Texto: Aline Vieira Costa
Fotos: Ivan Melo

Como fazer com que a violência não chegue a crianças e adolescentes? O que fazer para
que elas tenham mais recursos e para que possamos melhor lidar com o que já ocorre?
Que alternativas podemos pensar em termos preventivos? Essas são apenas algumas das
perguntas a serem debatidas pelos integrantes dos comitês que estão sendo formados nos
territórios contemplados pelo projeto Meninas em Movimento, realizado pela ActionAid em
parceria com as organizações Casa da Mulher do Nordeste (CMN), Centro das Mulheres do
Cabo (CMC) e Etapas, com patrocínio da Petrobras e do Governo Federal, por meio do
Programa Petrobras Socioambiental.

Os comitês estão previstos na governança do projeto e têm como objetivo discutir
problemas e soluções locais. Eles são também cruciais para o fortalecimento da rede de
proteção a crianças e adolescentes contra situações de abuso e violência sexual. Quatro
comitês estão em construção: um no Ibura, no Recife; um em Passarinho, também na
capital pernambucana; um no Cabo de Santo Agostinho, que abrange os quatro territórios
do município que fazem parte do projeto — Gaibu, Engenho Massangana, Nova Vila
Claudete e Vila Suape; e um em Vila Califórnia, Ipojuca. Cada comitê terá encontros
bimestrais, durante um ano e meio, e é formado por representantes das comunidades, do
poder público e das redes locais de enfrentamento à violência. As conversas são
desenvolvidas de modo que todos possam interagir, expor as realidades e propor soluções
em conjunto.

A ideia é aquecer o ecossistema de práticas de prevenção, de acordo com a especialista
em Monitoramento e Projetos da ActionAid, Tricia Calmon, que coordena o projeto. Mas
para o sucesso de uma rede que protege crianças e adolescentes é crucial que se tenha
uma aproximação com a realidade dos territórios.

“Sabemos que é um tema muito sensível. Os profissionais do campo precisam dialogar
sobre o assunto, envolver a comunidade e as famílias, para que os comitês sejam espaços
de conversa sobre a temática”, explica Tricia.

A especialista comenta que a rede atual de cada território nem sempre tem a capacidade de
acompanhar e viabilizar soluções para o problema da violência. Por isso o desejo de se
pensar em alternativas mais responsivas e de promover essa mobilização através do
comitê, que conta com a participação de representantes de equipamentos públicos e da
sociedade civil — desde lideranças, associações de bairro, conselho tutelar até a rede
informal e todos os interessados em atuarem em seus territórios.

“A gente espera colaborar para fomentar uma rede de proteção organizada, mas o desafio é
muito grande, e precisamos pensar em uma série de saídas diversificadas. O importante é
tirar o assunto do silêncio, pois isso não ajuda a diminuir o número de casos”, avalia Tricia.

O projeto se dispõe a trabalhar pela garantia de direitos conquistados em um árduo
processo histórico no Brasil, como enfatiza a assistente social Itanacy Oliveira, que é
diretora do Programa Mulher Trabalho e Vida Urbana da Casa da Mulher do Nordeste, que
atua em Passarinho. É um convite a afirmar essas conquistas e fortalecer o exercício delas.
No território de Passarinho, as atividades iniciaram-se em fevereiro, com a formação do
grupo.

“O primeiro encontro foi um marco, no qual fizemos a divulgação da iniciativa para o coletivo
que nos acompanha, o Grupo Espaço Mulher. Mostramos o que é o projeto, os benefícios
dele, mas, principalmente, a importância do trabalho com a juventude e do cuidado com as
mulheres”, conta Itanacy.

A diarista Evandra Dantas da Silva, uma das fundadoras do Grupo Espaço Mulher,
existente há 22 anos, tem a expectativa de que o comitê corra atrás de soluções para o
território, principalmente no que diz respeito à educação.

“Muitas crianças aqui vão estudar fora da comunidade, por não haver escolas suficientes. E
não há área de lazer. Meninos pedem o que fazer, e meninas que vimos pequeninas, agora
vemos grávidas”, relata.

