Através do projeto em parceria com o Conselho Municipal de Defesa e Promoção dos Direitos de Crianças e Adolescentes (COMDICA), a Etapas promove o Mês dos Brinquedos e Brincadeiras com crianças de primeira infância

Crianças aprendem, se desenvolvem e se divertem com as brincadeiras coletivas (Foto: Comunicação Etapas)

Por Juliana Ribeiro (Etapas)

A brincadeira é uma das principais atividades na primeira infância. É brincando que a criança desenvolve habilidades corporais, imaginação, criatividade, cognição, aprende o uso da linguagem, desvenda sensações e sentimentos.

De 45 nações, o Brasil é o segundo país com mais pessoas em frente a uma tela, segundo pesquisa Digital 2023:Global Overview Report – da DataReportal

“É importante reconhecer que educar um ser humano exige disponibilidade e disposição”, esta afirmação da psicóloga Mariana Albuquerque reafirma o compromisso da Etapas de trabalhar com a primeira infância: Brincar é coisa séria. É direito fundamental!

Entre os meses de março e abril, a Etapas está promovendo o Mês dos Brinquedos e Brincadeiras, com crianças de 4 a 6 anos do projeto “Crianças Protegidas, Direitos Garantidos: um olhar para primeira infância” (Etapas/Comdica), visando estimular a brincadeira coletiva para fortalecer habilidades corporais, de comunicação, socialização, autonomia e criatividade. Estão sendo realizadas atividades de bambolê, pintura, confecção de brinquedos recicláveis, futebol, dança das cadeiras, construção de cidade de Lego.

Para a assistente social e educadora do projeto Dennise Ernesto, a iniciativa reforça o brincar como um direito fundamental da infância. “Percebo que por meio das brincadeiras coletivas, elas aprendem a conviver em grupo, a respeitar regras e a trabalhar em equipe, o que contribui para a formação cognitiva e emocional de uma pessoa”, reflete.

Segundo a psicóloga Mariana Albuquerque, a brincadeira coletiva pode desenvolver o aprendizado da criança em como lidar com suas vontades e limites considerando as vontade e limites das outras crianças. Desenvolve valores como a solidariedade e empatia.

“Quando se troca as interações sociais que fomentam esse desenvolvimento pela exposição a telas, onde geralmente a relação é unilateral, pode prejudicar o desenvolvimento neuromotor da criança, a aprendizagem e a própria constituição psíquica de si”, reflete Mariana.

Comportamentos que sinalizam que a exposição pode estar exacerbada às telas:

Mudanças na socialização:

  • isolamento, baixa tolerância à frustração, agressividade
  • alterações no sono, na alimentação
  • comportamentos compulsivos, impulsivos
  • sedentarismo
Famílias das crianças atendidas pelo projeto refletem sobre a importância da brincadeira com a psicóloga Mariana Albuquerque (Foto: Arquivo Etapas)

A partir dos encontros com as famílias que têm os filhos e netos assistidos pelo projeto (Etapas/Comdica), foi percebido a importância de construir e fortalecer momentos de proximidade com as crianças através de atividades que já são presentes no cotidiano da família.

Dicas pensadas no grupo para diminuir o uso de telas dentro de casa:

Incluir as crianças nas atividades de casa de maneira lúdica

  • Brincar de arrumar a casa/ o quarto através de uma contação de história
  • Incluir a criança no preparo dos alimentos e das refeições (dentro da capacidade de cada idade)
  • Brincar de escolinha durante a realização da lição de casa.

Construção de novos hábitos familiares, como ensinar brincadeiras de sua época

  • Amarelinha, dobradura de papel;
  • Músicas e histórias;
  • Caça ao tesouro sensorial: buscar um objeto pelo barulho com os olhos vendados;
  • Brincadeiras de mímica: que estimulam a memória e a criatividade;
  • Utilizar a arte como forma de diversão e aprendizado.

Segundo Mariana, é importante compreender o que a criança se interessa em fazer para iniciar a construção desses novos hábitos. Pode incluir algum aparelho eletrônico nesse momento de adaptação:

  • Uma competição de dança entre os familiares diante do youtube
  • Jogos que possam ser jogados em família

O projeto “Crianças Protegidas, Direitos Garantidos: um olhar para primeira infância”(Etapas/Comdica), completou nove meses de atividades diárias (segunda a quinta-feira),com 20 crianças da comunidade de Três Carneiros (Ibura), visando promover conhecimento e vínculos afetivos para fortalecer ambientes seguros e protegidos.

