso com um dado oficial, isso teria que no mínimo ter virado denuncia.

Ponderado este dado, infelizmente, a grande maioria dos adolescentes envolvidos na exploração sexual estão, sem dúvidas, enterradas nas drogas. Contrariando os argumentos da sociedade movidas pelo preconceito do senso comum, estas meninas não conseguem dinheiro fácil, muitas vezes têm que se drogar pra suportar os abusos e violências dos clientes, que pagam pelo sexo e desta forma se sentem no direito de fazê-los. Para estas pessoas, as vítimas tornam-se um mero objeto sexual e /ou mercadoria de troca.

Quais as práticas que ainda sustentam a rede de exploração sexual?

Na verdade, falando de forma simplória, e pode até ser considerada um pouco leviana, o que sustenta a rede de exploração sexual, com todo vigor que ela tem até hoje, é a demanda. Existem pessoas que se alimentam destas práticas. Existem pessoas que pagam por sexo com crianças e adolescentes, com o único intuito de realizar seus fetiches e desejos mais obscuros. Assim como a maldade alheia, que vem de uma prática milenar de mercantiliza do humano, associados a uma questão meramente cultural e/ou econômica.

Quais as ações de enfrentamento do Governo do Estado de Pernambuco?

A Secretaria Executiva da Criança e Juventude vem ao longo de quatro anos, precisamente, desenvolvendo o Programa Atenção Redobrada, que é uma estratégia viável de enfrentamento a estas e outras práticas de violação de direitos de crianças e adolescentes. O programa tem o município como o grande protagonista da ação, tendo o estado como um parceiro direto, no planejamento, capacitação dos atores envolvidos e no monitoramento.
A secretaria participa também como membro de espaços de articulação política e controle social, como fóruns, redes, comitês e conselhos de direito.

Quais os desafios enfrentados pelo Governo?

Os desafios são diversos. Atualmente, o principal deles é a conjuntura política e econômica atual, que não nos permite ampliar nossas ações, e muitas vezes, acaba por culminar com a descontinuidade de algumas ações. Contudo, desafios existem para serem superados, e é muito importante criar estratégias de superação. Uma delas seria estimular os municípios a desenvolverem ações locais, fomentando o protagonismo dos mesmos em iniciativas locais, onde oferecemos apoio de forma técnica e materiais educativos e informativos.

A Etapas esteve capacitando jovens mulheres do território Ibura-Jordão, durante o triênio 2012-2015, com o projeto “Reduzindo a Exploração Sexual de Meninas: Uma Abordagem Integrada” – confira a matéria

A Equipe Técnica de Assessoria, Pesquisa e Ação Social (Etapas) promove um Festival Cultural, em parceria com a Federação Ibura-Jordão (FIJ), para os moradores da comunidade de Três Carneiros (Ibura), na próxima quarta-feira (30/9), das 9h às 20h, na quadra pública da comunidade e na Escola Municipal Severina Bernadete. Serão oferecidas atividades lúdicas e educativas para as crianças, familiares e parceiros do projeto “Sistema de Vínculos Solidários”, além de serviços de saúde à população.

Convite:

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O projeto “Sistema de Vínculos Solidários”- de parceria entre a Etapas, ActionAid e FIJ – tem como objetivo contribuir para melhoria das condições de habitabilidade no Ibura-Jordão, a partir do fortalecimento das organizações comunitárias, através do apadrinhamento de crianças. O projeto é baseado na luta pela garantia de direitos e a construção de laços de solidariedade, onde uma rede de parceiros (escolas, gestores públicos, empresários locais e voluntários) apoiam a organização de feiras de serviços, palestras, oficinas, mutirões de saúde, caminhadas, reunião cursos e maratonas.

Atualmente, o projeto vínculos solidários atinge cerca de 1000 crianças e suas famílias sendo um dos principais projetos da Etapas no território.

“Fazendo arte a gente tá construindo um mundo mais colorido”, é a conclusão de Elias Amaro (10), após participar da Oficina de Grafitagem, dias 17 e 18/9, facilitada por Jose Cleiton, mais conhecido como Carbonel, para crianças moradoras de Três Carneiros participantes do projeto “Mudando Práticas, Assegurando Direitos” MPAD – de parceria entre a Equipe Técnica de Assessoria, Pesquisa e Ação Social (Etapas) e o Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica).

Cerca de 20 crianças foram incentivadas a criarem desenhos livres (a partir da reflexão sobre os direitos do Estatuto da Criança e do Adolescente) e pintaram seus desenhos na parede do Clube de Mães de Três Carneiros (local onde acontecem as aulas do projeto). Além de Carbonel, os grafiteiros Jr. Cam e Treloso – ambos moradores das comunidades do Ibura – deixaram suas intervenções artísticas do Clube de Mães.

Carbonel, que atua como grafiteiro há 16 anos, é adepto do jargão “Colorir pra Educar” e explica: “a arte de grafitar faz parte de um processo de educação popular, onde as práticas de interação com o graffit geram uma atitude cidadã. Refletir, desenhar e colorir o muro são processos que incentivam o respeito e a solidariedade ao próximo”, apontou o artista.

O Educador da Etapas, Cristiano Ferreira, diz que além de elevar a autoestima dos alunos, a oficina incentiva o trabalho coletivo. “Eles aprendem a trabalhar em favor da comunidade e isso favorece a sensação de pertencimento. O clube de mães torna-se referência do aprendizado e faz com que haja a multiplicação de conhecimento”, opina.

Para o coordenador do projeto, Pedro Ribeiro, a realização de uma oficina de grafitagem ajuda a quebrar de preconceitos. “Há uma marginalização em torno dessa arte, mas através do diálogo com os familiares, lideranças comunitárias e com as próprias crianças, conseguimos criar uma identidade visual para o Clube de Mães e mostrar que a diferença que pode fazer no visual de uma comunidade”, expõe o coordenador.

Segundo Carbonel, “a galeria de arte não está só nos museus, a comunidade pode virar uma galeria de arte.”

O grafiteiro Junior Campelo (vulgo Jr. Cam), afirma que sua maior satisfação em realizar o trabalho “é perceber que a comunidade está viva”. Ele diz que ensinar a arte do grafite para crianças de sua comunidade é motivador, “futuramente elas podem optar por seguir a carreira e levar nossa história de resistência, através de suas artes, para o mundo”, conclui.

O projeto MPAD tem como parceiros a Escola Municipal Severina Bernadete, o Conselho Tutelar da Região Político-administrativa (RPA) 6, o Distrito Sanitário da RPA6 e o Posto de Saúde Três Carneiros Alto.