Falta de segurança é outro problema recorrente, segundo a líder comunitária do
Habitacional Miguel Arraes, Nathália Viana.

“Quero que esse comitê aconteça e que pessoas de fora estejam mais presentes aqui
dentro, participem com a gente, apoiem, cobrem”, assinalou Nathália, que é mulher trans e
trabalha como cuidadora de idosos.

Para Itanacy, o comitê é um espaço de diálogo importante para a garantia de um processo
democrático de gestão e também para acompanhar a atuação do projeto Meninas em
Movimento. Será essencial para conduzir os ajustes, apontar melhorias e estimular a
participação da comunidade. “É uma escuta para além das organizações e da própria
ActionAid, que é a executora do projeto, e isso abre um espaço de diálogo democrático, que
é o que a gente mais precisa hoje no Brasil”, examina.

Saiba mais sobre projeto Meninas em Movimento:
www.actionaid.org.br/meninasemmovimento

Adolescentes e jovens do Ibura puderam conhecer mais sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, sobre arbitrariedade da polícia com jovens periféricos, sobre os privilégios no acesso a espaços de lazer e sobre a política de redução de danos do uso de drogas

O Coletivo “Ibura Mais Cultura” facilitou o debate sobre segurança pública (Foto: Arquivo Etapas)

Empoderar adolescentes e jovens para exercer seus direitos e viverem livres da violência com mais capacidades de rejeitar crenças e práticas violentas e discriminatórias. Este está sendo o objetivo das Trilhas Formativas que Etapas e Unicef vêm realizando com adolescentes e jovens dos 12 aos 17 anos, nos meses de julho e agosto, através do projeto “Proteger Crianças e Adolescentes Impactados pela Violência Armada no Ibura”, vulgo “Ibura Meu Amor”.

No último sábado (21-08), foi realizada uma formação com foco no Direito da Criança e do Adolescente e o Sistema Público de Segurança, com 32 jovens, na Escola Florestan Fernandes.

A educadora social Domênica Rodrigues e a assistente social Marlene Muniz da Etapas, facilitaram o debate sobre os principais direitos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) trazendo as dimensões artísticas do Cordel, Dança, Música, Desenho e Escrita para o processo de aprendizagem. O coletivo ‘Ibura Mais Cultura’ facilitou a discussão sobre Segurança Pública e a arbitrariedade da polícia com jovens periféricos, sobre os privilégios no acesso a espaços de lazer e sobre a política de redução de danos do uso de drogas.

Para Marlene, a importância das Trilhas Formativas é o empodermento que a informação traz.

“Os jovens despertam para os diversos tipos de violência [verbal – física – psicológica – financeira]. Às vezes o fato de ser importunada não é visto como um tipo de violência. Os grupos percebem certos privilégios dentro do próprio grupo de moradores do Ibura, e começam a pensar sobre não ficar neutro e se posicionar nas lutas, como no antirracismo, por exemplo”, destaca.

Marlene Muniz

As formações presenciais começaram no mês de julho. Foram realizadas atividades de Apresentação do Marco Teórico do projeto, Roda de Cuidado com Adolescentes, Oficinas sobre Racismo Institucional com o coletivo Ibura Mais Cultura e Justiça Restaurativa com o Tribunal de Justiça de Pernambuco

Com o avanço da vacinação contra a covid-19 em Pernambuco e tomando as medidas de higienização e segurança durante a pandemia – a Etapas e Unicef deram o pontapé inicial nas atividades presenciais do projeto “Proteger as Crianças e Adolescentes Impactados pela Violência Armada no Ibura – Recife”, neste segundo semestre de 2021. O projeto, que também é chamado de “Ibura Meu Amor” (logomarca criada pelos jovens), visa desenvolver ações para garantir os direitos das crianças e adolescentes, reduzir os números de homicídios praticados contra este público e apoiar a Gestão Pública na melhoria da qualidade dos serviços prestados às comunidades.