 Ao longo de três anos, a parceria Unicef – Etapas aumentou a visibilidade do potencial do Ibura, movimentou pessoas em prol da proteção de crianças e adolescente

Equipes Unicef, Etapas, coletivos de cultura do Ibura e organizações da sociedade civil celebrando a realização do evento “Ibura de Oportunidades”, no Compaz Paulo Freire (Foto – Negritando Produções)

Crianças e adolescentes do Ibura tiveram mais oportunidades: de acesso à educação para cidadania, de inclusão socioprodutiva, de saúde e bem estar pensados de maneira integral, de criação do Núcleo de Cidadania Adolescente (Nuca-Ibura) fortalecendo coletivos já existentes e facilitando as habilidades de comunicação, liderança e planejamento dos adolescentes.

Conforme o relatório “Territórios que Protegem” 2022-2024, entre 2023 e 2024, 21 das 32 escolas municipais do Ibura foram alcançadas com o projeto “Ibura que Protege”, com 6 mil crianças e adolescentes entrando em contato com atividades de prevenção às violências e 473 profissionais formados em práticas pedagógicas contra violência baseada em gênero e racismo.

A inclusão de adolescentes no mundo do trabalho decente ganhou impulso com 509 jovens acessando a plataforma 1MiO na cidade do Recife. Do Ibura, 97 jovens foram contratados diretamente pela prefeitura. Cerca de 1.700 adolescentes participaram de formação para competências na vida.

A participação de adolescentes com o Núcleo de Cidadania Adolescente (NUCA) promoveu rodas de conversas terapêuticas proporcionando um ambiente seguro e acolhedor para que os jovens pudessem expressar as emoções.

Como a Etapas atua há cerca de 40 anos no desenvolvimento territorial do Ibura, Isabela  Valença (coordenação colegiada Etapas), ressalta que a parceria com o Unicef possibilitou também o fortalecimento da cultura, “fez despertar talentos”. Para ela, o Unicef trouxe o peso do espaço de articulação entre a sociedade e o poder público, “somando forças para a política pública poder se efetivar”.

Envolvendo temas importantes de dignidade menstrual, rodas terapêuticas que fortaleceram a comunicação, a autoconfiança e o pertencimento dos adolescentes, o projeto se encerra com as atividades do NUCA-Ibura indo até janeiro de 2025.

Para Ronald Silva, “o projeto trouxe a oportunidade de colocar os talentos do Ibura em ação”, ele continua, “O NUCA abriu meus olhos em relação aos meus direitos, meu potencial e ao que posso alcançar”.

Para Evellyn Cavalcanti, O NUCA se tornou um espaço de acolhimento. “Me ajudou a saber que tenho meu lugar de fala, a saber ouvir, a saber falar”, pontua.

Veja o balanço de encerramento:

Gestores públicos da saúde,educação, assistência, representantes de organizações da sociedade civil, na 8ª edição do Encontro para Detentores de Deveres, no Hotel Manibú (Boa Viagem) / Foto: Comunicação Etapas

“Cuidado é necessidade”, afirma a professora Rachel Uchôa. Segundo pesquisa do IBGE/2023, a diferença de tempo de trabalho entre homens e mulheres se mostra nos serviços domésticos/comunitários (cozinhar, limpar, lavar, estender, passar, cuidar da rotina dos filhos, cuidar de idosos, de pessoas com deficiência), onde mulheres trabalham 11 horas a mais por semana do que os homens. Este tempo dedicado aos cuidados com a administração do lar e cuidados com a família, se tornou um debate sobre a garantia de direitos tanto para os que necessitam de cuidados quanto para os cuidadores (com ou sem remuneração).

Cuidado: trabalho essencial para a sustentabilidade da vida humana, da economia e da sociedade

A partir da estruturação da Secretaria Nacional da Política de Cuidados e Família no Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (SNCF/MDS) e a Secretaria Nacional de Autonomia Econômica e Políticas de Cuidados no Ministério das Mulheres (SENAEC/MMulheres), em 2023, foi lançado o Marco Conceitual da Política Nacional de Cuidados a partir das discussões em grupos de trabalhos coordenados por estas secretarias.

 A Política Nacional de Cuidados foi aprovada no senado, em 5/12/24.

O Brasil vai construir um Plano Nacional de Cuidados, que prevê a garantia de direitos tanto para os que necessitam de cuidados quanto para os cuidadores (com ou sem remuneração).