Atividades Presenciais

Primeira atividade presencial com jovens para apresentação dos objetivos, expectativas, atividades realizadas e planejadas (Foto: Arquivo Etapas)

A primeira atividade presencial aconteceu no dia 14 de julho, na sede da Federação Ibura Jordão (FIJ), com a presença do representante da UNICEF, Augusto Lepré – para apresentação dos objetivos, expectativas, ações realizadas e ações programadas do “Ibura, Meu Amor” – aos jovens que já participavam das atividades online ou que foram indicados por organizações comunitárias e coletivos de jovens do Ibura.

Destaque para o coletivo Ibura Mais Cultura que está construindo ações formativas junto com a Etapas e atuando como formadores e mobilizadores dentro das comunidades.

Segunda atividade presencial debateu sobre racismo estrutural com os jovens do projeto (Foto: Arquivo Etapas)

A segunda atividade presencial aconteceu no dia 24 de julho, na Escola Jordão Emerenciano. A oficina “Brasil Acima de Tudo?” História do Brasil por outras perspectivas” foi facilitada por integrantes do coletivo Ibura Mais Cultura com o objetivo de revisitar a história do Brasil e desmistificar o racismo institucional.

A atividade contou com a participação de 24 jovens. Eles refletiram sobre o preconceito raça e classe quando a sociedade cria um perfil para morador de comunidades periféricas. Um jovem citou que uma das coisas que o maltrata e o machuca é ver o olhar preconceituoso das pessoas quando ele diz que é morador do Ibura.

A “Roda de Cuidado com Adolescentes” deu seguimento as atividades presenciais com o público de 12 a 17 anos. O objetivo foi de prevenir a violência através do afeto, abrir a consciência com relação aos sentimentos e emoções e estreitar os vínculos entre as educadoras e os jovens do projeto.

A atividade aconteceu no dia 28 de julho – na FIJ – com 24 jovens refletindo sobre: O que sinto é meu ou é do outro? Eu sei ouvir? O que é ouvir para mim?

Segundo a educadora, Domênica, o sentimento mais presente foi a insegurança e descredibilidade dos pais com relação aos filhos.

Na ocasião houve entrega de cestas básicas.

Atividades On-line

As atividades continuam também no formato online. No dia 22 de julho foi realizada a primeira “Oficina sobre Justiça Restaurativa” em parceria com o Núcleo CRIAR do Tribunal de Justiça de Pernambuco. O CRIAR (Centro de Referência Interprofissional na Atenção a Criança e Adolescentes Vítimas de Violência da Capital) atua de forma direta com as crianças vítimas de violência fazendo uma escuta cuidadosa dos casos.

A atividade teve o objetivo de sensibilizar famílias lideranças comunitárias gestores escolares e jovens para identificarem as situações de violência e também estreitar a relação deste tribunal com a comunidade.

Um projeto de Unicef e Etapas que visa garantir os direitos das crianças e adolescentes, reduzir os números de homicídios praticados contra este público e apoiar a Gestão Pública na melhoria da qualidade dos serviços prestados às comunidades

Foto: UNICEF/BRZ/BrunaBelo

O Ibura é um dos bairros com maiores índices de desigualdades sociais dentro do Recife. É o quinto bairro mais populoso da cidade e também o quinto no número de adolescentes e jovens de 10 a 29 anos (Censo do IBGE de 2010). Entre 2016 e 2019 ocorreram 155 homicídios de adolescentes e jovens, fazendo do bairro o maior acumulador de homicídios de jovens da cidade.

O Ibura é um dos mais afetados quando se trata da qualidade dos serviços prestados na comunidade, ou sobre criminalidade, uso de drogas e gravidez na adolescência. Porém o Ibura também chama a atenção pela sua grande capacidade para enfrentamento a esses problemas sócio-político-econômicos estruturais que atingem a localidade, mesmo sendo uma região de alta vulnerabilidade, o bairro também é um local com muitas potencialidades que abarcam apoio e incentivos comunitários.

Com o objetivo de desenvolver ações para garantir os direitos das crianças e adolescentes, reduzir os números de homicídios praticados contra este público e apoiar a Gestão Pública na melhoria da qualidade dos serviços prestados às comunidades, A Etapas e a Unicef estão atuando juntas no projeto “Proteger as Crianças e Adolescentes Impactados pela Violência Armada no Ibura – Recife”, em parceria com governo, sociedade civil, adolescentes e jovens do território do Ibura.

O público alvo desse projeto consiste em:

Crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade e com idade entre 12 e 17 anos. 1- Em especial os que tenham sido vítimas, testemunhas ou perpetradores de violência. 2-Adolescentes que tenham cumprido medidas socioeducativas. 3- Crianças e adolescentes em situação de evasão escolar ou crianças e adolescentes envolvidos na dinâmica da violência armada no território.

O projeto iniciou as atividades on-line em janeiro de 2021 – tem duração de 6 meses –e vai até julho deste mesmo ano. Dentre os resultados esperados estão:

• Identificar e mapear as dinâmicas da violência armada e seus impactos na vida das crianças e adolescentes do território;
• Fortalecer e melhor integrar os serviços públicos (assistência social, saúde e educação) e os fluxos de atendimento a crianças e adolescentes (incluindo para vítimas/testemunhas de violência e socioeducandos);
• Empoderar adolescentes, famílias e comunidades para exercer seus direitos e viverem livres da violência (incluindo procurar ajuda em casos de violência), com mais capacidades de rejeitar crenças e práticas violentas e discriminatórias.

Atividades realizadas

Diagnóstico dos Impactos da Violência Armada no Ibura-Jordão;

Arquivo Etapas: Workshop de mapeamento das dinâmicas da violência armada com Lideranças Comunitárias do Ibura

Foram realizados nove workshops com Lideranças comunitárias, jovens ativistas do Ibura, adolescentes e jovens moradoras/as do Ibura, lideranças religiosas, poder judiciário, gestores/as municipais de Assistência Social, Juventudes, Direitos Humanos e Política sobre Drogas, Saúde, Cultura, Educação, Esporte e Lazer, Gestão Estadual do Programa Novas Oportunidades, Integrantes de conselhos e fóruns (COMDICA, Fórum DCA e Conselho Tutelar da RPA6) e duas entrevistas Individuais com defensoria Pública e Vara da Infância e Juventude para mapear as dinâmicas da violência armada e seus impactos no território.

Foi realizado um Seminário de devolução dos dados do Diagnóstico;

Foi construído um Plano de Intervenção e Monitoramento do projeto desenhado a partir do Diagnóstico. É um documento base, que está sendo alimentado no curso das atividades, a partir da soma das parcerias estabelecidas, como forma de lançar luz sobre as expressões da violência armada no bairro, propondo e descobrindo formas de incidir nessa realidade.

40 Crianças e adolescentes alcançados pela estratégia de busca ativa;

Arquivo Etapas: Reunião com tribunal de justiça e lideranças religiosas para pensar estratégias de busca ativa

Foram realizadas oito reuniões com tribunal de justiça; três reuniões com representantes da secretaria municipal de juventudes; três encontros com jovens mobilizadores para pensar estratégias de busca ativa na comunidade e planejar os próximos encontros;

Uma reunião de articulação e mobilização com jovens do Ibura;

Uma oficina para criação da marca do projeto com jovens.

80 Profissionais capacitados nos temas programáticos;

Arquivo Etapas: Formação sobre Cidadania e Participação com gestores públicos

Foram realizadas oficinas de formação divididas em dois módulos, com dois grupos de gestores públicos – tendo em média 40 pessoas em cada grupo. O Módulo I debateu sobre Cidadania e participação; Raça e classe; Orientação sexual; Pessoa c/deficiência; Religiosidade e Feminismos; Territorialidade; Cartografia do afeto e corporalidades; Cuidado, intergeracionalidade e relações de afeto. O Módulo II sobre Lei da Escuta Protegida (13.431/2017); Ação Conjunta; Integralidade dos serviços públicos; Intersetorialidade; Fluxos informações e ações conjuntas; Busca ativa.