A incorporação inédita de estruturas específicas para tratar do tema dos cuidados na administração pública federal é um avanço importante para garantir o direito ao cuidado a todas as pessoas que dele necessitem, para promover o trabalho decente para todas as trabalhadoras e trabalhadores remunerados do cuidado e, ainda, para reconhecer, reduzir e redistribuir o trabalho doméstico e de cuidados não remunerado, exercido historicamente pelas mulheres nos domicílios.

Quem Cuida de Quem Cuida?, a oitava edição do Encontro Para Detentores de Deveres (Etapas/KNH) promoveu o debate entre gestores públicos da saúde, educação, assistência social, lideranças comunitárias, organizações da sociedade civil que atuam no Ibura. O evento cumpriu com o objetivo de sensibilizar, debater e fomentar uma cultura de cuidado entre os participantes.

As facilitadoras Renata Farias (Psicóloga) e Rachel Uchôa (Professora UFRPE) trouxeram reflexões acerca do mapeamento de como as pessoas entendem o que é cuidado, assim como favoreceu a pensar em soluções de como a política pode chegar onde a população mais vulnerável está.

Para a agente de saúde de Monte Verde (Ibura), Miriam Florenço, ela leva de aprendizado a certeza que o país está mudando, pois para ela, estamos viabilizando o trabalho invisível das mulheres. “Levo para o meu trabalho o conhecimento ampliado e a intenção clara de partilhar o que aprendi,” conclui.

Veja galeria de fotos da 8ª Edição do Encontro Para Detentores de Deveres

Em parceria com o UNICEF, Compaz Paulo Freire recebe mutirão para apoiar adolescentes e jovens na emissão de documentos civis, elaboração de currículo e inscrição em vagas de emprego

Adolescentes e jovens do bairro do Ibura, no Recife, participam do Festival Ibura de Oportunidades no Compaz Paulo Freire, nessa sexta-feira (27). A iniciativa tem o objetivo de conectar participantes ao mundo do trabalho e inclusão social. Ao longo do dia, serão oferecidos serviços de emissão de documentação civil, elaboração de currículo, inscrição para vagas de emprego, além de imunização. Com expectativa de atender cerca de 300 participantes, a iniciativa faz parte de uma parceria do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Um Milhão de Oportunidades (1MiO), Organização Etapas e Prefeitura do Recife.

Durante a programação do Festival, adolescentes e jovens terão acesso a uma trilha de serviços para apoiar a transição da escola para o mundo do trabalho. Quem necessitar poderá colocar a documentação civil em dia, com os serviços do #ExpressoRecife de emissão RG, CPF, carteira de trabalho e até 2ª via de certidão de nascimento. Ao longo do dia, também será possível construir um currículo com o apoio de equipes de especialistas, participar de oficinas e se inscrever em oportunidades de formação profissional, além de se cadastrar em vagas de aprendizagem, estágio e emprego formal disponibilizadas pela parceria 1MiO e GoRecife.

“Nós pensamos um Festival que pudesse unir os serviços de garantia de direitos, com foco nos jovens que estão, neste momento, migrando dos ambientes de estudo para o mundo do trabalho”, explica Felipe Gonzalez, oficial de educação do UNICEF e coordenador da iniciativa 1MiO. “Queremos garantir que os adolescentes do Ibura tenham apoio para construir bons currículos a partir de suas experiências de vida, encontrar oportunidades de trabalho decente e tenham a documentação em dia para o momento da entrevista”.

A oficial de desenvolvimento e participação de adolescentes do UNICEF, Luiza Leitão, esclarece que o Festival é também um momento celebrativo de todo um conjunto de atividades que vêm sendo desenvolvidas com adolescentes e jovens do Ibura como parte da iniciativa #AgendaCidadeUNICEF. “Há quatro anos, estamos atuando com escuta, formação de competências e direitos, apoio à saúde mental, entre outras ações, destinadas a adolescentes do Ibura. O Festival vem como uma culminância desse percurso”, afirma.

SERVIÇO: O Festival Ibura de Oportunidades acontecerá na sexta-feira (27 de setembro), das 9h às 16h, no Compaz Paulo Freire, localizado na Ladeira da Cohab, 10, Ibura.

Sobre a #AgendaCidadeUNICEF

#AgendaCidadeUNICEF é uma parceria do UNICEF com prefeituras para a promoção de direitos e oportunidades de crianças e adolescentes mais vulneráveis nos centros urbanos, contribuindo para a inclusão, não discriminação e não violência. No Recife, o Ibura foi escolhido como território prioritário. Além da capital pernambucana, estão se somando à iniciativa as cidades de Belém, Fortaleza, Manaus, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís e São Paulo.