100 adolescentes, mães, familiares e cuidadores, líderes comunitários e religiosos capacitados nos temas programáticos;

Arquivo Etapas: Oficina de criação da logomarca do projeto com jovens mobilizadores

Foi realizada uma reunião de articulação e mobilização com jovens do Ibura para pensar como garantir que as ideias possam seguir de forma física para a comunidade e iniciar o planejamento das ações de mobilização. Definir os jovens que assumiram o papel de mobilizadores locais e um que possa atuar como educador/a em ao menos uma das atividades de formação.

  • Foi realizada uma oficina para criação da marca do projeto com Jovens afim de legitimar o nome do projeto e iniciar as estratégias apontadas por eles para construção de uma busca ativa dentro da comunidade.

Próximos passos

Formar 600 alunos – de quatro escolas do Ibura – em experiências de mediação de conflitos;

Formar lideranças comunitárias e líderes religiosos;

Formar 50 meninas e meninos em temáticas da prevenção da violência baseada em gênero na comunidade;

Formar 15 adolescentes sobre produção de conteúdos digitais e gestão democrática das mídias para intervenção a partir do uso das mídias sociais;

Distribuição de cestas básicas e álcool em gel.

Depoimentos

“Como a gente está tentando alcançar um público bastante vulnerável – com a violência – com a negação de direitos – pela questão da pandemia – pessoas que estão se inserindo no mercado de trabalho para garantir as necessidades básicas como comer e pagar as contas. Quando a gente vai chamar para o debate, os temas são relevantes, mas outras situações estão gritando.
Este formato de ter que contatar online, é um dificultador. O contexto pandêmico está defasando as equipes e o aumento do volume dos serviços está sendo um desfio de trazer os profissionais e famílias para a busca ativa. ” Marlene Muniz – Etapas

“Um ponto positivo foi a nossa capacidade de articulação para participação nas formações. Com essa desarticulação das políticas, todos os gestores que estão na ponta sofrem. Quando recebem uma denúncia, eles [os gestores] ficam sem saber o que fazer, porque não tem um fluxo de atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência. A gente vê a assistência agindo só. Tem uma demanda para que essa articulação aconteça, por isso há uma mobilização e os gestores estão interessados em ver acontecer. ” Isabela Valença- Etapas

 

Um domingo de descontração e solidariedade para os moradores do Ibura. É isso que a Etapas e a Federação Ibura-Jordão (FIJ) promovem – há nove anos – com a realização da Maratona Infantojuvenil do Ibura, que, em 2019, comemorou sua nona edição. O evento – cujo crianças e adolescentes são protagonistas de uma corrida de rua para vencer as desigualdades – aconteceu no último dia 15/12 e mobilizou moradores, lideranças comunitárias, organizações da sociedade civil, gestores públicos, comerciantes locais e voluntários em prol da luta por melhores condições de habitação, do direito ao esporte, cultura e lazer nas comunidades.

A Maratona teve início às 7h, com concentração em frente a COMPESA da UR-2, onde foram distribuídas camisas, águas e lanches para os atletas e familiares. O artista Aurino Xavier – da Trupe do Barulho – fez intervenções irreverentes na comunidade e as mulheres e crianças deram exemplo de cidadania formando grupos para recolhimento do lixo produzido.

Após um exercício de alongamento na largada comandado por educadores físicos da Academia da Cidade, as crianças e adolescentes percorreram três quilômetros pelas ruas do Ibura, até a chegada na Praça do Leiteiro UR-1. Cera de 200 pessoas participaram de uma grande confraternização com entrega de premiações.

A campanha “Vista Uma Criança Neste Natal” premiou com roupas novas todas 103 crianças e adolescentes que correram na 9ª Maratona Infantojuvenil do Ibura. Oito maratonistas – sendo os dois primeiros lugares das categorias feminino e masculino de 10 a 13 anos e de 14 a 17 anos – receberam também uma bicicleta e um troféu. Todos os participantes receberam medalhas!

APOIADORES
CTTU
Distrito Sanitário 8
Moura Frutas
Fundação de Cultura
Escola Municipal Severina Bernadete
Vereador João da Costa
Secretaria de Direitos Humanos do Recife
Jamildo
Grupo Cultural da UR-10
Grupo SOMOS 10
UPA do Ibura
Secretaria de Educação – Maria Costa, Maurílio Muniz, Jurema
Secretário de Educação – Bernardo D’ Almeida
Secretaria Executiva de Educação – Cloves, Ana Márcia, Àquila, Morgana
Diretora da Escola Municipal da UR-4 – Rosangela
Grande Recife
Consórcio – Mário Sérgio
Cláudia Martins
Secretaria de Governo do Recife – Léo Bacelar
Vereadores do Recife: Alcides Teixeira; Professora Ana Lúcia; Benjamim de Saúde; Wilton Brito
Secretaria de Saúde – Eliane Germano
Silvio Lucena
Comercial Júpiter
Ozias frutas e verduras
Loja São José

DOADORES ‘Vista Uma Criança Neste Natal”
Adriana Zaidam
Alfeu de Melo
Ana Carolina Lemos
Ana Claudia Clímaco de Almeida
Ana Cláudia Dias Rocha
Ana Lúcia
Antônio Brasileiro Junior
Arli Nunes
Auxiliadora Rocha
Brenda Pessoa
Carlos A Brito
Claudia Mota
Cristiano Ferreira
Débora Pereira
Djanyse Mendonça
Eduardo Nunes
Eduardo Santos
Elaney Fernandes
Elani Ximenes
Eliane Soares
Eron Nascimento
Felícia Mendonça
Ferdinand Jesus
Fernanda Valença
Isabela Valença
Jane Maria Silva
Joel Muniz
José Anchieta
José Fernando Souto
Leonardo Nunes
Lucia de Fátima Souza
Luiz Carlos da Silva
Mª de Lourdes
Marcia Alecrim
Marcio Penante
Margarida Soares
Maria Ângela Monteiro
Maria de Fátima Ferreira
Maria Paula Campelo
Maria Z Otaviano
Mariana Campelo
Mauricéa A Lima
Neide Silva
Paulo Irineu
Rejane Duzat
Ricardo Ferreira
Roberta Uchoa
Rosineide M
Rúbia Campelo
Sergio Ortu
Suênia Tavares de Machado França
Thaís Ferreira
Uli
Vaneide Lima
Waldemar Borges
Waneska Bonfim

Confira a Galeria de Imagens

Com o objetivo de desenvolver em jovens e adolescentes o auto reconhecimento enquanto pessoas negras, para que possam se empoderar e intervir politicamente no seu contexto social, considerando as insterseccionalidades que recortam a experiência de vida da pessoa negra, a Etapas está realizando uma formação com 30 jovens do Ibura sobre Afroletramento: auto reconhecimento, empoderamento e relações raciais.

Esses jovens já passaram por algum projeto da Etapas quando crianças e/ou adolescentes e hoje participam do nosso programa de voluntariado para a execução e protagonismo de algumas atividades no território.

Já foram realizadas cinco rodas de diálogo com os temas:

1- Negritude e ancestralidade;
2- Racismo, eugenia e genocídio negro;
3- Mulheres negras;
4- Corpo, gênero e sexualidades negras;
5- Jovens negros e participação política

Com facilitação da socióloga Jamily, da pedagoga Keise, da estudante de serviço social Jarda e da educadora popular Lídia do movimento Ibura Mais Cultura

A culminância da formação será realizar um festival cultural no Ibura, dia 15 de dezembro, ao final da 9ª Maratona Infantojuvnenil do Ibura. A programação já conta com apresentações de dança e grupos percussivos e de um vídeo produzido pelos jovens voluntários.