Sobre 1MiO

O 1MiO é uma iniciativa do UNICEF, em parceria com governos, empresas privadas, organizações da sociedade civil e agências da ONU. A iniciativa tem como objetivo proporcionar a jovens e adolescentes de 14 a 29 anos, em situação de vulnerabilidade, acesso a oportunidades de ensino de qualidade, habilidades digitais, conexão com a internet, participação cívica, treinamento profissional e empregabilidade, por meio de programas de aprendizagem, estágio e emprego. Para esta iniciativa, o UNICEF conta com a parceria estratégica de Silatech, Iberdrola, Microsoft e Accenture.

Sobre a Etapas

A Etapas é uma organização que atua há mais de 40 anos no Recife, com foco no Direito à Cidade, Direito das Juventudes e de Crianças e Adolescentes. A Etapas tem o Ibura como território de desenvolvimento das suas ações e projetos.

Carolina Maria de Jesus ofertava num primeiro olhar as condições de migrante, negra, pobre, mãe solteira de três filhos.

Por Suzana Santos (Educadora Social – Etapas)

Certo dia me deparei com um vídeo da autora Conceição Evaristo no instagram que chamou minha atenção. Em uma entrevista para o ator Lázaro Ramos, ela falava sobre a também escritora Carolina Maria de Jesus e suas produções publicadas em meados da década de 1960, tecendo muitos elogios a sua contribuição intelectual e política referindo-se a ela como “audaciosa”. Confesso que esse episódio me fez refletir sobre o lugar da mulher negra na sociedade, que ainda segue atravessado por uma longa história de discriminação e opressão.

Sendo o Brasil um país de herança escravocrata, poder acessar Carolina de Jesus, uma mulher negra e semiafalbetizada que afirmou-se escritora em um contexto de censura e perseguição política, é uma experiência singular e incrivelmente inspiradora. Seus escritos denotam uma contraposição as narrativas de invalidação de pessoas negras enquanto sujeitos e sujeitas cognoscentes e vão de encontro às expectativas de subserviência da branquitude, sem garantir a este grupo “vantagens” por adotarem a causa dessa população.

Em muitas outras entrevistas, Conceição relata sobre a existência de uma tendência na sociedade brasileira de reconhecer a influência africana e afrodescendente em campos muito limitados, destacando ainda a influência do racismo e do sexismo nesse processo. Essas estruturas agem de modo a criar desafios únicos e interseccionais para estas sujeitas por lidarem com uma discriminação múltipla. E como reflexo desse processo, mulheres negras ainda precisam demarcar seus lugares e reivindicar o devido reconhecimento às suas muitas contribuições. Foi na contramão desta perspectiva que, em 25 de julho 1992, mulheres negras de 32 países se reuniram na República Dominicana para coletivamente denunciarem opressões enfrentadas, não só nas Américas, mas em todo o globo. Esta data foi então reconhecida pela ONU como Dia Intulernacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

A historiografia tradicional nega e/ou ignora um lugar de destaque e de valorização as mulheres negras que ousam contar suas próprias histórias para reconhecerem em si o valor, para que não sejam rotuladas, para criticar e propor construir assim novas memórias e subjetividades. Nessa lógica, mulheres como Tereza de Benguela, também memorada a nível nacional nesta mesma data, não tem seus legados condecorados ao passo em que figuras violadoras dos Direitos Humanos são histórica e amplamente homenageadas comunicando assim quais perfis de pessoas são considerados como referências nacionais.

A autora Glória Azaldúa comenta que mulheres negras são constantemente condicionadas a se submeterem a ideais eurocêntricos de embranquecimento de peles, línguas, culturas e narrativas. Essa movimentação resulta no apagamento e/ou na deformidade da nossa história, o que não nos permite conhecer a nós mesmas, a nossa comunidade e, consequentemente nossas potencialidades. Contudo, são produções como as de Lélia Gonzáles, Sueli Carneiro, Neuza Santos Souza, Bell Hooks, Vilma Reis, Angela Davis, Chimamanda Ngozi, Djamila Ribeiro, Carla Akotirene, Ryane Leão, Cida Bento, Bárbara Carine, Conceição Reis, Patrícia Naia, Priscila Ferraz e tantas outras mulheres que nos permitem transgredir e caminhar em direção a liberdade das nossas mentes para só assim prospectarmos novas possibilidades. São mulheres negras, latino-americanas e caribenhas que lutam cotidianamente contra a subestimação e omissão histórica promovendo um senso de solidariedade e pertencimento a partir do fortalecimento de uma identidade coletiva.

A postura de Carolina de Jesus no dado tempo histórico, se apresenta como um chamado para que possamos registrar socializar e priorizar as nossas escrevivências – “escrita contaminada pela condição de mulher negra”, embora ainda sob o risco de sermos penalizadas por “vendermos nossa própria ideologia”.

Ainda em concordância com Azaldúa, a nossa escrita rompe com a imagem confortável, dócil e estereotipada que as pessoas brancas têm de nós. A importância de sermos mulheres negras que criam fissuras reside no propósito de emancipação e de recriar histórias, de modo que elas passem a incomodar os sonos dos injustos. Conheçam, leiam e reverenciem mulheres negras!

Suzana Santos – Pós-graduanda em Gestão de Projetos e Metodologias Ágeis (Católica Business School Brasil/UNICAP), Bacharela em Serviço Social (Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Pesquisadora em Relações Étnico-Raciais, Coordenação de Projetos e Educadora Social da Equipe Técnica de Assessoria Pesquisa e Ação Social – ETAPAS. E-mail: cttsuzanasantos@gmail.com

O evento reuniu cerca de 120 pessoas, num sábado de muito aprendizado, incidência política, dança e lazer na comunidade. O projeto chega para contribuir com o grito da comunidade por justiça climática e acesso à cultura e lazer no Ibura.

A Etapas começa a discutir Meio Ambiente em suas atividades desde 2010, abordando questões sobre o escasso abastecimento de água nas periferias, o precário saneamento básico, a coleta seletiva de lixo, reciclagem, o acesso à cultura e ao lazer no território.

Leia Mais: https://etapas.org.br/seminario-de-meio-ambiente-promove-debate-sobre-o-lixo-no-ibura/

Com a chegada dos eventos climáticos extremos, a exemplo das chuvas em Pernambuco de 2020, começamos a nos apropriar e difundir o termo Racismo Ambiental nas nossas atividades.

Leia Mais: https://etapas.org.br/mudancas-climaticas-e-racismo-ambiental-como-afetam-o-recife/

O evento “Ibura Pelo Meio Ambiente, Cultura E Lazer”, que aconteceu dia 29 de junho de 2024, na Escola Maria Sampaio de Lucena (UR-1), deu início ao projeto que visa fortalecer os coletivos de jovens e adultos do Ibura – que lutam ou queiram lutar por justiça climática, cultura e lazer para o território – na perspectiva de conseguir melhorias para o bairro.

O evento reuniu cerca de 120 pessoas, entre gestores públicos, estudantes, coletivos de jovens, de cultura, ativistas do meio ambiente, representantes de Organizações da Sociedade Civil num sábado de muito aprendizado, incidência política, dança e lazer na comunidade.

Rolou Karaokê; Visita à Horta e Apresentação da Experiência da Horta com o diretor e alunos da escola Maria Sampaio Lucena (UR-1); Intervenção Teatral sobre Coleta Seletiva do Lixo (com a Emlurb); Oficina de Passinho e Apresentação de Brega com a ONG Cia Extremo, Lançamento do Projeto “Ibura Pelo Meio Ambiente, Cultura E Lazer”; Apresentação do Coco Besouro Mangangá.

Para a coordenadora do programa Juventudes da Etapas, Marlene Muniz, o projeto chega para contribuir com o grito da comunidade por justiça climática e acesso à cultura e lazer no Ibura.

“Para dar início ao projeto, a Etapas ouviu mães, adolescentes, jovens, gestores públicos, lideranças comunitárias – no primeiro semestre de 2024 – buscando entender como estes atores sociais sentem que está o acesso à cultura e lazer na comunidade e as questões relacionadas ao meio ambiente. As respostas nos ajudaram a montar nosso projeto”, afirma Marlene.

Dentre a grade de programações do projeto “Ibura Pelo Meio Ambiente, Cultura e Lazer”, com duração de 3 anos, estão previstas atividades como um curso de formação em prevenção de desastres nas periferias, intercâmbio de experiências com organizações e coletivos ativistas pelo meio ambiente, campanhas de mobilização, incidência política para implementação de programas e equipamentos de meio ambiente, cultura e lazer no Ibura.

Confira a Galeria de Fotos: